When All Begins

1.4K 66 3
                                    

Eu não sou uma pessoa especial. Sou uma menina comum, com pensamentos comuns. Não existirão monumentos dedicados a mim e meu nome em breve será esquecido. Mas há algo diferente e um tanto peculiar em mim. Eu amei. Muitas pessoas dizem amar alguém, mas não com a intensidade que amei. Não tão rápido quanto amei. Não da maneira que amei. Sim, eu me apaixonei. E talvez isso tenha sido a coisa mais mágica que ocorreu em minha vida. Porque o amor é o que temos de mais próximo da magia.

Nossa história começa em uma quarta-feira ensolarada. Eu estava sentada na arquibancada com meus livros apoiados no degrau, observando com certo interesse algumas folhas caírem das árvores, até que escuto o técnico gritar:

- PASSA A BOLA, NAMJOON!

Kim NamJoon. Típico capitão do time de futebol americano que dá uns pegas nas líderes de torcida. Forte, relativamente bonito, disputado. Sempre arruma brigas no corredor e suas notas são baixas. Treinos são só mais uma oportunidade para ele se exibir.

- JIMIN, É PRA VOCÊ CORRER!

Park Jimin. Também faz parte do time. Mas, diferentemente de Namjoon, tem uma namorada, tira notas boas, ajuda os outros e é o rei do baile há 2 anos consecutivos. Tem um irmão mais novo, Jungkook, que não é muito popular. Ele faz mais o tipo nerd e vive colado com um garoto ruivo que ainda não descobri o nome.

Meus pensamentos são interrompidos por mais berros no campo. Namjoon e Jimin estão discutindo, se empurrando. O técnico largou a prancheta no gramado e deu as costas. Um menino alto está correndo para separar a briga. Acho que o nome dele é Hoseok. Se não estou errada, é o capitão do time de basquete e reserva do time de futebol. Parece ser engraçado, uma boa companhia. Ele se põe na frente dos outros meninos e não consigo mais enxergar direito. Eu não sou muito alta. E, que falta de educação da minha parte, esqueci de me apresentar. Meu nome é Luiza Yuri.

O sinal bate. Hora da aula de Química 2. Não poderia existir matéria pior. Chego na sala e sento na carteira habitual, a terceira contando a partir da frente ou do fundo, na última fileira, a do canto. Gosto deste lugar porque posso ficar observando a rua pela janela. Vejo uma criança de mãos dadas com sua mãe, ela carrega um ursinho. Eu gostaria de possuir memórias desse tipo da minha infância, mas passei a maior parte do tempo em um internato. Não reclamo disso, lá tinha amigos e aprendi bastante coisa. Até gostava.

Um papel aterrissa sobre minha mesa. É uma detenção. O nome do aluno que está escrito, ora, que previsível, Kim Namjoon.

- Será que a estranha pode devolver minha detenção?

Qualquer menina congelaria. Ou ficaria feliz por um menino assim estar falando com você ou triste porque ele a chamou de estranha. Eu particularmente não ligo.

- Talvez, se pedir com educação.

- Devolva.

Não tenho medo dele.

- Será que você não pode ser gentil ou educado uma vez na vida?

- Não.

- Que pena - Não devolvo a detenção.

Simplesmente a rasgo. Isso não me trará problemas, sei que posso inventar uma mentira.

- Muito obrigado, vadia.

- Já me chamaram de coisas piores.

- Qual seu nome?

- Não te interessa.

Ele dá os ombros e sai andando. Examino as duas partes de papel. Pegou a detenção pela briga com Jimin, que acaba de passar pela porta. Trocam olhares do tipo "a gente se vê lá fora". A professora começa a dar aula. Me envolvo em pensamentos. Não consigo prestar atenção em química, por mais que eu queira. Uma bola de papel acerta minha cabeça e cai no chão. Pego ela e a abro.

"Vou ser mais educado da próxima vez"

Isso é, de certa maneira, pavoroso.

Almost ParadiseWhere stories live. Discover now