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Me levantei cedo, minha cabeça prestes a explodir, mas era a semana dos exames finais, nunca me senti "melhor". Mas hoje era um dia, que devia ser especial, meu aniversário.

Lavei meu rosto, com cuidado pois ainda doía, eu só queria que tudo acabasse logo. Em paz, sem dor, sem prolongar meu sofrimento.

Coloco uma blusa preta que acho jogada na escrivaninha, com a estampa de Iron Maden. Não amarro meus tênis, nem ajeito meu cabelo, coloco um casaco de  flanela com touca.

Eu estou acabado.

Meu pai já saiu pro trabalho, mas pelo que parece ele ainda se lembra de mim, mesmo que parcialmente.

"Parabéns Nicholas,
Você tem 18 anos agora, está na hora de arranjar um lugar pra ficar..."

Ok, ele está definitivamente me expulsando. Obrigado pai, obrigado por me dar a ordem de despejo como presente de aniversário.

Ok, operação morando em baixo da ponte iniciar.

[...]

- Meu Deus Nich! - Thomas disse assim que me viu, passando o braço ao redor do meu pescoço e andando ao meu lado - Você parece um cadáver ambulante - ele riu nasalado.

- E você será o próximo se continuar andando assim comigo - tentei tirar o braço dele do meu ombro.

- Aí, desencana Nich - ele parou, vendo os ex - amigos o encarando - eu não me importo - depois me puxou, me levando até a sala de aula.

Ele falava coisas sem parar, eu me esforçava para prestar atenção conseguindo até rir  algumas vezes, mas parando em seguida por sentir meu rosto latejar.

- Bom Nich, tem alguém que quero que conheça - disse entusiasmado me soltando para entrar na sala primeiro.

- Quem seria? - disse curioso, andando um pouco mais rápido.

- Essa é Miranda - ele sorriu, ajeitando o cabelo e puxando uma garota ruiva de cabelos mais curtos que os seus pela mão - minha namorada - ela parou ao seu lado, depois se aproximou de mim.

- Oi Nich - ela me abraçou, me deixando surpreso - sinto muito pelo que houve - disse ainda me abraçando.

- Está tudo bem - sorri, ajeitando o capuz de meu casaco.

- Senta aqui Nich - ela me puxou pela mão, para sentar ao seu lado e Thomas logo atrás dela.

Por um instante, me senti feliz te novo...

" Querido Henry,
Pela primeira vez em tempos, te ver não foi o único motivo que me fez sorrir neste dia... Pela primeira vez em tempos, não tive vontade de deixar que um carro me atingisse... Pela primeira vez em tempos, oque sinto por você não foi o único motivo por ter chego até o fim do dia...
É Henry, realmente, males que vem para o bem..."

Querido Henry - Concluído Where stories live. Discover now