∿ 𝟏𝟐º 𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 - 𝟏𝟏

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   • 𝑱𝒐𝒚𝒄𝒆 𝒏𝒂𝒓𝒓𝒂𝒏𝒅𝒐

Aquela notícia acabou com todas as forças que eu tinha no corpo. Eu estava em choque ainda, sem acreditar. Formiga preso? Ele tinha sido preso? Porra! Foda-se o que ele me fez. Foda-se tudo que eu passei nas mãos dele. Eu o amo. Ele é pai do meu filho e eu jamais iria querer a prisão dele, independente, cara. Eu estava deitada na cama, sozinha, chorando rios e rios, eu chegava a soluçar. Minha cabeça latejava, estava com dificuldade para respirar e mesmo assim eu não conseguia conter o choro. Eu estava sozinha no quarto, tentei falar com tia Sônia diversas vezes e ela não me atendia. Já tinha anoitecido, eu continuava na minha sozinha e não mais chorava, só fungava. Renan apareceu tentando me consolar mas, fora em vão. Maria trouxe o Noah para mamar e eu não consegui amamentá-lo. Meu celular começou a tocar e eu logo atendi. Era tia Sônia.

Joyce: Tia. - Disse, afobada -
Sônia: Oi, querida. - Sua voz era baixa, fraca - Como você está?
Joyce: Na pior, tia... - Eu disse e então, mordi meu lábio inferior para conter o choro que já se formara -
Sônia: Eu já me informei sobre a situação dele e ele foi condenado há 1 ano e 8 meses de prisão. - Ela não chegou nem a terminar de dizer e eu liberei o choro preso em minha garganta - Minha querida... - Ela também, parecia chorar - Se acalme, ok? Ele sairá dessa logo. Ele se vira bem... Não é a primeira vez dele.
Joyce: Tia... - Eu não conseguia concluir -
Sônia: Eu sei, filha. Tente se acalmar, por favor. Pelo Noah. - Eu engoli o choro - Vamos manter a cabeça erguida, ok? Aconteceu por algum motivo. Pode ter sido para faze-lo aprender a dar mais valor as coisas que tem. Para faze-lo sair dessa vida criminosa... Tem diversas justificativas do porque Deus permitiu.
Joyce: Ele está em que presídio? - Perguntei, baixo e falhado -
Sônia: Não acho que você deva ir.
Joyce: Não, eu tenho que ir.
Sônia: Não é obrigação sua.
  Joyce: Mas ele precisa do meu apoio.
Sônia: Creio que sim mas, você não merece passar por isso.
Joyce: Tia... Ele vai me odiar. Vai dizer o quanto eu sou traíra... - Disse, já chorando novamente -
Sônia: Não vai, querida. Viva sua vida. Pelo bem de você e do seu filho. Eu não vou permitir que você passe por isso. Eu digo a ele o que você quiser. Digo a ele o quanto você está sofrida com essa situação mas, você não irá para um presídio.
Joyce: Você está sendo injusta.
Sônia: Estou pensando no seu melhor. Você pode escrever cartas a ele.
Joyce: Cartas? Ele amassará e jogará na sua cara, tia.
Sônia: Essa será sua única forma de contato com ele, me desculpe. Engole esse choro e trate de cuidar do meu netinho e terminar de curtir seu carnaval. Amanhã você estará aqui e então, conversaremos direitinho. 

Ela desligou e eu voltei a chorar audível. Apertava os olhos com força e segurava os cabelos. Que inferno. Que maldição. Por que ele foi tão incompetente? Tão burro? Merda! Passei a mão no rosto, respirei fundo e mais uma vez, controlei o choro. Deitei de barriga pra cima, braços esticados paralelos ao corpo e tranquilizei minha respiração. Tentei não pensar em nada mas, a todo momento me vinha lembranças e mais lembranças de nossos inúmeros momentos maravilhosos juntos. Voltei a chorar. Nat apareceu no quarto, sentou ao meu lado e alisou meu rosto, depois de secar algumas lágrimas.  

Nat: Amiga, não queremos te ver assim. Vamos em uma festinha que vai ter na praça do próximo quarteirão. Vem com a gente? - Neguei sem pensar duas vezes. Eu não estava em clima de curtir nada - Amiga, ficar aqui chorando igual uma desesperada não vai adiantar de nada.
Joyce: Me deixa... - Pedi, baixo e ainda de olhos fechados -
Nat: Você tá agindo como se ele tivesse morrido, Joyce. Tu acha que ele está nessa sofrência toda? - Eu abri os olhos, encarando-a -
Joyce: Eu estou assim pelo o homem que eu amo estar passando por um inferno dentro de um presídio, Natiely. Respeite minha dor. - Disse, dura e ela bufou -
Nat: Vamos levar o Noah. - Ela disse, caminhando para a saída do quarto - Qualquer coisa me liga.

𝑮𝒓𝒂́𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒂𝒐𝒔 𝟏𝟔Where stories live. Discover now