CAP 4 - 30 minutos.

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Marina POV pt. 1

Eu estava exausta. Fala sério, barrada em duas festas! DUAS! Isso era uma injustiça com meu pobre ano de nascimento. Esse pensamento ficava rodeando minha cabeça na medida em que a motorista do uber - por sorte mulher - dobrava as curvas das avenidas de SP, seguindo para o grande e chato hotel que eu teria de ficar. Tudo bem que é o mesmo que eu estava animada há algum tempo atrás, mas era porquê eu estava prestes a ver meus ídolos, poxa! Mesmo assim segui calada no banco de trás, brincando com a barra de minha saia evitando olhar para a motorista, senão ali mesmo iria desabafar com ela sobre como estava desapontada.

- Que carinha é essa? Você está parecendo minha filha quando vai em uma festa e depois me liga dizendo que foi barrada pela idade. - disse a ruiva que conduzia o veículo entre risos, o que acabou me fazendo soltar um riso fraco junto à ela na medida em que levantava o rosto a olhando pelo retrovisor.


- É... Foi isso mesmo, e ainda mais em duas festas, você acredita!? Eu estou indignada... Mas tudo bem, minha liberdade vai cantar ano que vem, estou confiante...? - indaguei já me animando naquela conversa, quando deixei em aberto para que ela completasse com seu nome.


- Vera Lúcia, prazer. E você pelo jeito não é a Thalia não é? Vi pela foto do aplicativo que ela ficou lá e te mandou de volta pro ponto de partida...


- Marina - respondi sorrindo e aproveitei para me aproximar mais e apoiar o rosto entre os dois bancos da frente enquanto conversava com ela.

Vera Lúcia havia me deixado devidamente na porta do hotel, comentando sobre aquele grupo de meninas em frente ao prédio, e eu, claro, me fiz de desentendida. A mulher só não me deixou dentro do quarto o por quê não sei. Mesmo assim, Eu já estava super cansada e decepcionada com aquele dia, sem contar que só teríamos ele e uma parte da manhã do outro dia para nos encontrarmos com os meninos ali. Suspirei profundamente, fechei os punhos no qual um deles já segurava a chave do quarto e arrumei minha postura entrando no hotel, seguindo pela enorme sala de espera até o elevador já apertando o botão do mesmo. Assim que ele chegou, ouvi um murmúrio na sala de espera mas aquilo deveria ser normal, até porquê o salão era enorme e qualquer conversa dita ali fazia eco.


Entrei na cabine me encostando contra o espelho e apertei o botão de número 14, mas assim que a porta ia se fechando, ouvi passos como de corrida se aproximando e de repente uma mão um tanto grande parou o sensor, fazendo a porta se abrir novamente. Eu já iria bufar em reclamação quando fui surpreendida por aqueles belos olhos verdes e aquele sorriso largo extremamente cativante.

- Quase que eu perco! Zabdiel vai me matar se eu aparecer lá sem a carteira dele!

Eu. Mal. Podia. Acreditar.


Não mesmo, jamais! EU ESTOU NO MESMO ELEVADOR QUE ERICK BRIAN COLÓN ARISTA?! Como já dizia Beyoncé: can be a sweet dream or a beautiful nightmare.

- A-Ahn... Bom... É, melhor ir buscar mesmo. - sério Marina? Um GATO desses na sua frente, você com mil assuntos para puxar responde isso? Parabéns e cuidado com a burra.


- Você é brasileira mesmo? Ah, que bom eu vou em um andar acima do seu. - disse o moreno olhando o painel de andares com o número 14 aceso na medida em que apertava o 15.


- Sim... Não, quer dizer SIM eu sou paulista... Estava indo com umas amigas para... Espera um pouquinho, antes de tudo, como você se chama?


- Humm... Erick. Me chamo Erick, e você?


- Marina. - eu estendi a mão pra ele. Ai meu Cristo amado, e se ele ignorasse meu aperto de mão? Eu iria fingir que estava indo limpar algo na camisa dele, é isto.


- É um prazer conhecer você. - PAUSA PRA RESPIRAÇÃO DE ALÍVIO além de ter me dado uma bela encarada dos pés à cabeça, ele apertou minha mão, me sinto super íntima agora. Incrível a rapidez na qual eu pego intimidade com as pessoas. Eu mal pude continuar o assunto quando vi as portas se abrirem no meu andar.

E agora, eu peço ou não uma foto? Peço o número e passo a cantada ou apenas sorrio? OU NÃO FAÇO NADA? Tá Marina, calma. Eu sorri gentilmente saindo do elevador porém ao estar totalmente fora da cabine, ouvi mais uma vez aquela voz angelical chamar meu nome, o que tinha me feito derreter horrores por dentro, mas mesmo assim segui firme.

- Marina! Então... Você vai sair ainda hoje? E você também estava me contando algo e não terminou, lembra?


- É verdade né? Eu ia falar sobre minhas amigas mas acho que você deve estar apressado, não quero ocupar seu tempo. -falei na maior cara de pau enquanto arrumava a manga da minha camiseta branca.


- Sei que é super cedo mas... Você pode me dizer o número do seu quarto? Eu vou buscar umas coisas de um amigo e eu prometo que volto. Quero mesmo saber o que você tem pra falar. - disse o moreno dando um sorriso de maneira ladina, enquanto tirava a mão do sensor, fazendo uma certa pressão para que eu lhe contasse rapidamente o número de meus aposentos.


- 311, e você tem 30 minutos pra voltar! - foi a última coisa que consegui dizer antes que a porta fechasse e eu ouvisse algumas risadas do garoto.

Beleza. Eu estava completamente desesperada e mais uma vez desapontada. O QUE DIABOS EU ACHEI QUE ESTAVA FAZENDO? 30 MINUTOS? Fala sério, eu não queria sair por baixo, mas trinta minutos pra uma volta foi demais... Acho que ele desiste.

- É Marina, você acaba de perder a sua única grande chance, ¡felicitaciones! - exclamei para mim mesma abrindo a porta do quarto, adentrando o mesmo e batendo a porta com certa força por estar um pouco (talvez muito) metade chateada e metade eufórica com a situação que acabara de ocorrer-.

Good EnoughWhere stories live. Discover now