Butterflies

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Depois de uma longa sessão com minha família, as meninas finalmente foram obrigadas a dormir e minha mãe nos liberou para ficarmos em paz (mas ambos eu e Harry sabíamos que ela queria ter um tempo com Dan sem nenhuma criança em volta).

- Eu nem lembrava mais que eles estavam juntos. - Harry comentou, fechando a porta. O garoto parecia completamente satisfeito com o tempo que passamos com eles. Eu, por outro lado, não via a hora de ir para meu quarto. - Faz quanto tempo que eles namoram? - Perguntou, apoiando-se na parede e me olhando sentar em minha cama.

- Desde que nos mudamos pra cá, eu acho. - Dou de ombros. - Na verdade, eles estão noivos. - Sorrio ao ver a boca de Harry cair. Provavelmente o sonho dele era ter um daqueles anéis caros de noivado para ficar exibindo por aí que iria se casar.

- Mentira! - Ele exclamou, sentando ao meu lado. - Como que você não me contou isso!?

- Sei lá, não acho nada demais. - Suspirei, sorrindo para ele.

- Se casar não é nada demais!? - Ele exclamou, desacreditado, e eu o olho de lado.

- É uma perca de tempo e dinheiro, se você quer a minha opinião. Por que as pessoas simplesmente não podem namorar pelo resto da vida? Terminar é muito mais fácil que um divórcio. Qual é a graça, afinal?

- As pessoas geralmente não casam pensando em divórcio, Louis. - Harry riu, o que me fez rir também.

- Mas é uma possibilidade! Seus pais são divorciados, os meus são, o pai das meninas não é mais casado com minha mãe, os pais de Zayn também. - Suspiro, encostando-me na parede. - Honestamente, casamento parece ser a coisa mais idiota do mundo pra mim.

- Então quando você estiver namorando o amor de sua vida por anos, você vai recusar caso ele te peça em casamento? - Harry franziu a testa, sentando de modo que conseguisse me olhar perfeitamente.

- Ele não iria me pedir porque nós já teríamos conversado sobre isso antes. - Sorrio, vendo a expressão de Harry se tornar indecifrável. - E, afinal, você ainda não me disse qual é a graça de se casar.

- Sei lá! Passar o resto da sua vida com o amor da sua vida, ter filhos...

- Pare de falar isso. - Franzi o nariz. - "Amor da sua vida". Parece que estou assistindo a porra dum filme da Disney. "E eles viveram felizes para sempre". - Bufei, revirando os olhos. - Se morrer é ser feliz então os suicidas estavam certos o tempo inteiro. - Digo, e só percebo o que eu havia acabado de falar quando notei a expressão de Harry mudar completamente para uma muito mais triste.

- Louis...

- Eu não quis dizer isso. - Suspirei, olhando em volta do quarto. - Eu só quis dizer que os filmes da Disney não fazem sentido. Como você pode ser feliz para sempre se, em algum momento, você vai morrer e aí não vai sentir mais nada?

- Então você não acredita que tem algo depois da morte também? - Harry me olha, curioso, e eu chacoalho com a cabeça.

- Não mais. - Dou de ombros. - Quem sabe algum dia consigam trazer humanos de volta a vida através de restos de DNA e então nós vamos viver novamente num futuro utópico onde podemos viajar de planeta a planeta e carros voem. - Sorrio, vendo Harry o fazer também.

- Então você não acredita no amor, não acredita em Deus... - Ele contava nos dedos, sorrindo. - Não acredita na Disney...

- Definitivamente. - Dou risada.

- Então no que você acredita? - Ele perguntou, jogando os braços no ar e os batendo em suas laterais. - Eu não sei se consigo confiar em alguém que não acredita na Disney.

Bound to Lose • l.s Where stories live. Discover now