Quatro

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Meu vôo aterrissou nas frias terras norueguesas pontualmente às nove da manhã. Era segunda, e o fluxo parecia mais intenso, mesmo sendo pra muita gente a primeira semana de trabalho depois das férias.

Marco: Já chegou? (09:02)

Marco tentava parecer calmo com a proximidade de um jogo importante como esse, e com o fato de que, pela primeira vez como jogador do Real Madrid, ele seria titular em um jogo, mas eu conhecia bem o meu melhor amigo para saber que a mínima menção a palavra “final” trazia uma onda de apreensão e nervosismo à sua mente. A final da Supercopa da UEFA não era nenhuma final de Champions League ou do grandioso campeonato espanhol, mas era igualmente importante.

Flora: Estou esperando minhas coisas. Como você está? (09:05)

Marco: Estou bem. (09:05)

Flora: Eu te conheço bem o bastante pra dizer o contrário, Asensio. (09:06)

Marco: Estou bem. (09:06)

Flora: Você quem sabe. Será que conseguimos nos encontrar antes do jogo? (09:08)

Marco: Zizou vai nos liberar para o jantar. (09:08)

Marco: Meu pai e Igor já chegaram. (09:08)

Marco: Pensamos em procurar algum restaurante pequeno. (09:08)

Marco: O que você acha? (09:10)

Flora: Se isso foi um convite, eu aceito. (09:12)

Marco: Vou te esperar na recepção. (09:15)

Eu sorri e não respondi. Guardei meu celular no bolso ao notar de longe minha bagagem finalmente aparecer na esteira. Recolhi a mala roxa de rodinhas quando ela se aproximou de mim e sai andando em direção à imigração. Todo o processo foi cumprido, e eu chamei um UBER em direção ao hotel onde eu ficaria hospedada pelos próximos dois dias, que era o mesmo do resto do time e das famílias e amigos dos jogadores.

Ao chegar ao meu quarto, eu desabei na cama e não despertei pelas duas horas seguintes. Um incômodo familiar na boca do estômago me despertou próximo à hora do almoço e eu resolvi sair em busca de um fast food que resolvesse meu problema de uma vez.

Sorri satisfeita ao encontrar um Subway. Tive alguns problemas de comunicação com o atendente antes de montar meu sanduíche, mas tudo foi resolvido com o uso do bom e velho inglês.

Devorei o sanduíche em poucos minutos e resolvi voltar para o hotel. Acabei caindo no sono novamente e acordei com uma ligação de Marco.

- Você estava dormindo, não estava? – ele perguntou assim que eu atendi.

- Totalmente apagada. – resolvi ser sincera. – Estou atrasada?

- Na verdade não. Meu pai e Igor preferiram me deixar descansar hoje. Mas eu estou elétrico demais pra isso. Pensei em sair pra dar uma volta e queria companhia.

- Eu desço em cinco minutos. – eu afirmei e quase pude ouvir seu sorriso se formar do outro lado da linha. – Te vejo lá embaixo.

🍀

Marco pareceu incrivelmente mais tranquilo depois de nosso passeio pela cidade. Foi reconhecido por alguns fãs do Real que o acompanharam no Espanyol, e concedeu autógrafos, tirou fotos, sempre sorrindo. Se tinha uma coisa que Marco Asensio jamais faria, essa coisa seria ser grosso com alguém que reconheça seu trabalho. Por mais cansado ou baixo astral que ele pudesse estar, ele jamais negaria um autógrafo a um fã.

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