4 - Adaptando - me

2.2K 316 17
                                    

Boa tarde flores e cravos.
Antes de tudo um Feliz 2019 a todos vocês!
Bom, quero me desculpar por meu sumisso, o fim de ano foi muito corrido e não sobrou tempo algum para a escrita. Infelizmente! Aproveitei uns dias pra descançar (pois, ninguém é de ferro) e cá estou aqui outra vez.
Gostaria de ter postado ontem no Dia do leitor, mas não consegui concluir o capítulo à tempo.
Se der eu apareço antes de sábado.
Boa leitura ...


Ao acordar Adam já não está ao meu lado na cama, ao olhar no relógio percebo que já é um pouco tarde. Levanto e faço a minha higiene matinal, saio do quarto e passo pelo de Laura e também não a encontro. Ao passar pela sala não vejo nenhum sinal de Adam e suponho que ele tenha ido trabalhar, ao me dirigir para a sala de jantar, ouço vozes na cozinha sigo até lá e encontro a governanta, a babá e outra moça que não lembro quem seja em uma conversa animada. Ao perceberem a minha presença elas imediatamente param a conversa e me olham assustadas.
— Desculpem se atrapalhei a conversa de vocês, não foi a minha intenção.
— Imagina dona Mel era apenas sobre o trabalho, já terminamos. – fala a moça pedindo licença e saindo da cozinha.
— Bom dia dona Mel. A senhora deseja alguma coisa? – indagada Nina a governanta.
— Bom dia Nina, gostaria de saber se Adam já saiu para o trabalho.
— Ele está no escritório e me pediu que assim que a senhora acordasse que era para chama-lo para vocês tomarem café da manhã. Se me der licença, vou chama-lo.
— Ah, certo. E Laura onde está?  - pergunto agora para a babá.
— Ela foi para a escolinha, senhora.
— Na hora que for busca-la eu irei com você.
— Mas senhora, não é necessário esse é meu trabalho.
— Eu quero fazer uma surpresa para ela, espero que fique contente ao me ver.
— Ela ficará muito feliz, pode ter certeza. Bem irei arrumar o quarto dela, com licença.
Ela sai da cozinha rapidamente e eu fico pensando o que há com essas pessoas que parecem ter medo de mim, todos os fatos me levam a crer que eu não deva ser uma pessoa fácil de se conviver e por um momento fico com receio de recuperar a memória e me lembrar do tipo de  pessoa que eu sou.
— Dona Mel, o café da manhã está posto perto da piscina. Já avisei ao senhor Adam e em instantes ele irá encontra-la. – assusto-me por não ter percebido o retorno de Nina.
— Uh, obrigada.
Ao chegar ao lado de fora me deparo com uma mesa posta para dois com um lindo café da manhã. Me sento e me sirvo de uma xícara de café, por um momento me vem à mente uma imagem minha tomando café em uma cozinha pequena possivelmente de um apartamento, estou descalça e vestindo apenas uma camiseta velha e cumprida. Onde será esse lugar? Tento lembrar de mais alguma coisas, mas minha mente fica novamente em branco.
— Bom dia meu amor, tudo bem? Indaga Adam beijando o topo da minha cabeça e sentando –se à minha frente.
— Bom dia, sim, tudo bem. Apenas tive uma pequena lembrança... eu acho.
— É mesmo, do que você lembrou?
Relato para ele a curta lembrança que eu tive e o mesmo me escuta sem esboçar reação alguma.
—Essa foi a sua única lembrança?
— Sim. Onde será esse lugar? Temos algum apartamento?
— Temos alguns apartamentos, lembrou dos detalhes do lugar? – balanço a cabeça negativamente. — Mas, não fique triste logo virão outras memorias. Vamos tomar nosso café da manhã, você precisa se alimentar bem.
Fazemos nosso desjejum conversando amenidades. Adam a todo momento se empenha em me fazer comer uma ou outra coisa. Assim que encerramos ele se despede de mim e segue para o trabalho. Fico mais um pouco no lado de fora até ser informada que tenho visita. Ao chegar a sala constato que se trata da minha mãe, após nos cumprimentarmos ela me bombardeia com perguntas. Quis saber como passei de ontem para hoje, se eu tinha sentido alguma coisa e se teria feito algum progresso em relação à minha memória. Relato tudo resumidamente e conto a ela sobre a pequena lembrança que eu tive.
— Talvez você tenha tido alguma lembrança na casa da sua irmã, ela que morava em um apartamento no centro.
— É talvez seja isso mesmo.
— Não se preocupe minha filha que logo terá sua vida de volta.
—Mesmo que eu recupere a memória uma parte minha nunca voltará já que minha irmã se foi.
— É verdade minha querida apesar das brigas vocês sempre foram muito unidas, mas infelizmente não entendemos a vontade de Deus. Uma coisa eu tenho certeza, sua irmã quer nos ver felizes mesmo com a ausência dela, ela sempre se sacrificou em beneficio dos outros.  – mamãe fala com lágrimas nos olhos com as lembranças. — Bem minha querida minha visita vai ser rápida, só vim saber como estava daqui a pouco tenho um almoço com umas amigas para tratar de um evento beneficente que iremos fazer. 
— Tudo bem mãe. Obrigada por vir.
Assim que me despeço da minha mãe ando pela casa me familiarizando novamente e tentando relembrar de algo.  Mas nenhuma lembrança me vem à mente, passo pelo escritório de Adam o lugar é estritamente arrumado, há uma estante repleta de livros em sua maioria sobre direito, no canto da sala,  um pequeno sofá de frente para a mesa de mogno bem trabalhada onde há um notebook, alguns papéis e dois porta retratos sobre ela. Em um dos porta retratos há uma foto nossa onde estamos abraçados e eu segurando um bebê que com certeza deve ser Laura. Já no outro há uma foto minha e de Laura ambas mandando beijo para a câmera. Sento na cadeira de Adam e  pego o porta retrato na mão e neste momento me vem à mente a lembrança deste dia estávamos em uma pracinha em um fim de tarde. Brincamos de pega pega e Laura dava gritinhos de alegria enquanto tentava correr do pai, a foto já foi tirada quando estávamos quase indo embora após tomarmos um delicioso sorvete.  Sorrio com a lembrança e meu coração se aqueceu com o amor que sinto por eles, sinto que sem eles na minha vida não seria completa nem muito menos conseguiria viver.
Na hora do almoço sigo com Dani para pegar Laura na escolinha, após uma viagem de uns 20 minutos até chegarmos à melhor escola de educação infantil da cidade. Como há uma fila de carros Dani desce e vai andando até o portão, poucos minutos depois ela sai segurando a mochila em uma mão e na outra ela segura a mão de Laura que vem conversando alegremente com a babá. Quando o carro chega em frente ao portão Dani imediatamente abre a porta e ajuda Laura a sentar na cadeirinha e rapidamente ela coloca o cinto de segurança. Assim que Laura me vê ela da um gritinho de alegria.
— Mamãe você veio me buscar. – fala eufórica.
— Você gostou da surpresa minha linda.
— Sim, sim, sim.
No caminho de volta para casa Laura conta tudo que ela fez durante a manhã. De repente ela franze a testa, fica seria e começa a aperta uma mão na outra.
— Aconteceu alguma coisa Laura. – pergunto aflita.
— É que... é que vai ter uma “apesentação” na minha escolinha.
— Isso não é bom meu amor? – pergunto sem entender.
— É sim e eu vou “apesentar”, mas quem vai assistir a minha “apesentação” já que a titia foi morar no céu?
— Não estou entendendo sua preocupação minha linda, tia não está mais com a gente, mas eu e o papai, teremos o maior prazer em ir ver você.
— Você vai mesmo? –ela indaga ansiosa.
— Claro meu amor. Bem, não tenho certeza seu o papai poderá vir, mas sei que ele fará o possível. E quanto a mim estarei aplaudindo você na primeira fila.
— Você “pomete”?
— Eu prometo.
Assim que chegamos em casa Laura segue para seu quarto com a babá para tomar um banho e trocar de roupa, resolvo fazer o mesmo e quando estou saindo do closet sou surpreendida em ver Adam terminando de retirar a camisa. Meus olhos vão diretamente para o seu tronco nu, como eu imaginei ele tem um peitoral largo e bem definido que faz qualquer mulher babar.
— Pensei que ainda a alcançaria no banho.
Levanto o olhar para seu rosto quando fala e fico levemente corada com o que diz.
— Não precisa fazer essa cara de espanto amor eu estava apenas brincando como disse ontem à noite não quero pressiona - la a nada. Vou tomar um banho rapidamente para almoçarmos. – ele fala já se direcionando para o banheiro.
Saio do quarto e sigo para o de Laura e a levo para a sala de jantar, pois a partir de agora fará as refeições conosco sempre que possível. Não demora muito e Adam se junta a nós, Laura se empolga e fala sem parar e temos que repreende-la levemente para continuar a comer. O almoço termina com uma deliciosa taça de sorvete de chocolate.
Laura sobe para o seu quarto já que estava caindo de sono com a promessa que iremos ao parque após sua sonequinha. Eu e Adam fomos para a sala tomar uma xicara de café enquanto conversamos, pedi licença a ele  já que estava morrendo de vontade de fazer xixi, ao me levantar senti uma pequena vertigem e logo ele está me segurando firmemente.
— Você está bem amor? O que você esta sentindo?
— Uma pequena tontura, mas já está passando. – quando termino de falar sinto meu corpo ser levantado do chão.
— Adam! Pra que isso? Já estou melhorando.
— Vou levar você para o quarto, você ainda não está totalmente recuperada e fez muito esforço hoje.
Como ele parece irredutível o que me resta é me segurar em seu pescoço e rezar para não cairmos até chegar ao quarto. Ele me carrega como se eu não pesasse uma grama se quer, assim que chegamos ao quarto ele me deposita na cama com cuidado e fica me olhando apreensivo.
—Não precisa se preocupar ok? Eu estou bem é sério.
Ele passa a mão pelos cabelos e suspira alto.  — Vou medir a sua pressão para ver como está.
— Se isso te deixa mais tranquilo tudo bem.
Então ele segue em direção ao criado mudo e pega o medidor de pressão. Senta –se na cama próximo a mim e pega meu braço delicadamente colocando o aparelho, alguns minutos depois ele me olha de diz que a minha pressão está um pouco baixa.
— Está vendo foi apenas uma queda de pressão. Daqui a pouco já estou melhor.
— Você tem certeza?
— Sim eu estou melhorando apenas com um pouco de sono agora. Que tal você desfazer essa cara de preocupação e se deitar um pouco aqui comigo?
— Bom se é isso que você quer, quem sou seu para contraria-la.
Logo ele se deita ao meu lado me puxando para os seus braços, me aconchego na curva do seu pescoço inspirando seu cheiro e em poucos instantes estou adormecida.   
Sonho comigo mesma desejando exatamente estar assim, envolta nos braços fortes e protetores de Adam, porém a sensação que sinto é que isso nunca aconteceu antes o que não faz o menor sentido.

O que acharam? Comentem e não deixem de votar.




      



 






EscolhasKde žijí příběhy. Začni objevovat