Marry You

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Música: Marry You - Bruno Mars

Para ouvi-la, acesse o perfil CrazyBSLarry no Spotify e clique na playlist Bound to Lose.

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Eu descobri muitas coisas nesses últimos anos. A mais interessante, provavelmente, é que eu descobri o que era amar alguém.

Admito que eu sempre usei esse termo pois estava acostumado a ouvir isso na televisão e dos meus amigos, e até hoje eu ainda tenho dificuldade em entende-lo, mas eu pelo menos consigo ver algum sentido nisso.

Há dias em que eu acredito verdadeiramente no amor. Em todo o seu poder e beleza. Acredito que podemos nos apaixonar, encontrar alguém que sinta o mesmo e que vai estar lá por você sempre que precisar. Acredito que é possível estar nos braços daquela pessoa, sentindo seu coração bater e saber que ali é o seu lar.

Mas também há dias que tudo parece uma grande ficção. Que o amor foi algo inventado pela sociedade e nós acreditamos nele tanto como acreditamos em Deus, afinal, Deus é amor, e eu não acredito em Deus. Às vezes, eu acordo ao lado de Harry e sinto uma mistura de sentimentos. Carinho. Felicidade. Mas nunca amor, por que ele não parece existir.

E talvez realmente não exista, talvez amor seja apenas uma palavra bonita para nos manter unidos e não sairmos nos matando como se estivéssemos na pré história. Há uma vaga lembrança em uma caixa bem guardada no meu cérebro de alguém me falando o que era um relacionamento. Que um relacionamento nada mais era do que duas pessoas que se gostavam numa relação de companheirismo, onde um pode dar ao outro o que esse outro quer, e vice versa. Duas pessoas que trabalham juntas durante uma vida inteira (ou pelo menos tentam) para serem felizes.

Então, quando eu penso no amor, eu penso em carinho. Afeição. Ciúmes. Humildade. Felicidade. Tristeza. Orgulho. Diversão. Alegria. Dor.

Amor, para mim, não existe. É uma fantasia. O que existe é uma junção de sentimentos de todos os calibres e que juntos formam um relacionamento. Pode ser de mãe e filho. Irmão e irmã. Amigo e amiga.

Harry e Louis.

Mas eu vivo num mundo onde acreditam nisso, então eu devo usar essa palavra. Não é tão difícil, na verdade, uma vez que ela está tão inserida em meu vocabulário.

Eu já compartilhei isso com Harry e ele concordou. Então nós transamos e ele disse que me amava... Portanto não tenho muita certeza se ele entendeu de verdade, o que importa é que eu coloquei isso pra fora.

Eu estou falando igual minha psicóloga agora.

Naquele dia, nós viajamos para Holmes Chapel. Era um sábado de manhã e eu havia tido uma noite ruim pois estava estressado com várias coisas. Almoçamos em um restaurante qualquer no centro da cidade e de lá, fomos para o parque. Nos deitamos na beirada do lago e ficamos conversando sobre várias coisas diferentes. Tinha vinho, queijos e chocolates, e Harry puxou um assunto que poderia funcionar de gatilho para o que eu planejava fazer.

- Sabe... - Harry começou, sentando-se. Seu cabelo estava muito mais longo agora, e sempre que eu tinha a oportunidade de o tocar e fazer tranças, eu o fazia. - Você nunca me contou sobre o que vocês conversaram naquele dia.

Eu tinha uma certa ideia do que ele estava falando, mas me levantei mesmo assim com a testa franzida. - Do que você está falando?

Harry apontou para o outro lado do parque, onde estava um banco de madeira. - Você e a nossa professora. Qual era o nome dela mesmo?

- Eu não me lembro. - Admiti. Tive que procurar em vários arquivos da minha infância para poder escrever esse livro. - E é sério que você não faz a mínima ideia? - Harry sorriu pequeno e chacoalhou sua cabeça. - Ou você está mentindo, ou é lerdo demais.

Harry riu, me empurrando de leve. - Fale de uma vez.

Respirei fundo, olhando para atrás dele. Tinham cortado a árvore onde Harry havia tido seu primeiro beijo. - Eu passei mal quando vi você beijando aquela garota.

- A Carol? - Ele franziu a testa e eu revirei meus olhos.

- Eu chamava vocês de Carry, os Estranhos. - Dei de ombros, rindo um pouco. - Enfim, aí a nossa professora percebeu o que estava acontecendo e conversou comigo sobre isso. Ela falou que eu era novo demais para... Sabe, gostar de alguém desse jeito. Mas eu acho que não existe idade pra isso, você pode sentir qualquer coisa a qualquer momento.

- Me desculpe. - Harry falou e eu balancei minha cabeça. - Por tudo. Eu sei que fui um merda várias vezes.

- Mais do que eu? - Bufei, me posicionando melhor na sua frente para segurar sua mão. - Impossível, não acha?

Harry sorriu um pouco, mas negou com sua cabeça. - Louis...

- Harry. - O interrompi, sentindo meu coração acelerar. Eu conseguia ouvir a estática contra meus ouvidos, mas não queria me importar com aquilo. Isso era mais importante, eu poderia surtar depois. - Sabe... Muitos anos atrás eu disse que não acreditava no amor. E também em Deus e na Disney. - Eu ri de nervoso, tentando quebrar o gelo. - E, realmente, isso é um assunto super complexo e que eu já te expliquei sobre isso. - Harry só concordou com sua cabeça, rindo também. - Apesar disso tudo, eu tinha muito medo, e então fazia de tudo para impedir que você realmente entrasse na minha vida. Mas, aí que tá, você já estava. Você sempre esteve. E esses últimos anos me fizeram perceber que isso não é tão ruim assim, que há momentos difíceis, mas eles são sempre compensados...

- Louis, por que você está falando isso? - Harry me interrompeu, parecendo feliz e confuso.

- Porque eu quero passar o resto da minha vida com você. - Falei rapidamente, tentando manter minha respiração controlada. - Então, se por algum motivo você também querer passar o resto da vida com esse caos que eu sou... Eu vou te dar esse anel. - Disse, tirando do bolso na minha jaqueta uma caixinha preta. Quando a abri, os olhos de Harry brilharam tanto quando o ouro. - Vou gastar todo o meu dinheiro em uma festa inesquecível, te comprar uma casa e adotar quantos filhos você quiser. Então... Harry Edward Styles, você aceita se casar comigo? - Harry quase engasgou antes de seu rosto ser tomado por um sorriso gigante. Ele se aproximou de meu rosto e me beijou rapidamente, não conseguindo falar nada. - Isso é um sim?

- Mas é óbvio, Tomlinson! - Ele quase gritou, pegando o anel da caixinha e colocando em seu dedo.

E agora eu tenho um casamento para planejar, mas não estou sozinho nessa. Eu tenho Harry, e eu sei que posso confiar nele para tudo.

Eu passei por coisas terríveis, e sei que ainda vou passar por coisas igualmente difíceis. E Harry também. Nós sempre vamos ter problemas, e passaremos por eles juntos da melhor forma possível.

E se, por algum motivo, isso acabar, tudo bem. Porque foi bom enquanto durou, e aprendemos coisas um com o outro que iremos levar para a vida inteira. Entretanto, algo me diz que isso só vai acabar quando um de nós morrer, e, diferente do que eu pensava alguns anos atrás, espero que isso demore. E que demore muito.

E é assim que uma história que está fadada a dar errado termina com um final bom:

Nunca desistindo.

Pois não importa o quão ruim esteja, quantas merdas você passe pela sua vida, cujas quais você talvez nunca conseguirá entender completamente o porquê de isso ter acontecido, não importa quantas vezes as coisas conspiram para te derrubar... Você consegue vencer todos os desafios. Basta ter fé. Não em Deus ou em Buda ou seja lá no que você acredita ou não acredita. Fé em si mesmo, no seu potencial e na sua criatividade.

Afinal, se eu consegui... Você também consegue.

Minha história estava fadada a dar errado... E eu me recusei a aceitar esse final.

E que venha mais problemas. Que venha mais dores de cabeça. Eu estarei esperando para lutar mais uma vez, pois um dia eu sei que vou morrer, mas antes disso há vida, e eu a quero viver.

Espero que minha história os tenha entretido, e que vocês consigam tirar algo bom dela, assim como eu o fiz.

Escrita com carinho,

Louis.

Bound to Lose • l.s Onde histórias criam vida. Descubra agora