4º Capítulo

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Após sair do quarto comecei a andar e decidi ir ver os bebés, visto que é a única parte feliz deste hospital. Demorei o triplo do tempo lá a chegar devido à minha fragilidade momentânea, mas quando lá cheguei sorri por ver que já havia novos membros naquele espaço.

Entrei cuidadosamente e dirigi-me até Marcus que mais uma vez estava a brincar com as mãos e os pés no ar. Comecei a fazer-lhe festas na carinha até que veio uma enfermeira que eu não conhecia ter comigo.

Enfermeira: O que é que está a fazer aqui? - perguntei sendo mal-educada

Eu: Vim ver os bebés

Enfermeira: É mal de alguma delas?

Eu: Não

Enfermeira: Pois bem, então não pode estar aqui. Faço o favor de sair

Xxx: Ela está comigo e viemos ver o meu filho- disse uma voz atrás de mim

Enfermeira: Confirma isso? - perguntou-me desconfiada

Eu: Sim, confirmo

A enfermeira acabou por se voltar a afastar e Louise aproximou-se de mim e de Marcus.

Louise: Estás bem?

Eu: sim, obrigado pela preocupação

Louise: Nem imaginas o susto que apanhei naquele dia

Eu: Imagino que sim, normalmente não costumo ficar tanto tempo inconsciente- expliquei calmamente

Louise: Não foi a primeira vez que te aconteceu?

Eu: Não, é um dos "acréscimos" da minha doença, mas cada vez é pior

Louise: Lamento

Eu: Não devias já ter saído? - perguntei curiosa

Louise: O Marcus nasceu duas semanas mais cedo e por isso quiseram mantê-lo aqui para vigiarem o seu crescimento então resolvi ficar também

Eu: Ah, vai correr tudo bem. Tenho a certeza

Louise: Já ouviste falar sobre amanhã?

Eu: Não, o que vai acontecer?

Louise: Depois vês, agora vai descansar que eu vou alimentar este pequenote para depois voltar para o quarto

Eu: Tudo bem, boa noite Louise

Louise: Boa noite, Rose

Caminhei lentamente para fora da maternidade e depois em direção ao quarto que já ocupo à demasiado tempo. Eu detesto o cheiro a hospital, detesto mesmo! Antigamente sempre que aqui vinha a uma consulta ou assim acabava a desmaiar passado pouco tempo, mas graças a deus que ainda não aconteceu até agora.

******

Acordei com leves abanões e esfreguei logo os olhos e abri-os após isso. A enfermeira estava à minha frente a sorrir para mim e nem foi preciso mais nada para que eu percebesse que tinha de ir fazer os malditos exames.

Sinceramente estou farta disto!

Farta de tudo e de nada... Se eu não vou fazer os tratamentos para quê manterem-me aqui? Para quê gastarem dinheiro com exames se já sabem no final que vou acabar por morrer?

Saí da cama lentamente por ainda estar cheia de dores e caminhei com amável senhora até à sala do costume. Desta vez não precisei de fazer necessidades para dentro de fracos nenhuns, apenas tirar sangue e mais sangue.


Enfermeira: Bem podes ir andando para a sala de convívio, minha querida

Eu: Não posso ir antes para o quarto? Estou cheia de dores, hoje

Younger ➵ h.sOnde as histórias ganham vida. Descobre agora