CAP 6 - Cadê o carro?

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Elle POV pt. 1

Eu não via a hora de sair daquela balada. Pra ser sincera eu odiava qualquer lugar que tinha homem, álcool e músicas juntos.
Peguei o primeiro táxi que vi e passei o endereço do hotel, o motorista não parava de falar comigo e eu apenas murmurava alguma coisa em resposta.
Pra ser sincera, eu estava frustada, tudo estava dando errado, nós não teríamos tempo amanhã, teríamos uma pequena parte da manhã e da tarde. Além do mais, eu também estava preocupada por ter deixado a Thalia sozinha na balada, se bem que ela já esta bem grandinha e sabe se cuidar sozinha.

O táxi parou em frente ao hotel, do outro lado da rua pra ser mais exata, estava quase deserto, tirando o fato de ter uma BMW estacionada na frente do mesmo.
Eu atravessei a avenida e quando estava passando em frente ao carro, ouvi o barulho da buzina, apenas ergui o meu dedo médio em resposta. Não estava com humor pra gracinha de pervertidos.

- Hola...não queria ter buzinado, não sei mexer nesses carros - disse uma voz conhecida e eu parei no meio do caminho - ainda.

Gelei ao escutar a voz e o sotaque. "Não pode ser", dei meia volta e sim, era quem eu pensava ser, a pessoa estava com a cabeça pra fora do carro e tinha um sorriso amarelo no rosto.

- T-Tudo bem....eu fui.... é, eu exagerei um pouco também.

Eu havia me aproximado da janela do carro e falava com o rapaz.

- Ok - ele sorriu - você fala muito bem espanhol, é bom não ter que falar inglês - e revirou os olhos. "É, nós sabemos como é seu inglês, bebê!", pensei. Estava muito nervosa, pra ser sincera eu tremia mais que vara verde e não sabia o que falar e muito menos o que fazer.
De repente senti alguém me cutucar e quando virei, dei de cara com ninguém menos que Erick Brian. MEU OUTRO ÍDOLO ESTAVA ATRAS DE MIM, EU NÃO POSSO PIRAR.
"Isso deve ser um sonho, por favor Deus não deixa a Thalia nem a Marina me acordarem até eu conhecer os outros" pensei.
Por falar em Marina, será que eu pego o número dele pra ela? Gravo um saludo? O que eu faço?
Ele me pediu licença e começou a falar com o outro garoto dentro do carro.

- Erick, você ainda vem comigo, não é? - perguntou o motorista
- Hummm, não... Acabou aparecendo um imprevisto - ele coçou a nuca - só vim trazer a sua carteira e avisar que não vou poder ir. Chama o Renato - O RENATO TAMBEM ESTA AQUI? - Ou liga o GPS.
- Que imprevisto é esse?
- Um dos bons... - ele piscou pro rapaz - Enfim, preciso ir...Qualquer coisa liga para os caras, mas não liga pra mim.
E foi embora.

Será que eu já deveria ter ido também? E se ele me achar xereta?

- Então... - começou o garoto - eu posso te desculpar pelo lance do dedo e tal, se você der uma volta comigo. Você é brasileira, não é?
- Sim...sou!!! - EU VOU GRITAR - E eu topo se você souber voltar pro hotel.
- Não dou 100% de certeza, mas temos o GPS. - ele mostrou o celular - Vai ou não? Dou-lhe uma...

Antes dele falar dois eu já havia entrado no carro e colocado o cinto de segurança. Ok, se ele não perguntar se eu conheço ele, eu não vou falar! Não é mentira se ele não perguntar.
- A propósito, me chamo Zabdiel.

Nós estávamos passeando pela paulista, ele ia devagar com o carro e eu tentava falar algumas coisas que lembrava da explicação de Marina. O menino decidiu ligar o rádio e no mesmo momento estava tocando "Se Vuelve Loca" o novo single da banda, eu arregalei os olhos e olhei para fora do carro, enquanto ele cantarolava a música. EU VOU MORRER É OFICIAL.

- Adoro essa música - ele deu um sorriso debochado - e a banda que canta também...
- Uhuummm
- Que foi? Não gosta? - ele levantou a sobrancelha esperando uma resposta
- Ok você me pegou, eu amo a sua banda ok? - Zabdiel deu uma gargalhada maravilhosa e parecia que eu havia chegado no Céu.
- Eu sabia! - o garoto parecia uma criancinha de 5 anos - eu vi você e mais duas meninas tentando entrar na "festa" que estava tendo no hotel.
- Em minha defesa a gente só queria saber o que estava acontecendo - ele soltou murmurou qualquer coisa e continuou cantando a música - VOCÊ NÃO PODE CONTAR ISSO PRA NINGUEM, ELAS ME MATARIAM SE SOUBESSEM!!!
- Seu segredo está a salvo comigo, bela! - e piscou.
TUDO BOM?

Nós passamos em frente a uma sorveteria e eu pedi para Zabdiel estacionar, segundo Marina, naquela sorveteria havia a maior variedade de sabores de toda São Paulo. nós estávamos parados em frente ao grande menu e eu tentava traduzir os sabores e ele apenas fazia cara feia.
- Você tem que ter algumas aulas de português - revirei os olhos - Ok, vou escolher pra você.

Fui em direção ao balcão e pedi dois sorvetes de mamão, antes que me julguem é o meu favorito, se Zabdiel não gostasse eu mudaria de lane.

- E aí? O que achou? - perguntei curiosa e ele fez uma cara de nojo
- Eu amei - e sorriu - pra ser sincero, é um dos melhores que eu já tomei.
- Claro que é, eu que escolhi - disse vitoriosa e ele sujou o meu nariz com o sorvete - Isso não se faz.
- Mas você ficou bonitinha assim - HAN? - Não precisa ficar vermelha, Elle.
- Eu não tô...- não tinha tanta certeza
- Então, me conta - Zabdiel se arrumou na cadeira - porque você estava sozinha no hotel?
- Eu estava voltando de uma balada, deixei uma amiga lá sozinha - ele arregalou os olhos - Ok, não faz essa cara porque eu já estou me sentindo bem culpada. E eu tenho outra amiga que tá no hotel também...
- Por que não ficou na balada? - ele já havia tomado o sorvete e apoiava o queixo na mão
- Eu ODEIO baladas - falei sincera
- EU TAMBÉM - eu sei, por isso somos almas gêmeas - e as pessoas não entendem.
- E você? Ia pra onde com o Erick?
- Bom...ele me disse que tinha visto um vídeo no YouTube com os pontos turísticos de São Paulo e que queria conhecer e como é sábado e estamos no Brasil eu pensei em abrir uma exceção, já que ele não pode ir pra baladas e... - eu comecei a prestar atenção em cada detalhe dele. Zabdiel havia tirado o boné que usava e passava a mão nos cachinhos que eu tanto amava e eu não acreditava que estava sentada em uma sorveteria com o meu ídolo, tudo nele era tão lindo, a boca então nem se fala, ela inclusive estava esperando uma resposta.
- O que? - despertei do transe - Eu estava pensando, desculpa, não prestei atenção.
- Pensando na minha beleza? - ele fez uma pose nada sexy
- Ah, claro - dei um sorriso irônico - Vamos? Quero te mostrar um lugar.

Saímos da sorveteria e quando chegamos no estacionamento, Zabdiel me olhou espantado.
- O que foi? - perguntei assustada
- Cadê o carro? - Zabdiel me perguntou tão assustado quanto eu.

Good EnoughWhere stories live. Discover now