Capítulo 5 - Descobertas

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Boa tarde minhas flores e cravos.
Ainda tem alguém por aqui ? 🙈
Estou em dívida com vcs!
Final do ano foi muito corrido para mim, pra quem me acompanha de outras histórias sabe que sou professora. Tirei uns dias pra descansar e não estava conseguindo me concentrar pra escrever e não andava muito bem de saúde. Fui diagnosticada  com crise de ansiedade e estresse, comecei a tomar medicamento e agora já estou conseguindo me concentrar.
Mesmo assim peço desculpas pelo meu Sumiço.

Bora ler?

Os dias foram passando e fui criando uma rotina, levantar, tomar café com Adam, ler alguma coisa durante a manhã, buscar Laura na escola e passar a tarde com ela seja ajudando em suas tarefas, brincando ou olhando –a brincar. Esperar ansiosamente Adam chegar para termos nossos momentos de família e depois dormir em seus braços.
— Nãããoo! –acordo gritando.
— Calma amor, foi só um pesadelo. – Adam fala ja me abraçando. — Vai ficar tudo bem.
Agarro –me a ele como se a minha vida dependesse disso, estou com o corpo coberto de suor e com a carne toda trêmula. Sonhei com o acidente e me parecia como se tivesse revivendo tudo novamente.
—  Quer falar sobre o que sonhou?
— Não, apenas quero ficar abraçada a você.
Adam me abraça forte e ficamos em silêncio por vários minutos até meu corpo sessar os tremores. Me desvencilho de seus braços e me levanto, preciso tomar um banho para tirar o suor e a sensação ruim que está em meu peito.
— Preciso de um banho. – digo por fim antes de sair do quarto.
Ligo o chuveiro na água fria e fico de baixo do jato por um longo tempo para esquecer as cenas horríveis do acidente.
— Mel está tudo bem aí dentro? – Adam pergunta após dar algumas batidas na porta.
— Já estou saindo. – grito de volta.
Passo sabão por todo o meu corpo e me enxaguo rapidamente, desligo o chuveiro e retiro o excesso  de água do cabelo. Saio do box me seco, visto um roupão e passo a escova no cabelos. Quando volto ao quarto Adam esta de costa olhando a noite lá fora e como se sentibdo a minha presença vira-se em minha direção e me fita preocupado. Ficamos nos olhando por alguns momentos até que eu caminho até ele e o abraço. Adam me aperta forte e beija o topo da minha cabeça. A única certeza que eu tenho é que me sinto segura em seus braços como nunca senti antes, é estranho mais essa é a sensação que eu tenho.
— Está bem? – ele indaga.
—Não, mas vou ficar.
Adam me leva de volta para a cama e novamente estou em seus braços e o sono não demora a voltar e logo adormeço. Ao acordar percebo que Adam ainda está na cama, estranho porque sempre que acordo estou sozinha na cama.
— Bom dia, meu amor. Conseguiu dormir bem?
— Bom dia Adam. Graças a Deus sem pesadelos dessa vez. Que horas são?
— Passa um pouco das 9 h da manhã.
— Não vai trabalhar hoje?
— Não tinha nada agendado para agora cedo, então resolvi ficar um pouco mais na cama hoje. Mas, infelizmente preciso levantar.
— Gostei de acordar com você ao meu lado. – digo sem graça.
— Terei isso em mente meu amor.
Ele me dá um beijo rápido e se levanta indo em direção ao banheiro. Pouco tempo depois ele já volta pronto para mais um dia de trabalho e diz que me espera lá em baixo para tomarmos café da manhã. Levanto faço a minha higiene matinal e desço.
Após tomarmos café Adam se despede dizendo que não virá para casa na hora do almoço e que provavelmente só voltará no final da tarde. Subo para o quarto e logo depois sou informada que tenho uma visita, estranho porque a única pessoa que vem me visitar é minha mãe. Ao chegar na sala encontro uma mulher muito linda, tipo  modelo internacional. Assim que ela me vê se levanta e vem ao meu encontro me abraçando, apenas retribuo sem jeito.
— Ai amiga desculpe não ter vindo antes, quando tudo aconteceu eu já tinha embarcado.
— Sente – se, por favor. Após nos acomodarmos, continuo. —Desculpe. Mas quem é você?
— Tem certeza que você não sabe quem eu sou? – balanço a cabeça em sinal afirmativo. — Sou sua melhor amiga a Eleonor, quando fiquei sabendo que tinha acordado e havia perdido a memória pensei que estivesse fingindo.
—E qual motivo teria para mentir?
— Meu Deus sua situação é mais séria do que eu imaginava. John está louco querendo te ver.
— Quem é John?
— Amiga, tem certeza que você não lembra de nada mesmo? Sou eu a Eleonor, você sabe que pode confiar em mim.
—Olha Eleonor, eu digo a verdade quando digo que perdi a memoria infelizmente eu não reconheço você.
— E o que eu digo para o John?
— Por Deus que é esse John?
— Como eu poderia te falar. – ela se levanta de onde estava e senta bem próxima a mim. —Ele é o seu amante. –fala para que apenas eu ouça.
Amante? Que tipo de mulher eu sou?
  — Você está brincando não está? –pergunto esperançosa.
— É a mais pura verdade e ele quer falar com você. Ele precisa de dinheiro e mandou te falar que se não entrar em contato ele vai colocar a boca no trombone.
— Ai meu Deus! Aí meu Deus! O que eu vou fazer?
— A antiga Mel não me faria esta pergunta.
— Mas, a Mel desmemoriada não sabe. – minha cabeça começa a latejar. —Mais alguém sabe sobre esse tal John?
— Que eu saiba não, mas o que eu digo pra ele?
— Fala a verdade, que eu não lembro de nada e nem muito menos quem ele é.
— Não vai nenhum dinheiro para ele?
— Esse cara é o que? Um gigolô?
— Você está estranha, tá parecendo a sua irmã. Que Deus a tenha! – faz o sinal da cruz. — John gosta da vida boa e você gostava de proporcionar essa vida a ele.
A minha cabeça começa a doer cada vez mais chegando a ser quase insuportável.
— Olha Eleonor minha cabeça está doendo muito e eu preciso subir para tomar um remédio.
— Tudo bem sem problema, eu te ligo e venho te visitar outro dia. Ah amiga que você se recupere logo.
— Obrigada! Nos vemos depois então.
Subo as escadas segurando o corrimão, a dor só aumenta e minhas vistas estão um pouco turvas. Sigo me segurando pelas paredes, no meio do caminho encontro Isabel que se assusta com o meu estado e me ajuda a chegar até o quarto, ao deitar na cama e eu peço que ela pegue o meu remédio que está em cima da cômoda. Ao toma –lo fecho os meus olhos na esperança que a dor desapareça ou diminua.
A palavra AMANTE grita em minha cabeça, como eu pude trair um homem tão bom como Adam? Toda vez que eu descubro algo sinto nojo de mim mesma. Eu não dava atenção para a minha filha, os empregados me olham com medo. Como será que era a minha relação com o meu marido?  Pelo modo como ele me trata eu devo ser a pessoa mais fingida da face da terra. Quando eu olho em seus olhos vejo tanto amor refletidos nele e sinto que o sentimento é reciproco, mas então por que eu o traía?
Com tantas perguntas e indagações em vez da dor diminuir aumenta cada vez mais, imagens do acidente pipocam em minha mente e me vejo na direção do carro e não no banco do carona, nós estávamos  discutindo quando começa a chover e num piscar de olhos o caminhão está em nossa frente, fecho os olhos, grito de dor e me debato de um lado para outro até perder a consciência.
Ao recobrar a consciência sinto uma leve pressão no braço e constato que estão aferindo a minha pressão, olho ao redor e vejo um homem por volta dos quarenta anos me examinando e logo atrás dele está Nana. Assim que ele percebe que estou acordada ele indaga se estou sentindo algo e se ainda estou com dor de cabeça, Digo a ele que a minha cabeça ainda dói, porém não como estava antes.
— Bom dona  Mel, a senhora não lembra de mim mais sou médico e um velho amigo da família, meu nome é Paulo Dantas. Verifiquei que sua pressão arterial está um pouco baixo, mas é decorrente do desmaio. A Senhora passou por algum tipo de estresse?
— Como vai doutor? Suponho que o senhor esteja a par do meu acidente certo? – ele apenas balança a cabeça em sinal afirmativo. — Recebi uma amiga, que por sinal também não reconheci conversamos um pouco e fiquei nervosa porque eu não consigo lembrar de nada. Logo a cabeça começou a doer, quando cheguei ao quarto a dor estava praticamente insuportável.
— Após a sua alta seu marido me procurou conversamos sobre o seu caso e eu entrei em contato com o doutor Jonas, o mesmo me deu detalhes do seu estado clinico.  Você esta passando por uma carga de estresse muito grande por isso a dor e o desmaio. Vou te receitar um calmante leve e no mais repouso. Procure ficar calma, eu compreendo completamente que é difícil, mas tente.  Qualquer coisa é só me ligar.
— Certo Doutor. Obrigada!
— Só estou fazendo o meu trabalho. Tenha um ótimo dia.
Antes de sair o médico prescreve a receita e entrega para a Nana, que sai do quarto acompanhando –o. Um pouco depois ela retorna pedindo licença.
— Dona Mel já pedi para comprarem o remédio, liguei para o menino Adam, mas infelizmente ainda não consegui entrar em contato com ele.
— Tudo bem Nana, obrigada. Não precisa  incomodar meu marido, já estou melhor e o medico disse que não é nada grave.
— Já está na hora do almoço a senhora vai querer almoçar agora ou quer que eu prepare algo leve para a senhora comer.
— Não estou com fome Nana. – ela me olha feio. — Mas, como voce não vai me deixar ficar sem comer prepare algo leve, por favor. Laura já chegou?
— Chegou tem pouco tempo, chegou perguntando pela senhora.
— Ela já almoçou? –Nana não me responde imediatamente e eu me preocupo. — Aconteceu algo?
— Não, ela apenas se recusa a comer sem ver a senhora.
—Traga ela aqui para mim, por favor.
— Tudo bem, com licença.
Um pouco depois uma coisinha loira entra saltitante no quarto juntamente com a babá. Ela corre e me abraça chorando. Ela me pergunta se estou dodói  e eu apenas digo que estou com um pouco de dor de cabeça. Ela me confidência que ficou preocupada quando não me encontrou no carro para busca –la e que pensou que eu tinha ido novamente pro hospital. A tranquilizo e pergunto se ela já almoçou, ela abaixa a cabeça olhando para as mãos e diz que não. Digo a ela que ela não pode ficar sem comer.  Laura protesta um pouco mais concorda em ir comer  depois que eu digo que ela pode voltar para ficar comigo.
Com a cabeça um pouco mais leve, levanto devagar e tomo um banho rápido, como ficarei na cama decido vestir uma camisola para ficar mais à vontade. Assim que volto para o quarto Nana entra  pedindo licença e traz nas mãos uma bandeja com minha refeição, me ajusto na cama encostando na cabeceira,  ela me entrega a bandeja e eu agradeço.
— Pedi para fazerem uma sopa para a senhora, espero que esteja ao seu agrado.
— Está sim, obrigada.
— E aqui está o remédio prescrito pelo médico. – ela me entrega a caixa de comprimidos, retiro um e tomo com um pouco de suco.
— A senhora precisa de mais alguma coisa?
— No momento não.
— Volto daqui a pouco para pegar a bandeja, com licença.
Assim que termino  meu almoço Laura se junta a mim na cama e ficamos assistindo desenho, pouco tempo depois ela está dormindo e instantes depois caio no sono também. Quando acordo percebo que Laura não está mais na cama e ao olhar ao lado percebo que Adam está sentado na poltrona, ele tem o semblante preocupado cansado.
— Oi. – falo meio rouca por ter acabado de acordar.
— Oi. – ele responde , se levanta vindo até mim  sentando na beirada da cama.  — Como você está? Desculpe não ter vindo logo para estar com você.
— Agora eu estou bem e você não precisa vir correndo sempre que eu sentir algo. – falo com a voz embargada por lembrar que sou uma traidora.
— Você e a Laura são meus bens mais preciosos e eu cuido muito bem de quem eu amo. Fiquei sabendo que Eleonor veio aqui o que ela queria? – fala meio raivoso. Será que ele não gosta dela?
— Só veio saber como eu estou. – minto.
— Bela amiga ela é, não foi te visitar no hospital e aparece só agora para saber como você está. – diz num tom seco.
Ou ele não gosta de Eleonor ou está chateado por ela não ter vindo antes
— Ela disse que estava viajando e por isso não veio.
— Certo, ela te falou algo para te deixar nervosa?
— Ãh, não falou nada não, apenas fico nervosa por não lembrar das pessoas.
— Tudo bem, não vou mais te incomodar com esse assunto. –ele beija meus lábios rapidamente e se levanta. — Vou tomar um banho já volto.
— Sabe onde está Laura?
— Esta brincando lá fora.

E aí ? Me digam que estão achando da história.
04/02/19

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