CAPÍTULO 10

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Kris se deitou na mesa do escritório para dormir. Nem mesmo a quantidade abundante de chá foi capaz de resistir à sua sonolência. Para uma pessoa como ele, que não pôde dormir por pelo menos 3 dias, um pouco de sono era definitivamente essencial.

Parece que a minha conversa com ele tinha aliviado muito um pouco da pressão e como médico, então eu estava muito satisfeito.

Enquanto eu saía da sala de controle com copos vazios, eu vi Mike acenando para mim continuamente. Eu fui até ele com um sorriso e coloquei o copo vazio em suas mãos. "Foi desconfortável assistir?"

"Você foi tão incrível!" Os olhos dele brilhavam. "Você precisa saber que eu não estive em casa por mais de 24 horas, e que a minha namorada pensa que eu vou fugir com você."

"Oh, sério?" Eu pisquei para ele. "Parece que sua namorada sabe como apreciar os meus charmes."

"Me poupe." Ele respondeu indiferente. "Mas é verdade que Sr. Sobrevivente realmente caiu nos seus charmes."

"Mas é claro. É minha obrigação deixar um garoto chateado feliz." Eu disse e andei na direção do banheiro. "Não esqueça de trazer mais dois copos de chá, não terminamos ainda."

Mike encheu os copos preguiçosamente. "Bom, parece que eu sou o bartender. Continue fazendo aquele garoto falar. Nós somos responsáveis por observar a platéia."

Quando eu saí do banheiro, olhei para Kris que ainda estava dormindo, cabelo dourado desgrenhado contra a mesa.

"Por conta das minhas significantes contribuições aqui, você não pode revelar alguns dos detalhes conhecidos pelos peritos?" Eu disse.

"Olha, Frank, se o morto falar, seria uma coisa muito assustadora. Já que você não tem treinamento profissional, eu tenho medo que seu coração não seja capaz de aguentar." Ele disse.

"Eu vou ser responsável pelo meu coração." Eu disse. "Tenho os melhores remédios cardiológicos."

"Sério? De que marca são?" Ele riu e olhou para mim.

Eu o assisti desamparado. Saquei uma garrafa de pílulas da minha bolsa preta "Não tenho o hábito de revelar os problemas da minha saúde para colegas de trabalho... e além do mais, eu não trabalho no ramo da polícia."

David olhou para a garrafa de pílulas e ponderou, "Isso parece ser de uma marca muito famosa."

"Não questione o meu gosto." Eu disse, "Eu nunca consumi marcas populares."

"Oh, esse talvez não seja um hábito bom." David disse. "Ou talvez você morra miseravelmente."

"O que? O seu coração parou de funcionar depois toda a carga que você recebeu em um dia?" Perguntei. "Eu pensei que ataques cardíacos fossem normais em pessoas como você."

"Frank." David segurou a pequena garrafa de pílulas com curiosidade e olhou para mim. "Se algum dia eu descobrir que você é mágico nas horas vagas, eu definitivamente vou te prender."

"Oh, então é isso, eu deveria pedir para ser preso com aquela pequena criança, então?" Eu ri e perguntei.

"Como?" Ele me bateu com seu braço. "Na verdade, você não tem um hobby muito normal."

"Olhe para todos os seus pensamentos sujos." Sorri. "Só estou continuando com meu trabalho, algo que vocês, pessoas vigorosas não entenderiam... magia oriental." Eu me virei e saí para a sala de controle.

Eu abri a porta para tirar Kris de seus sonhos, quer dizer, se fosse na verdade um sonho bom.

"Me desculpe," Eu usei meu pé para fechar a porta, "por interromper seus doces sonhos." Kris pareceu ponderar sobre uma decisão, antes de me entregar uma risada gelada. Acho que ele quis dizer que seus sonhos não foram contos de fadas. "Você está com fome?" Eu perguntei. "Se você não se importar, eu gostaria de recomendar o noodles de frutos do mar, apesar de não ser autêntico, tem suas qualidades."

"Tudo bem, não estou com fome." Ele disse e usou suas mãos para arrumar seu cabelo desgrenhado.

"Tudo bem então." Eu sorri. "Você quem sabe."

Seu rosto parecia um pouco muito pálido para um asiático, seus traços faciais e seu queixo pareciam bem em forma, finos como se tivessem sido esculpidos. No entanto, ele tinha um par de olhos impetuosos, olhava para as pessoas como se tivesse uma camada de névoa o cobrindo.

"Você sabe muitas coisas das quais eu não estou consciente?" Perguntou de repente.

"Por exemplo...?" Olhei para ele.

"Por exemplo... coisas à parte de mim, nesse escritório federal, nesse exato momento..." Ele olhou. "Tem mais pessoas do nosso grupo?"

"Pessoas mortas?" Eu não conseguia entender sua intenção, então eu recorri a escolher as minhas palavras cuidadosamente.

Suas pupilas pareciam refletir uma emoção perdida, aparentemente selecionando as palavras. Ele disse também: "Todos... estão mortos?"

"Você não sabe?" Olhei para ele, pensando comigo mim mesmo sobre as expressões peculiares, e as regras super protegidas que Mike e David estavam conversando antes. "Eu sou só um médico, mas acho... que se você conseguir ajudá-los, e me refiro a polícia, eles fariam o melhor para te ajudar também."

Aquele par de olhos bonitosparecia ter sido coberto com uma camada mais grossa de névoa, recuando para umasombra ainda mais escura.

48 HOURSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora