Grant
A polícia arromba a porta e entra na casa, mas Vladimir não quer saber. Ele está segurando Mia nos braços e chorando. Ele matou ela. Dizia que a amava, mas matou ela. A minha Borboleta se foi. Preferia que tivesse sido eu no seu lugar. Porquê ela fez isso?
Nunca senti nada como o que estou sentindo agora, vendo ela imóvel no chão, sangrando, perdendo sua vida. Sinto que arrancaram uma parte de mim. Uma parte que me mantinha vivo.
— Mia! — Choro. — Minha Borboleta!
— Mia, abra os olhos! — Vladimir pede. — Mia, eu sei que você ainda está aqui. Abra os olhos, por favor! — Mas ela não responde.
— Você matou ela! — Olho para ele, enquanto a polícia afasta ele de Mia.
— Mia! Miaaa! — Ele não luta. Deixa que algemem seus braços.
— Vladimir Petrova, o senhor está preso. Tudo o que disser pode e será usado contra o senhor em tribunal. — Eles levam Vladimir que não faz mais nada além de chorar.
Um policial me desamarra e mede a pulsação de Mia. Eu fico ao seu lado chorando. Seu corpo está ficando frio e pálido, o sangue está escorrendo cada vez mais. Acho que não dá mais.
— Ela ainda respira. Chamem a ambulância! — Um policial loiro diz para o outro.
— Ela vai sobreviver? — Pergunto.
— Esperemos que sim.
Eles levam ela e eu vou junto. Não vou deixar ela em momento algum. Eu quero que ela esteja bem. Ela não pode me deixar. Eu não vou aguentar.
A ambulância chega bem rápido e levam Mia numa maca, tentando tratá-la ao mesmo tempo. Eu vou com ela e fico observando os médicos colocando balões de soro rapidamente, levantando a blusa para tentarem tirar a bala e estagnarem o sangue. Outros cuidam de mim para ver se estou bem. Posso estar bem fisicamente, mas por dentro não estou bem.
Mesmo assim não consigo parar de chorar. Se ela não sobreviver? O que vai ser da minha vida? O que eu vou fazer sem ela?
Ela me ama tanto que deu a sua vida por mim. É por isso que eu também a amo. E prometo que vou cuidar bem dela, se ela sobreviver.Fico no hospital, esperando alguma notícia de Mia depois de avisar a todo mundo. Estou com a correntinha de borboletas dela nas minhas mãos lembrando dos seus beijos, do seu abraço, do seu toque e dos seus lindos olhos.
Estou tão distraído que nem percebo quando minha mãe senta ao meu lado e me abraça. Meu pai também está aqui, assim como os meus amigos. Eles estão todos aqui.
— Como você está? — Minha mãe pergunta.
— Ela salvou a minha vida. Sacrificou a sua para salvar a minha. — Choro, minha mãe limpa minhas lágrimas. — Eu não quero perder ela, mamãe!
— Vai dar tudo certo. — Meu pai diz. — Esse é o melhor hospital da cidade.
Scott senta do outro lado. — Você vai ver que vamos voltar a ver aquele sorrisinho dela.
— Eu tenho medo.
— Temos que ser positivos, Grant! — Bratt diz. — Sempre!
Fecho os olhos para não chorar mais. Meus olhos estão inchados não só pela surra de Vladimir, mas pelas lágrimas também.
Um médico alto, ruivo aparece na nossa frente com o rosto muito sério. Espero que sejam boas notícias. Por favor, que sejam boas notícias!
Todos nós levantamos para ouvir o que ele tem a dizer. Preciso me preparar para o que vier. Seja o que for, tenho que me preparar para renascer.
— Como ela está, doutor? — Meu pai pergunta. Acho que já perdi a minha voz.
— Ela está bem! Não foi nada grave. A bala não danificou nenhum órgão, não tivemos muitos problemas. Ela vai melhorar.
Eu quase caio no chão, mas Bratt e meu pai me seguram. Nunca senti tanto alívio na minha vida.
— Eu posso vê-la? — Peço.
— Pode sim. Venha comigo.
Eu sigo o médico até um quarto e ele abre a porta para mim. Não espero nem que ele diga para eu entrar. Já estou perto dela olhando para o seu lindo rosto.
— Borboleta! — Minhas lágrimas continuam.
— G-Grant. — Ela sussurra.
— Eu estou aqui! — Seguro a sua mão. — Estou aqui para você.
— Você está bem. — Ela abre os olhos. Os olhos mais lindos desse mundo.
— Eu estou graças a você, Mia. Você me salvou!
— O Vladimir?
— Ele está preso. Nunca mais vai chegar perto de você. Agora você está livre de verdade.
— Estou livre?
— Livre! Você irá renascer.
Eu abraço ela com cuidado. Sinto o seu cheiro que eu tinha tanto medo de não voltar a sentir. Ainda bem que tudo acabou. Ninguém mais poderá machucar a Mia.
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Intensamente quebrados
RomanceLivro V História de Grant e Mia Mia Summer era vista de duas maneiras: Pobre e sociopata. Ela era calma, tímida, não tinha amigos, ficava sempre no seu canto e observava as pessoas. Ninguém imaginava que vivia um pesadelo com seu tutor que er...