Lucky

Dezenove

Minhas pernas tremeram e se cruzaram, buscando firmar o meu corpo em pé. Eu olhava para o homem ajoelhado a minha frente sem acreditar no que eu tinha acabado de ouvir.

Aquele era Marco Asensio. O garoto que eu conheci aos treze anos, ao lado de quem eu cresci, a quem eu ensinei muito e que tanto me ensinou. Meu melhor amigo, que eu vi crescer e se tornar um homem incrível.

O homem da minha vida.

- Marco... mi amor. Cariño.

- Por favor, não diga não. Mas se disser, não faça isso na frente de todos.

Cai na gargalhada e fiz um cafuné nos cabelos dele, me ajoelhando a sua frente. Passei minhas mãos sobre o rosto dele, beijando a testa dele.

- Eu jamais diria não ao que eu mais quero nesse mundo. Devo dizer oui porque estamos na França ou apenas um sim vale?

Com pressa, e um sorriso de orelha a orelha, Marco se levantou e me abraçou pela cintura, me girando no ar, enquanto sussurrava repetidas vezes as minhas frases preferidas no mundo vindas dele.

- Eu te amo. Eu amo vocês duas. Você é o amor da minha vida, Flora. Eu te amo demais.

- Eu te amo tanto, cariño. Você nem imagina o quanto. Você é maravilhoso. - cobri meu rosto me soltando do abraço apertado de Marco. - Meu Deus. Isso realmente está acontecendo?

O espanhol a minha frente puxou minha mão esquerda do meu rosto e deslizou o anel pelo meu dedo anelar, depositando sobre ele um beijo delicado.

- Isso está acontecendo, mi amor. - ele me puxou pela cintura e eu apenas tive tempo de entrelaçar meus braços entre o pescoço dele e fechar os meus olhos, sentindo à última instância todo o amor presente ali.

Marco Asensio era o amor da minha vida. Eu era a mulher mais sortuda do mundo por tê-lo ao meu lado.

Eu me casaria com ele.

Deus, isso ainda parecia surreal.

Os olhos de Marco brilhavam, até mesmo levemente marejados, e ele olhava sorridente para mim.

- Você não está chorando, está, cariño? Se você chorar, eu também vou chorar, e você sabe que é verdade.

Ele soltou uma risada torta, fungou e enxugou de leve os olhos, o que imediatamente trouxe lágrimas aos meus. Logo, ele passou a secar as minhas lágrimas e eu as dele, numa cena comovente e patética ao mesmo tempo.

- Eu só não consigo acreditar que chegamos até aqui. Quero dizer, Dios mio. Há menos de um ano atrás estávamos deixando de ser amigos, e passando a tentar viver um relacionamento que jamais tínhamos imaginado. E onde estamos agora? Com uma princesinha a caminho e vamos nos casar.

- Tivemos um bom ano, certo?

- O melhor deles, mi amor. Eu te amo, minha noiva.

Sorri ao ouvir o termo que ele utilizara para se referir a mim.

- Eu te amo muito, meu noivo.

🍀

Paris nos proporcionara dias incríveis, mas Madrid pedia por nós.

Marco e eu tínhamos noção de que nossa rotina viraria do avesso quando descobrimos uma bebezinha que nasceria em algumas semanas, mas não imaginávamos o quanto a preparação para a chegada dela também passaria a ocupar alguns dias das nossas férias antes do início da temporada. Teríamos exatos 50 dias para organizar a casa antes que Marco retomasse os treinos e preparar a chegada da pequena juntos, que semana a semana, crescia dentro de mim.