10 - Marca de sangue.

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Abri a porta bruscamente e passei rapidamente por ela escutando minha tia que desesperada gritava sem parar da janela.

Andei em direção ao carro, o jardim de casa estava sinistramente quieto e a cada passo que eu dava era como se eu estivesse indo para minha própria morte.

Parei ao ouvir um baque surdo na casa vizinha, da família Adiers. Olhei em direção da mesma e tudo ficou em silêncio novamente. Procurei em volta, nada apareceu da escuridão.

Olhei mais uma vez em direção à casa deles para ter certeza de que não ouviria mais algum barulho. Depois de pelo menos um minuto, nada mais aconteceu, apenas os galhos das árvores que se balançavam com o vento eram ouvidos.

Respirei fundo e voltei a andar ainda desconfiada. O carro já estava bem visível, mas não o bastante para conseguir ver dentro dele.

Eu estava com medo do que iria encontrar lá dentro, não suportava ver sangue e rezei mentalmente para que não tivesse alguém morto, nem amassado entre as ferragens e pelo o poste... Nem nada.

Ao chegar mais próxima do carro ajeitei o óculos e pude ver que a frente dele estava totalmente destruída, havia amassado toda a frente e a lateral, o vidro estava completamente quebrado.

Me aproximei exitante, o carro era um Fiat 500 vermelho. Olhei pela janela e o cheiro de sangue misturado à gasolina invadiu minhas narinas fazendo meu estômago revirar de uma maneira automática. Não conseguia ver direito dentro do veículo, apenas quando a luz fraca do farol dianteiro piscava de vez em quando.

- Tem alguém vivo?

- Ai... Droga!!! - me asustei com Kevin ao meu lado. - Nunca mais faça isso!

Estava tão distraída que nem havia percebido ele chegar.

- Eu não sei... Mas tem sangue e o carro está todo destruído como pode ver. - respirei fundo ao me recuperar do susto.

- Vou olhar do outro lado. - ele deu a volta no poste e parou na outra janela e Conseguiu abrir a porta.

O observei com precisão e me pus a olhar de volta para dentro do carro, tentei abrir a porta, mas esta estava trancada.

- Mas que merda... - Kevin disse num sussurro, o bastante para que eu conseguisse ouvir.

Levantei a cabeça e o olhei por cima do que antes fora um capô. Ele estava afastado do carro olhando para o chão com as mãos sobre o joelho e a lanterna do celular ligada.

- O que foi? - eu fui para perto dele.

Ele direcionou o dedo para o carro e gesticulou indicando algo lá dentro.

- O que tem lá? - perguntei, mas já sabendo a resposta.

- Não olhe... - ele disse ainda naquela posição.

Olhei em direção ao carro e me aproximei do mesmo um pouco relutante, mas eu precisava saber o que ele tinha visto.

Arregalei os olhos ao ver no banco da frente dois corpos, o corpo do banco do carona estava totalmente sobre o motorista, mas não dava para saber se isso aconteceu devido a batida. Eles estavam em um estado deplorável. Dava para ver uma quantidade considerável de sangue escorrendo pelo gramado.

Percorri os olhos dentro do carro para não ver mais aquela cena e pude ver uma silhueta nos bancos de trás, encarei até que minha visão se acostumasse com aquela escuridão e com a ajuda da fraca luz do farol pude ver que a pessoa não estava totalmente machucada.

- Kevin! - o gritei.

Ele correu até mim assustado.

- O que foi?! - ele olhou para dentro do carro confuso.

Infestação Zumbi (Origens)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora