7- Ligações inesperadas.

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Comecei a cantarolar baixo uma música de uma de minhas bandas de rock preferidas enquanto ia buscar Kristen na escola de balé. A rua estava praticamente vazia, só havia visto quatro pessoas andando nas calçadas em longas distância uma da outra, pelo menos essa foi a conta máxima que eu havia feito até aquele momento. Estacionei o carro em frente a escola de dança e olhei de um lado ao outro na rua. Estava sinistramente quieta. Queria chegar logo em casa e sair daquele lugar deserto.

Entrei e fui até onde Kristen estava sentada conversando com uma outra menina. A pequena garotinha de cabelos loiros estava com uma aparência precária. A sua pele encontrava-se pouco pálida.

- Está tudo bem por aqui? - eu disse e encarei as duas.

- Sim... Só a Ally que está um pouco doente. - Kristen a olhou por um momento e se levantou.

- Ally? Está tudo bem mesmo? - perguntei preocupada. A menina estava tão desanimada. 

- Está sim... Eu vou ficar bem. Minha mãe está quase chegando para me buscar. - ela respondeu e me olhou com seus olhos caídos. Sorri para ela e dei tchau, sem receber dela de volta.

Quando saímos para fora, Kristen foi para o lado do carona e antes que eu abrisse a porta para que eu entrasse, um barulho agudo de algo caindo ecoou a alguns metros atrás de nós. Olhei para o lado e vi uma pessoa caída a uma certa distância de nós duas. Gelei e abri rapidamente a porta do carro entrando em seguida e trancando a porta com precisão. Kristen que estava tão assustada quanto eu, já se encontrava dentro do carro e olhava para trás observando a pessoa se debater no chão. Olhei pelo retrovisor e pude perceber que era um homem.

- Não acha que deveríamos ajudar? - ela perguntou num fio de voz.

Queria a ignorar e apenas sair dali rapidamente com o carro, mas sabia que ela me culparia pelo resto dos dias. Peguei o celular e liguei para a emergência, avisei o que estava acontecendo à telefonista e dei à ela o endereço. Pronto, agora não me sentiria culpada. Ele ainda estava no chão a se debater. Vi um carro se aproximando atrás de nós e uma mulher descer ás pressas para perto dele. Agradeci mentalmente por àquilo.

— O que está havendo com ele? - Kristen ainda olhava, enquanto a mulher tentava fazer alguma coisa, inutilmente.

—Eu não sei... Só vamos embora.

Girei a chave e dei partida saindo dali. Poderia ser egoísmo da minha parte, mas eu não iria saber o que fazer para ajudar aquele homem. Em algum momento à âmbulancia chegaria. Eu poderia até mesmo piorar a situação que ele estava. Não. Estava tudo bem. Ia ficar tudo bem.

(...)

Quando chegamos em casa, papai estava sentado no sofá da sala assistindo ao jornal. Corremos até ele e o abraçamos juntas. Este sorriu e retribuiu, nos apertando forte.

- Como estão as minhas princesas? - ele se afastou.

- Estamos bem, eu acho. - disse e me sentei ao seu lado. - Mas eca! Eu não sou uma princesa.

Ele sorriu.

- Sempre será a minha princesa.

- Eca. - revirei os olhos arrancando risadas deles.

- Eu estou só com um pouco de fome, mas passo bem. - Kristen se pronunciou dessa vez.

- Daqui a pouco vocês comeram algo. - minha mãe apareceu da cozinha e se juntou a nós.

- Muito bom que o senhor está aqui, papai. - Kristen estava mesmo feliz, ela se sentia protegida com nosso pai em casa.

- Eu também estou feliz em ver vocês.

Infestação Zumbi (Origens)Where stories live. Discover now