CAP 4 - 30 minutos.

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Marina POV pt. 2

Pois é. Já haviam se passado os 30 minutos. Pra ser sincera já haviam se passado mais de uma hora desde que eu tive aquele encontro maravilhoso e inesperado no elevador, eu não coloquei muita confiança de que ele voltaria, mas nunca se sabe, não é? Eu acabei tirando a roupa top model que estava vestindo e já me encontrava debaixo dos edredons vestindo apenas um top branco e uma calça moletom que eu tinha há muito tempo. Segurava um pacote de bala de gomas em formato de minhocas enquanto assistia atentamente à uma de minhas séries favoritas - The Mentalist (ou El Mentalista, ou O Mentalista), sexta temporada -. Olhava a tela de meu celular a cada cinco minutos esperando algum sinal de vida das meninas, mas tudo estava sendo em vão; elas estavam curtindo uma festa e eu estava ASSISTINDO SÉRIE e além de duas barradas eu levei um TOCO do meu ídolo. Beleza que o último já é de lei mas... Bom, não hesitei em me levantar segurando o controle da TV, aonde entrei no YouTube e digitei Anitta na barra de pesquisa, achando uma playlist com todos os hits da diva. Não deixei tão alto pois não via necessidade já apenas eu iria curtir aquela pequena festa, e assim que ouvi o toque de A Paradinha começar, larguei o controle procurando meu celular e logo o peguei abrindo a câmera de meu Instagram, gravando alguns stories enquanto dançava.

Passada algumas músicas (que por acaso eu estava seguindo perfeitamente bem as coreografias), fui interrompida por batidas na porta; fortes porém não apressadas. Suspeitei ser Elle, já que a mesma ODIAVA todo e qualquer tipo de festa, então voltaria logo para o hotel. Ri tirando alguns fios de meu rosto e corri até a porta a abrindo entre risadas.

- Você nem me invente de querer me barrar nessa festa, porque a dona daqu... - assim que me dei conta da risada de constrangimento que soou pelo corredor, fixei meu olhar no rosto do rapaz que estava em minha frente, me deixando imóvel mais uma vez.
- Tudo bem, não vou inventar nada, eu juro! - disse ele erguendo as mãos em rendimento.


- Erick!? Eu achei que... Droga, eu estou com roupas de dormir agora.

- E eu acho que ficou ainda melhor nelas do que nas que você estava há uma hora atrás. E desculpa ter atrasado, eu precisei mesmo resolver umas coisas com o Zabdiel... Mas o que importa é que agora estou aqui. E aí, vai continuar a história? - questionou o moreno já adentrando o quarto ao sussurrar um pedido de licença que teria sido concedido por mim, que fechei a porta e agora estava encostada na mesma encarando aquela oitava maravilha DENTRO DO MEU QUARTO.

- Não sabia que você gostava de Anitta... Pode me ensinar a dançar? - ergueu uma sobrancelha me encarando.

- Ah... Você não sabe de muitas coisas sobre mim. E eu não sei dançar muito bem mas... Eu tento, eu acho?

E eu tentei. Muito. Terminei a coreografia de Bang insinuando que tinha atirado contra Erick, e o mesmo acabou participando da minha brincadeira, se jogando deitado de braços abertos sob a cama que eu estava deitada anteriormente. Tudo aquilo era como um sonho pra mim, eu nem podia acreditar que ele estava mesmo ali comigo e eu, por mais inacreditável que seja, não tinha surtado abertamente (porque internamente eu já tava numa camisa de forças pra não atacar ele). Me joguei sentada ao seu lado e fiquei o observando quando sou surpreendida pela voz do garoto, seguida de uma risada.

- Você é fã de alguma banda?

Confesso que meu coração gelou nesse momento. Eu ia dizer ou não pra ele que eu era uma cncowner roxa, que vivia na internet ajudando em votações e estava perseguindo ele e os outros meninos desde semana passada pra conseguir chegar ali aonde estava? NÃO! Não agora.

- Ah eu tenho umas que eu escuto mas eles nunca me notaram muito... Então, eu tinha uma coisa pra te contar, né? - pigarreei me ajoelhando ao lado da cama, e fui acompanhada por aqueles olhos verdes, que agora estavam melhores acomodados de bruços, com o rosto a no máximo 20 centímetros do meu.

"Calma Marina, se concentra." Era isso que vinha repetidas vezes em meu pensamento sempre que eu olhava pra ele, então resolvi abaixar o olhar e brincar com a ponta do edredom enquanto lhe contava o que eu estava fazendo ali.

- Eu tinha parado aonde mesmo? Sou paulista né? É... nasci aqui em São Paulo mas eu estava fazendo uma viagem com umas amigas e aí acabamos nos hospedando ali.

Na minha cabeça aquilo não era mentira, até porque nós estávamos mesmo numa viagem e estávamos hospedadas ali... Eu só omiti o motivo dessa aventura.

- Entendi... Eu também viajo com meus amigos na maioria das vezes. Na verdade eu já tenho eles como meus irmãos. - disse ele.

POR POUCO que eu soltava um "SIM EU SEI, vi todos os lugares que vocês passaram" mas me calei e sorri ainda de cabeça baixa enquanto mexia na renda que cobria a borda do lençol. Fui interrompida de meus devaneios quando senti a mão fria do garoto segurar em meu maxilar e levantar meu rosto me fazendo o encarar.

- E suas amigas são assim bonitas? Digo, assim como você?

- Você nem imagina! São dez vezes mais que eu. - falei deixando escapar um riso anasalado.

- Pois eu duvido muito... Mas agora quebrando todo gelo de vez, me deixa te contar uma piada vai, eu sou ótimo nisso! - murmurou o moreno erguendo as mangas do moletom vermelho na medida em que se sentava na cama me puxando para cima da mesma junto à ele.
- Vamos lá... Como se chama uma mulher que visitou uma plantação de uva?

- Hm... Eu não faço ideia. - eu fazia. Eu sabia muito bem do humor aguçado de Erick e nunca reclamei pois o meu era do mesmo jeito. Antes dele terminar de contar eu já estava segurando a gargalhada.

- Ora... É uma viúva! - e então o cubano caiu na gargalhada, me levando junto com ele que acabei por fazer o gesto de calma, preparando-me para contar outra para ele.

- Agora vamos ver se você é bom... Por quê na Argentina as vacas vivem olhando para cima?

- Não sei... pra ver os chifres?

- Não! Porque elas tentam ver "Boi nos ares"... Entendeu? Buenos Aires! - exclamei caindo na risada junto com ele, que quase acaba caindo no chão, sorte do mesmo que eu ainda consegui o segurar pela gola do moletom, o puxando de volta para cima da cama. Fui surpreendida ao descobrir que aquilo teria sido um truque dele e assim que o mesmo volta, me puxa o deixando próxima o suficiente para que eu sentisse seu ótimo hálito fresco e seu perfume amadeirado.

Ah. Tá. Que eu, Marina iria perder uma dessas. Sorri aproximando um pouco mais meu rosto do dele e lhe deixei um beijo demorado contra os lábios, não havia sido de língua porém eu percebi o quanto ele ficara feliz com aquela minha ação, pois retribuiu com um selinho a mais e deixou uma breve mordida em meu lábio inferior. Era como se ele estivesse esperando por aquilo há um tempinho tipo... DESDE O ELEVADOR!?

Passamos mais algum tempo juntos rindo e ele também tentou me ensinar a dançar uma de suas músicas favoritas; Guachineo. Aquela noite estava sendo maravilhosa e, não desmerecendo as amigas que eu tenho, mas se eu pudesse colocá-las no quarto ao lado e ficar ali para sempre com Erick, eu o faria.

Estávamos deitados e o cubano terminava por completo o pacote de balas de goma quando o pós créditos de Depois da Terra passava, e eu que não posso ver um filme que já me dá insônia, estava deitada próxima ao seu peitoral, com o rosto virado em direção ao seu pescoço. Em poucos minutos eu estava em sono profundo, abraçada com a pessoa que eu mais amava naquele mundo todo, o que era apenas questão de tempo, já que o garoto se levantou na surdina caçando desesperado por uma caneta e então olhou em volta achando a roupa que eu estava usando mais cedo, a qual pegou a camiseta branca e escreveu da seguinte maneira no pulso:

"Eu vou voltar. E se não acontecer em 30 minutos, me espere por mais uma hora.
E."

Erick então saiu do quarto deixando a camiseta sob minhas pernas, fechou a porta do quarto com calma para que não fizesse nenhum ruído e ali teria acabado a noite que eu tanto esperei. Ou não.

Good EnoughWhere stories live. Discover now