16. Friendship

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Você nunca precisou da ajuda de ninguém
Você me vendeu para se salvar
E eu não ouvirei a tua vergonha
Você fugiu - vocês são todos iguais
Anjos mentem para manter o controle
Se você ainda se importa, jamais deixe que eu saiba

Park Jimin poderia dizer que era um homem simples de gostos comuns como qualquer outro. Poucas coisas na vida lhe davam mais prazer que fazer sexo ou ter um bom embate físico, talvez por isso tenha decidido se tornar policial. Conforme socava, chutava, desviava dos golpes para acertar uma voadora nos hologramas simulados do centro de treinamento da polícia federal, se sentia vivo, e descontava toda a raiva que sentia naquele momento. Em cada inimigo computadorizado que ele derrubava, imaginava o rosto de Mingyu, aquele que ousou roubar seu Jungkook, via também o rosto de Jeon, que dizia lhe amar mas estava nos braços de outro, via aquele homem de seu passado, que o fez ser tão egoísta como era hoje, mas o rosto que ele mais imaginava socar era o seu próprio. Se odiava tanto por ter sido tão burro e inocente quando era jovem, se odiava por ter deixado tudo aquilo lhe tornar um lixo de ser humano, se odiava por fazer tanto mal a Jungkook, e sobretudo se odiava por amar aquele garoto, por permitir que ele derrubasse aquele muro tão sólido que ele tinha construído em torno de seus sentimentos.

- Idiota! Imbecil! - ele xingava a si mesmo em voz alta, enquanto continuava lutando com os hologramas, se sentindo um maluco por isso, mas não conseguia evitar.

Nem se lembrava de quando sentira tamanha dor como aquela, quando viu Jungkook com outro. O rapaz sempre foi tão disponível para si, que Jimin nunca cogitou que isso pudesse acontecer, nem mesmo sentiu ciúmes quando o mais novo começou a se envolver com aquele cara, mas agora sentia que o tinha perdido pra sempre.

Saiu do dormitório decidido a ir atrás de Hoseok, de descontar sua frustração através de uma boa foda, mas no meio do caminho sentiu que não era aquilo que queria, que a única pessoa que poderia acalentar seu sofrimento era Jungkook, que não adiantaria nada ficar com outra pessoa, pois, no dia seguinte, tudo continuaria uma merda. Então foi para o centro de treinamento da delegacia, imaginando que meter porrada em alguma coisa o ajudaria a se aliviar, e tinha razão.

Depois de muito tempo fazendo aquilo desligou o simulador e deitou no chão, cobrindo o próprio rosto com as mãos para esconder as lágrimas. Seu corpo se encontrava suado e exausto, e sem nem se dar conta, o Park acabou dormindo ali mesmo no tatame.

- Jimin? - Namjoon o cutucou com o pé quando chegou lá pela manhã e encontrou o amigo largado no chão tipo um indigente. - O que faz aqui?

O menor despertou ainda meio confuso, coçando os olhos inchados antes de se dar conta de onde estava.

- Ah, oi Nam, acho que acabei apagando sem querer.

- Mas por que você estava aqui? Achei que tinha ido falar com o Jungkook. - segurou a mão do loiro, ajudando-o a levantar.

- Acontece que cheguei lá e ele estava dormindo com aquelezinho que ele tá de caso. - passou as mãos desajeitadamente pelas roupas, tentando disfarçar os amassados.

- Poxa, que merda. - Namjoon nem sabia o que dizer.

- Bem, eu vou voltar pra lá, afinal ainda estamos trabalhando no caso e não posso deixar isso interferir na investigação. Até mais Nam. - abraçou o amigo e cabisbaixo seguiu de volta ao campus.

Decidiu passar no quarto de Taehyung e Yoongi antes de ir para o seu, pois se visse novamente Jungkook com aquele cara era capaz dele fazer com os dois o mesmo que tinha feito com as simulações. Bateu na porta e logo foi atendido pelo Kim, que curiosamente estava com um sorriso no rosto que Jimin não via a muito tempo, mais precisamente desde que descobriram a traição de Yoonsung.

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