CAPÍTULO 12

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Baekhyun estava encolhido no chão do banheiro. Uma fina corda de plástico branca estava enrolada firmemente em seu pescoço, uma de suas mãos ainda segurando Tao, que estava em pé ao seu lado.

A respiração de Baekhyun cessou.

Chanyeol se abaixou, olhando para a corda de plástico branca, parecia que ele estava tentando se concentrar em sua visão e audição.

"O que aconteceu?" Kai olhou para Tao furiosamente. Tao, com o rosto pálido, evitou o olhar; Luhan encostou-se a parede, em silêncio.

"Luhan..." Chanyeol pegou o pedaço de corda, voltando-se para Luhan, "Não foi essa corda que você achou no cofre?"

Olhando para Chanyeol, Luhan tentou ajudá-lo a levantar do chão, mas ele foi empurrado pra longe, "Por que você não nos falou nada antes?!" Chanyeol urrou, sufocando em lágrimas. Ele tocava o rosto de Baekhyun com cuidado, afagando seus cabelos e deixando lágrimas caírem em suas bochechas.

Luhan baixou os olhos, afastando a mão que foi empurrada para longe.

"O que é isso?" Jongin se levantou, caminhou em direção ao espelho com um olhar de dúvida. "Mandarim?" Ele virou a cabeça pra trás lentamente, olhando na direção de nós quatro.

"Você só mata a gente, coreanos, não eles... Isso é algum segredo entre vocês chineses?" Ele nos olhou ameaçadoramente, usou toda sua força e empurrou o peito de Tao, que não revidou.

"Você entendeu errado." Eu segurei a mão que ele usou para empurrar o Tao.

"Certo, como eu poderia ter esquecido?! Você e ele." Jongin apontou um dedo para Yixing. "Vocês dois estavam no quarto ao lado, como poderiam ter chegado tão depois que o resto de nós?!"

"Eu disse pra ele não se aproximar." Tao estreitou os olhos para Jongin, provocativamente.

No segundo seguinte, a única coisa que vi foi Jongin e Tao trocando socos.

Jongin gritando e chorando era uma cena rara. "Sem falar nada, como você pôde matar o Baekhyun?!"

Ao lado da porta, Tao, pisando no Jongin, falava rapidamente em mandarim,."Porra, não pense que só você tem coragem!"

"Ah!" Jongin se levantou e atacou Tao novamente, que era bem mais alto que ele, transtornado, seus olhos queimando em pura insanidade. Tao lutou com ele se movendo até a sala de estar, lhe deu um soco no rosto com o cotovelo e deu outro golpe, dessa vez no joelho. Jongin se ajoelhou; Tao chutou sua cintura e Jongin nos olhou com uma expressão excruciante

.

"Parem de brigar!" Luhan, de forma desesperada, puxou Tao para longe, mas ele nos olhou como se não conseguisse mais se controlar. Ele não parou de tentar machucar Jongin, até eu usei toda minha força para empurrá-lo pelas costas.

Dentro daqueles segundos de silêncio, Luhan soltou a mão que estava segurando Tao firmemente. Tao virou de costas. Chanyeol caminhou em direção a Jongin que estava machucado, mas ele se levantou e estendeu a mão para uma garrafa de alguma bebida alcoólica que estava na mesa de chá. Ele cambaleou, andando em direção às costas de Tao.

O tempo pareceu ir mais devagar na minha mente. "Tao!" Yixing gritou totalmente horrorizado. Tao se virou para olhar pra Yixing e logo percebeu Jongin quebrando a garrafa em sua direção. Ele usou o braço para se defender instintivamente; a garrafa se espatifou em seu braço e a bebida espirrou em seu cabelo. Quando Tao levou as mãos aos olhos, parar protegê-los do álcool...

O relógio na parede marcou o horário...

Tao arregalou os olhos na direção de Jongin, traumatizado. Ele abaixou a cabeça novamente, seu olhar fixado na garrafa quebrada apunhalando seu abdômen. Seu corpo inteiro foi forçado pelo vidro, quebrado até colidir com a parede atrás.

Naquele instante tudo parecia inaudível, meus instintos se despedaçaram dentro de mim; havia apenas a expressão desamparada e oprimida de Tao, e sua barriga que estava sangrando muito.

Yixing correu desesperadamente, empurrando Jongin, que estava atordoado; Tao deslizou pela parede, deixando uma mancha de sangue, em um tom vermelho escuro na parede.

Eu tropecei, acho que caí duas vezes no processo, vi a cabeça de Tao inclinada para o lado, com os olhos idênticos de quando os vi pela primeira vez.

"Kris... está doendo..." Ele disse com dificuldade.

Eu falei alguma coisa, ou não falei? Não me lembro mais. Minha mente era apenas um vazio, talvez meu sistema imunológico tenha cortado tudo.

Depois disso, Tao adormeceu. Ele não se mexeu, ficando mais frio a cada segundo.

Manchas pretas cobriram vinha visão, minha audição ficou completamente abafada. Me levantei e peguei uma garrafa de vidro, a quebrei contra a lateral da mesa de chá e cambaleei até Kim Jongin, que estava no canto da sala.

Ele ainda estava parado lá, completamente atordoado. Ao lado dele estava Chanyeol, tentando seu melhor para afastá-lo, mas era tarde demais. Seu pescoço parecia muito vulnerável. Tudo vai acabar rapidamente.

Chanyeol tentou me parar, mas eu o segurei pelo colarinho e o joguei no chão.

Parecia que eu estava possuído. Levantei a garrafa de vidro quebrada e a virei suavemente; "Você irá fazer companhia para o Tao."

O rosto de Luhan apareceu na minha frente antes que eu pudesse abaixar meu braço.

Um alarme soou em minha cabeça e minha mão parou por um segundo. Baixei a cabeça e vi Luhan entre eu e Jongin.

"O que você está fazendo?" Meus olhos perguntaram.

"Me deixe resolver isso primeiro." Ele saiu do caminho, seu cabelo balançando diante de seus olhos.

Meu cérebro parou de funcionar por alguns segundos, sem entender o que ele quis dizer. Meus olhos vagaram até Kim Jongin, que estava sendo arrastado pra cima por Chanyeol. Eu passei por Luhan e segui em direção as escadas. Mais uma vez, ele bloqueou minha visão, seu corpo bloqueando as escadas, suas mãos sendo pressionadas contra a parede.

Parecia que minha inteligência tinha se deteriorado, como eu pude esquecer que Luhan pertencia ao outro time?

"Você acha que eu não te mataria?" Perguntei a ele.

"Então me mate." Ele me olhou em fúria.

Que descarado! Mesmo assim dei dois passos para trás. Como pude ter esquecido que aquilo era uma disputa entre chineses e coreanos? Além disso, Luhan sempre foi mais profissional de nós. É uma pena que eu não fosse Zhang Yixing. Sempre fui fraco para amizades. Não tentei tirar vantagem da minha resistência; superestimei minha gentileza e minha própria inteligência emocional.

No entanto, de repente ele levou um golpe doloroso no rosto. O nariz espirrou sangue. Ele caiu no chão. "Saia daqui!" Eu olhei pra trás e vi Yixing gritando na direção dele.

Luhan subiu as escadas rapidamente e não olhou pra trás.

Eu pensei que nossos muitos anos de amizade tinham sido arruinados ali, naquele dia fatídico, e eu não tinha nenhuma autoridade nem o direito de reclamar. Eu deveria ser como ele, o sobrevivente perfeito, tirando proveito de tudo e de todos; tomando a iniciativa pra sobreviver. Se olharmos para isso por esse ponto de vista, ele era o mais esperto de todos nós. 

48 HOURSWhere stories live. Discover now