CAP 3 - Barradas.

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Logo após chegarem na cobertura, perceberam que algo não estava certo. O andar inteiro estava reservado para o evento em que os meninos estariam presentes mas no corredor só conseguiram ver pessoas mais velhas, engravatadas e com cara de poucos amigos.
Marina e Elle estavam de tênis enquanto Thalia vestia uma bota de cano curto mas que nem de longe estava a altura das vestimentas das pessoas ali presentes.

— Gente... - Elle resolveu quebrar o silêncio entre nós – isso aqui tá muito estranho.
— Estranho é apelido, só vamos tentar entrar de uma vez. - Marina disse se dirigindo ao segurança de quase dois metros de altura que estava na porta do evento.
— De onde ela tirou tanta coragem assim? - Thalia rebateu seguindo a amiga que já estava na sua frente – a gente nem tem um plano!

A súplica de Thalia foi por água abaixo quando ela viu Elle e Marina já conversando com o segurança. Quando chegou mais perto, pode ouvir a conversa.

— Só com nome da lista, senhoritas. - O segurança adverteu.
— Mas nós estamos hospedadas nesse hotel! - Elle rebateu tentando contornar a situação – É sério! Você pode checar nosso nome na recepção se quiser.
— Não é questão de vocês estarem hospedadas ou não, senhoritas – O segurança insistia em ser educado com a gente – É um evento privado para a divulgação de uma banda latina. A maior parte presente são produtores e donos de gravadoras – ele olhou para os lados para ver se ninguém estava prestando atenção no que ele estava prestes a dizer – E o evento está entediante. Vocês não iriam gostar.
— Nos produzimos tanto para nada – Marina bufou se dando por vencida e entendendo a situação.
— São Paulo é gigante, senhoritas – a educação não parava, acho que era de praxe ele falar isso para todos – Vocês podem sair ainda, é sábado a noite! Tem uma balada muito boa aqui no mesmo bairro.
— Obrigada – Thalia suspirou – de verdade. Desculpa por tomarmos tanto do seu tempo e da sua paciência. Tenha uma boa noite... - A garota fez cara de confusa, não sabendo como o chamar. - Senhor?
— Paulo – ele riu – Boa noite, senhoritas.

As garotas sairam bufando do andar e ao entrarem no elevador, desabaram. Elas não sabiam o quão difícil ia ser ter algum contato com os meninos. Elas nem sabiam se eles estavam no evento pois depois do último storie que elas haviam visto no quarto, eles não tinham postado mais nada.

— O que o Paulo falou é verdade. - Thalia fez questão de tirar as amigas do transe.
— Quem é Paulo? - Elle perguntou confusa. Ela realmente não tinha prestado atenção em nenhuma parte da conversa.
— O segurança, Elle! - Marina bateu na testa da amiga, como menção dela acordar.
— Depois que ele disse que não poderíamos entrar no evento, não prestei atenção em mais nada. Poxa vida, não é como se a gente fosse sequestrar eles. Nós só queríamos... - Elle parou tentando encontrar a palavra certa – Encontrar? Abraçar? Beijar? - por fim, as três acabaram na gargalhada da situção em que haviam se metido.
— Nós vamos para a balada que o Paulo nos indicou, ok? - Thalia pegou seu celular da bolsa e começou a digitar pesquisando qual era o nome da balada e qual era o estilo dela. - Balada pop, gostamos, certo? - A garota perguntou e sem dar tempo para uma resposta, continuou – Só vamos pegar nosso santo dinheirinho e pedimos um uber.

Em menos de quinze minutos as três meninas já estavam no lobby do hotel esperando o uber chegar. Marina ainda parecia um pouco chateada com a situação em que elas tinham acabado de passar e Elle, como sempre, estava afundada em seus pensamentos.

— Eu ainda acho que isso não vai dar certo – Marina estremeceu na poltrona confortável que elas estavam sentadas.
— Você tem quase dezoito, dúvido que o segurança vá pedir seu documento – Elle se desvenciou de seus pensamentos – É sábado a noite, a fila deve estar gigante.
— É nosso uber, ele chegou – Thalia avisou as amigas, se levantando da poltrona - Alguém tem chiclete? Estou sentindo que a noite vai ser ótima!

Após cinco minutos de uber, as garotas chegaram na Lux Club, a balada era enome e a fila também. Logo quando saíram do carro perceberam o segurança conferindo o documento de todos que entravam.

— Eu falei – Marina bufou - Vocês não me ouviram.
— Não tem problema – Thalia pegou novamente o celular solicitou um uber. - Nós voltamos, pedimos alguma coisa pra comer e assistimos TV.
— De jeito nenhum, vocês estão loucas? - Marina, que agora tinha pego o celular da mão da amiga, tentou cancelar o uber, vendo que não era mais possível.
— Eu não estou te entendendo, amiga – Elle questinou, vendo a fila da balada aumentar cada vez mais – Se vamos ficar, acho melhor irmos para a fila, ela já tá cruzando a esquina!
— Eu vou para o hotel, vocês ficam e curtem a balada – Ao ver que as amigas iam a questionar, voltou a falar – É sério. Eu estou cansada, gente. Vou para o hotel, como alguma coisa e fico no celular ou assistindo TV. Nem pensem em me questionar!
— Eu ainda não acho isso uma boa ideia – Thalia revirou os olhos, sabendo que não adiantava falar quando a amiga já tinha uma opinião sobre isso – Se formos ficar, você vai embora com o uber e vai direto para o hotel! Você precisa prometer isso, Marina, se eu te perder aqui sua mãe me mata!
— Nos mata, bate, tira nossa pele e frita igual bacon! - Elle completou, deixando bem claro o medo que ela tinha da mãe da amiga fazendo as três se acabarem de tanto darem risada.
— O uber chegou – Thalia disse se referindo ao carro que estava estacionado de frente para a boate.
— Do uber para o hotel e do hotel para o quarto, prometo! - Marina deu um beijo nas amigas e foi caminhando até o carro – Se divirtam e não bebam demais! Amo vocês, doidas!

A fila estava quase na vez das duas garotas que estavam animadas para curtir a noite paulista, mal sabiam o que estava prestes a acontecer, tanto na balada como no hotel.

Good EnoughWhere stories live. Discover now