Quinze

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O dia 21 de janeiro amanheceu ensolarado e lindo, do jeitinho que meu namorado merecia que seu dia fosse. O aniversário de 21 anos de Marco tinha finalmente chegado, o que significava que, em menos de um mês, seria a minha vez de atingir a maioridade mundial.

Com toda a confusão da mudança e de nossa ida e volta para Mallorca para a virada do ano, eu mal tive tempo de pensar em algo muito elaborado para comemorarmos o dia do meu namorado. No fim das contas, quem veio com a ideia de comemorarmos em Mallorca e de uma festinha para os amigos e família foi Igor, que se encarregou de avisar a todos e pensar em uma boa data.

Surpresa, é claro. Que graça teria se Marco soubesse de tudo?

Tio Gilberto e minha mãe também ajudaram. O aniversário não poderia ser comemorado no próprio dia 21, uma vez que o campeonato já estava de volta em andamento e a equipe teria jogo no dia. Para que a data não passasse em branco, teríamos um jantar em casa depois da partida, inclusive com alguns dos meninos do time, que aceitaram o convite.

Acordei cedo por puro instinto, porque meu sono era maior do que tudo. Tateei o outro lado da cama e não encontrei Marco. Imaginei que ele já tivesse saído, mas preferi conferir a cozinha antes de mandar uma mensagem.

De costas, na mesa de jantar, estava meu namorado, um copo de suco de laranja e o Instagram, seu companheiro inseparável.

- Bom dia, aniversariante. – fiz um charme na voz e beijei o pescoço exposto dele. – Feliz seu dia, cariño.

- Obrigada, cariño. Muito feliz. – ele se virou torto e me beijou. Eu me sentei em seu colo e ele segurou minha cintura.

- O que está fazendo?

- Vendo algumas mensagens. Tanta gente me mandando parabéns. Não sei nem o que devo responder, o que pode ficar pra depois. Queria responder todas, mas...

- Você sabe o que eu vou dizer, não sabe?

- Ignorar as que não me acrescentam em nada. Eu sei.

- Exatamente. Mas faça isso rápido, ou vai se atrasar.

Ele olhou o horário no celular e terminou com pressa o suco de laranja, me dando em beijo em seguida, pegando suas coisas e saindo apressado.

Eu tomei meu café calma, trocando mensagens com Alicia, que iria comigo ao Santiago Bernabéu, e combinando nosso encontro. O jogo começaria no meio da tarde, e eu ainda tinha um tempo até começar a me arrumar, então resolvi organizar algumas coisas para o jantar mais tarde. Toda a comida seria preparada por um restaurante e entregue na nossa casa, então separei pratos, taças, coloquei as bebidas na geladeira e pedi a opinião de Jade e Alicia para a minha roupa para a noite.

Tomei um banho de banheira, relaxei por quase meia hora, e então pedi meu almoço nada saudável: pizza. A pressa e a fome eram maiores do que a necessidade de me manter na minha imaginária dieta.

Sequei meus cabelos com calma, me vesti e encontrei com Alicia na porta de casa. Ela estava de carro, o que nos atrasou um pouco, já que estacionar em Madrid em dia de jogo do Real era praticamente impossível, ainda mais no estacionamento do estádio.

Nos acomodamos no camarote junto de Tio Gilberto e Igor enquanto a tradicional voz anunciava a escalação do jogo, incluindo os reservas, caso de Marco e Mateo naquele jogo. Tanto eu como Alicia fizemos um estardalhaço ao ouvir os nomes de nossos namorados anunciados e mostrados nos telões espalhados pelo gigante Santiago Bernabéu.

O Real entrou em campo e as arquibancadas foram ao delírio. Ouvir aquilo era maravilhosamente ensurdecedor, mas trazia um inesperado frio à barriga e uma alegria inexplicável. Sergio, como capitão, liderava a fila, seguido respectivamente por Navas, Varane, Nacho e Marcelo, goleiro, zagueiro e laterais direito e esquerdo, respectivamente. O meio de campo veio com Modric, Casemiro e Kroos, e o trio de ataque fechava a escalação com Lucas Vázquez, Benzema e Cristiano Ronaldo.

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