Capítulo 14 - Portugal

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Estamos os cinco num jato privado que nem faço ideia de quem seja, os quatro estão sentados e eu ando de um lado para o outro...

— Desculpe dizer isto mas estou a ficar nervoso com o seu movimento de vai e vem! - Adrian sorri ao dizer isto mas Rigs bate na sua nuca em sinal de repreensão.

— Estou Stressada, frustrada e irritada!

— Porque estamos a ir para este país? - Rigs pergunta curioso.

— Portugal foi onde a minha mãe nasceu e onde o meu pai a conheceu, eles viveram lá quando se casaram e só passado alguns anos é que fomos viver para Inglaterra, eu era pequena na altura.

— E o que isso tem a ver com a Raissa?

— Nada mas com o fantasma tem tudo, aquele homem que matamos na casa abandonada tinha razão, o meu pai sempre disse que a verdade ficava em casa e a nossa primeira casa foi em Portugal.

— Talvez possa ser a dos seus avós, a sua primeira casa de todas.

— Não creio, o meu pai veio da América depois de cortar laços com a família, na verdade nunca conheci um único membro da minha familia paterna. - Volto a sentar-me e olho para eles que tem um ar de quem dúvida de mim.

— E o que procuramos ao certo?

— Ainda não sei mas seja o quer for é importante para esse tal fantasma.

— Então temos de descobrir custe o que custar! - R.j é aquele que sempre me apoia.

— Já reservei duas viaturas e tomei a liberdade de providenciar um hotel na vila onde você nasceu!

— Obrigado Arim, era exactamente o que eu pretendia.

O jacto tinha um pequeno quarto e eu fui até lá com a intenção de descansar mas tudo o que sentia era frustração por conta de Damon, fechava os olhos mas o seu perfume estava entranhado na minha pele por isso acabei por tomar um banho e vestir algo mais leve, era a única muda de roupa de jeito na minha mala que se resumia a jeans e um top de seda. Assim que aterramos levantámos os carros na empresa de renting e passámos no shopping para comprar roupas frescas porque o calor aperta e não quero ninguém com ar de soldados perto de mim. O hotel era na praia e depois de deixar os sacos e malas fomos todos andar um pouco pelas ruas e escolher um bom restaurante de marisco, estamos perto do mar numa vila de pescadores e não iria comer carne com toda a certeza! No início os rapazes pareciam não estar muito à vontade com isso mas depois de uma cerveja gelada a conversa começou a fluir...

— Sophie sabia que os saldados fizeram apostas?

— Apostas? -Nico pergunta descontraído.

— Sim para ver quem ficava com você.

— Em primeiro parem de me tratar por você e senhora porque não sou a vossa avó e em segundo lugar essa aposta vai deixar alguém bem irritadinho. - Bebo um pouco do vinho e sorrio.

— Tu até que te safas bem com armas! - R.J confessa.

— Obrigado, infelizmente foi a vida que me obrigou a isso, ter que me defender a mim e aos meus.

— Desculpa dizer isto mas foi engraçado ver a cara do capo quando descobriu quem era a Laura. - Arim diz sem parar de comer, pelos visto está a gostar da gastronomia do país.

— Na verdade não tem muita graça porque eu terei de domar a fera e desta vez parece estar complicado!

— Da forma que vocês se amam eu aposto que ele não vai ficar muito tempo com raiva.

— E como você sabe isso Rigs?

— O olhar, a forma como vocês se olham... Já fui casado e sei como é isso.

— Não sabia disso, tu não usas aliança. - Eu nunca o imaginaria como um homem de família.

— Ela morreu na guerra, eu regressei mas ela não - ele bebe um pouco de cerveja e pousa o copo com força - Não quero falar sobre isso!

— Então e qual o plano agora que estamos aqui? - Arim muda de assunto para aliviar o ambienta.

— Hoje estamos de férias mas amanhã quero ir até à antiga casa dos meus pais.

— Será que ainda existe?

— Sim o meu pai comprou o terreno e deixou como herança para mim e Claude.

— Acho que nunca comi nada tão bom na minha vida! - todos concordam.

— Aproveita então!

Eles não passavam despercebidos, tinham belos corpos e faziam a mulherda suspirar, deixei-os no bar e caminhei pela areia, adoro sentir a sensação dos grãos por baixo dos pés mesmo que esteja um pouco fria, como todas as noites a saudade aperta então revejo as fotos da minha família que Annie me envia sempre que possível. Fico sentada e atiro algumas pedrinhas na água...

— Eu pedi para ficar sózinha! - Falo porque sinto alguém por perto.

— Eu precisava vir até aqui para perceber o que se passa nessa cabeça!

— Acho que temos de saber mais sobre o passado e as nossas origens para podermos enfrentar o futuro. - Claude senta-se do meu lado a fitar o mar.

— Eu sei o mesmo que tu, nosso pai veio da América apenas com algum dinheiro e conheceu a nossa mãe mas cada vez que eu perguntava pela sua família ele simplesmente mudava de assunto.

— Achas que o papá podia ser alguém mau, quer dizer ele seria capaz de nos esconder um lado negro? - Pouso a cabeça nos joelhos como uma criança porque é assim que me sinto aqui.

— Eu não sei, corro atrás de respostas há anos mas nunca dão em nada é como se alguém soubesse, todos os rastos se perdem no nada.

— Como está o capo? - Viro a cabeça na sua direcção e vejo ele fazer uma careta.

— Ele destruiu metade da mansão, deu um correctivo nos soldados por fazerem apostas por ti, bebeu até apagar e algumas outras coisas que prefiro não mencionar como por exemplo ter contratado uma prostituta.

— Repete a última parte. - Que raio...

— Estava a brincar maninha mas agora a sério, pára de te colocares em risco ele morre se algo vos acontecer.- Ele deita-se na ideia a rir.

— E o que achas que acontecia se eu o perdesse também? Só quero o mesmo que ele e seria bem mais fácil se lutasse-mos juntos em vez de separados.

— Eu sei que és mais forte do que pensamos e acredito na tua coragem mas que homem não faz de tudo para proteger os seus? Somo homens!

— Machista!

— Talvez mas tenho de confessar que de todas as máfias Damon está no topo dos homens mais brandos Sophie, tu não fazes ideia do que Annie Costa Nostra passou nas mãos do Filippo ou outras.

— A doce Annie? Acho que Filippo não seria capaz de lhe tocar.

— Elas não podem trabalhar, sair sem guarda costas, responder ao marido da forma que o fazes com Damon... acredita tu tens muita sorte e o próprio Damon é criticado por muitos pela liberdade que te dá.

— De verdade?

— Eu juro que sim. - Ele confirma mas parece tão irreal.

— Não seria capaz de viver assim.

— Talvez elas digam o mesmo antes de serem obrigadas a casar.

Os Sartorelli - A Mafiosa (Completo Amazon)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant