Lucky

Onze

A semana de provas na faculdade foi superada com êxito e eu rumava ao fim do segundo semestre da faculdade, a cada dia mais apaixonada por tudo o que eu aprendia e pela minha futura área de trabalho.

Alicia concluía o terceiro ano de faculdade sorridente e satisfeita, sonhando em passar mais um mês em trabalho voluntário e em me levar com ela dessa vez. Ela parecia decidida pela cirurgia geral como especialidade, quando chegou em casa há algumas semanas com os olhos brilhando e um livro de obstetrícia embaixo do braço. Ela sorria me contando sobre a nova professora incrível da matéria e o quanto ela estava cogitando a possibilidade de trazer crianças ao mundo como forma de ganhar a vida. Eu a apoiaria em todas as decisões dela, e estava muito feliz em ver a minha amiga feliz.

Os encontros dela com Mateo Kovačić também eram infalíveis em colocar um sorriso ou dois no rosto da minha amiga. O croata se provara uma excelente companhia para todas as horas e um namorado ainda mais incrível para Alicia.

Era oficial: Mateo Kovačić e Alicia Sophia Vergara estavam namorando. Longe da cruel mídia futebolística, é claro, e sempre próximos de Marco e eu, era impossível não gostar de ver os dois juntos, que eram só sorrisos em boa parte do tempo.

Asensio também conquistou muito durante esse tempo, anotando sua participação em mais algumas partidas depois de sua incrível estreia, e entrando no meio de um, marcando mais um gol com a camisa do Real Madrid. O próximo jogo seria no dia seguinte, em casa, contra o Sporting, pela primeira rodada da fase de grupos da Champions League.

Tudo parecia bem no nosso pequeno universo.

O tempo pareceu voar nas semanas seguintes, trazendo o dia 13 de setembro com uma pressa inesperada.

Aquela data marcava a passagem de um mês desde que eu e Marco nos beijamos pela primeira vez. Há um mês, eu sentia meu coração quase voar pela boca quando eu via o jogador, mesmo que de longe. Há um mês, seus toques provocavam em mim uma sensação indescritível, arrepios que eu jamais imaginei que iria sentir. Há um mês, minha boca encontrava a dele e eu não conseguia pensar em mais nada.

Um mês desde que Marco Asensio mudou a minha vida. De novo.

Acordei naquele dia sem nem pensar na data. Uma dor de cabeça lancinante me atingiu na noite anterior, me levando para o quarto às nove horas da noite, e me tirando o sono boa parte da madrugada. Eu ainda estava um tanto quanto atordoada quando levantei, então estranhei ao ver um lindo girassol sobre a minha cômoda, junto com uma caixa dos meus chocolates preferidos e um cartão.

“Há um mês, a minha melhor amiga me beijou e eu não podia estar mais confuso quando isso aconteceu. Agora, tudo o que eu quero e chegar na sua casa e te dar um beijo e sentir o frio na barriga que eu sinto toda vez que faço isso. Obrigada pelo melhor mês da minha vida, Flora.”

Eu sorri e imediatamente procurei meu celular, puxando a conversa de Marco e digitando sem pensar muito no que estava escrevendo:

Flora: Eu acordei com uma surpresa: minha flor preferida e uma caixa dos meus chocolates preferidos. Tem também um cartão, mas sem assinatura. Devo temer o meu vizinho que tem cara de maníaco ou posso desconfiar de você? (07:13)

Marco: Eu me entreguei totalmente, né? (07:15)

Marco: É só uma pequena surpresa. E uma forma de agradecer pelos últimos dias que temos vivido juntos. (07:16)

Marco: Não é uma data que precisamos comemorar. Se você não quiser... (07:18)

Flora: Muito obrigada. Mesmo. Farei bom uso dos chocolates, estou precisando, e a flor vai me fazer companhia à noite. (07:18)