𝑮𝒓𝒂́𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒂𝒐𝒔 𝟏𝟔

∿ 𝟏𝟐º 𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 - 𝟏𝟔

• 𝑴𝒂𝒓𝒊𝒂 𝒏𝒂𝒓𝒓𝒂𝒏𝒅𝒐

Estava voltando da escola sozinha, cabisbaixa e sem ânimo nenhum. Joyce tinha saído mais cedo. Cheguei em casa e fui tomar banho, quando terminei, avisei ao Foguete e então, fui dormir. Logo menos meu celular começou a tocar, era ele.

Maria: Oi
Foguete: Oi, vamos almoçar com a minha vó? Quero contar pra ela. - Fechei os olhos, apertando-os e suspirei audível - Eu tenho que contar, Maria.
Maria: Eu preciso estar presente?
Foguete: Claro que sim. Você é a mãe. - Eu fiquei em silêncio, mordendo as peles da boca - Maria?
Maria: Tudo bem. Me busca?
Foguete: Busco. Se arruma.
Maria: Tá. Beijos.

Bufei e taquei o travesseiro longe. Levantei e coloquei um vestido largo e calcei uma rasteirinha. Coloquei óculos de sol, passei óleo no cabelo e prendi num coque alto. Passei perfume e meu estômago embrulhou. Merda! Vomitei e depois escovei os dentes. Peguei meu celular e sai, esperando o Foguete no portão. Logo ele chegou, me deu um selinho e eu montei na moto. Ele estacionou, me ajudou a descer e então, entramos. Cumprimentei a vó dele e nos sentamos. A mesa já estava pronta e minha barriga roncou me fazendo lembrar que estava o dia todo sem comer. Nos servimos do macarrão ao molho branco. 

Foguete: Vó, te contar uma parada.
Carmem: Já vem merda. - Eles riram. Eu abaixei a cabeça -
Foguete: Coe, é sério. - Ele soltou o garfo -
Carmem: Engravidou a menina? - Respirei fundo e encarei ela - Puta que pariu, Walace. - Ela colocou uma mão na cabeça - E agora? O que vão fazer? Sua mãe sabe? - Ela perguntou me encarando e eu assenti - E aí?
Foguete: Ela não aceitou muito bem.
Carmem: Claro. Tu é uma criança ainda. - Negou com a cabeça e eu abaixei a cabeça - Mas, eu to com vocês, né. Qualquer coisa que precisarem, estarei aqui pra ajudá-los. - Eu a encarei e ela sorria. Eu forcei um sorriso e assenti com a cabeça, agradecendo -

Ficamos conversando sobre algumas coisas, depois que eu disse não querer falar sobre o bebê ainda. Logo anoiteceu e o Foguete me deixou em casa.  

• 𝑱𝒐𝒚𝒄𝒆 𝒏𝒂𝒓𝒓𝒂𝒏𝒅𝒐

Cheguei do curso de depilação e me taquei no sofá. Que calor dos infernos é esse? Credo! A casa estava silenciosa. Tomei um banho depois de beber uns copos de água e então, liguei pra tia Sônia que estava cuidando do Noah pra mim. Calcei meu chinelo e fui pra casa dela. Cheguei e tomei dois copos de água. Peguei o Noah dando um abraço apertado e jogando no ar rs sentei no sofá e ele já foi logo colocando meu peito pra fora kkk

Sônia: E as coisas na tua casa? - Ela mexia no celular -
Joyce: O clima tá tenso. Amanhã é o aniversário da Maria e só quero ver o que minha mãe tá planejando pra cima da garota.
Sônia: É foda... Será que ela vai colocar Maria pra fora? - Ela me encarou, entortando os lábios -
Joyce: Acho que não. Já passaram alguns dias e não falou nada sobre isso. E ela não me colocou pra fora, seria injustiça com a Maria.
Sônia: Verdade. Mas ela pode querer dar um corretivo nela, né. - Ela voltou sua atenção pro celular -

Papo vai, papo vem. Latoya apareceu indo direto pro quarto e eu continuei ali, como se o ambiente não tivesse sido poluído u.u Noah brincava no tapete e eu mexia no celular enquanto conversava com tia Sônia. Quando anoiteceu de vez, me despedi da tia e fui pra casa com o Noah no colo. Cheguei em casa e minha mãe estava sentada de braços cruzados. Maria logo apareceu na sala com o nariz vermelho e os olhos fundos. Ela só andava assim ultimamente. Minha mãe nem olhava pra cara dela. Ela errou, se arrependeu e vida que segue, poxa. Conversei com ela porque eu realmente fiquei muito decepcionada em saber que ela tentou abortar... Mas isso é uma opção pessoal e apesar de eu ser contra o aborto, eu não tenho o direito de decidir por ela. Assim que Matheus entrou em casa, minha mãe levantou chamando nossa atenção. Engoli seco e encarei Maria que tinha a cabeça baixa, tadinha.