Capítulo 7 - Melhor amiga

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Boa noite minhas flores e cravos.
Vamos à mais um capítulo?
Será que finalmente a Lia vai recobrar a memória?
Bora conferir ?
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Sou amparada pela moça até a entrada do prédio, ela cumprimenta o porteiro que me olha assustado. Entramos no elevador e seguimos até o décimo primeiro andar, ao saímos do elevador andamos pelo corredor até entrar na última porta do lado direito. Em instantes a moça está me dando passagem para que eu entre primeiro e indica o sofá para que me sente.
— Você quer tomar um remédio para dor?
— Não obrigada, é hum... Estou em desvantagem aqui no sei o seu nome. – sorrio sem graça.
— Meu nome é Mirian, sua melhor amiga. Quer dizer a melhor amiga de Lia, mas esse assunto fica pra outra hora. – assinto em concordância.
— Então Mirian como ia dizendo, eu tenho o meu remédio aqui na bolsa. 
— Certo, vou buscar um copo de água, só um minuto.
Assim que ela sai rumo a cozinha o meu celular toca, resolvo não atender até porque não sei o que falar para Adam que é a única pessoa que poderia estar me ligando agora. Quando Miriam volta com o copo em mãos e me entrega o telefone começa a tocar novamente.
— Não vai atender?
— É o Adam, não sei o que dizer a ele. – coloco o remédio na boca e engulo juntamente com um pouco de água.
— Se quiser eu posso atender.
— Por favor, só não comente nada de suas suspeitas. – falo entregando o celular que toca insistentemente.
— Não se preocupe porque como você mesma disse são apenas suspeitas.
Miriam atende ao telefone e conversa rapidamente com Adam dizendo onde estou.
— Adam está vindo para cá e está muito preocupado com você.
— Ele sabe onde você mora?
— Lia morava no apartamento aqui da frente. –dá de ombros.  — Deite-se no sofá, fique à vontade e esqueça tudo ao seu redor, que logo estará melhor. Vou aproveitar e fazer um chá para nós duas.
Faço como ela sugeriu e me deito no sofá fechando os olhos e tento deixar a mente livre, mas como posso ficar com a mente tranquila se não me lembro de nada e ainda surge essa possibilidade de ser outra pessoa. Será que não sou a pessoa que me dizem ser? Será que eu sou a cunhada do Adam e não a mulher dele? Mas porque eu sinto que ele é o amor da minha vida?
A dor de cabeça se intensifica e as memorias começam a pipocar na minha mente. Eu pequenina brincando com a minha irmã e meus pais, o dia em que conheci a Mirian, eu já adolescente me sentindo totalmente diferente da minha irmã. Eu já na faculdade de Artes Plásticas. O dia em que conheci Adam, os momentos que passamos juntos, o dia em que eu o apresentei minha irmã a ele, o dia em que fiquei sabendo que eles estavam namorando. O dia em que eles anunciaram que iriam casar porque minha irmã tinha engravidado. O dia mais triste da minha vida: o dia do casamento deles, o dia mais feliz da minha vida quando peguei minha sobrinha no colo. O dia do acidente. Todas as memorias foram chegando de uma vez só até que tudo fica escuro.
— Mel, Mel, você está bem? – ouço a voz da minha amiga um pouco longe.
Abro os meus olhos lentamente até ver a figura da minha melhor amiga, aquela que me deu seu colo pra chorar todas as vezes que precisei. Ela é de estatura mediana, morena clara, olhos castanho escuro, cabelos encaracolados e um corpão violão como se diz por aí.
— Lia. –sussurro chorosa.
— O que tem a Lia? – indaga.
— E... eu sou a Lia. Lembrei de tudo agora. – afirmo abraçando a minha amiga que está sentada na ponta do sofá.
— Mas, como foram te confundir com a Mel?
— Eu não sei, só lembro do acidente e acordar no hospital.
— Meu Deus que loucura. – ela diz se desfazendo do abraço. — Graças a Deus que quem morreu foi a sua irmã. –olho repreendendo –a. — Desculpe, só estou sendo sincera.
Neste momento a campainha toca.
— Deve ser o Adam. O que você vai fazer? Vai contar a verdade a ele?
— Mas é claro que vou.
— Mas, amiga... – a campainha continua a tocar.
— Melhor você atender. Você sabe que tenho que contar a verdade, não agora, pois tenho que pensar.
— Certo. – ela me abraça mais uma vez antes de levantar.
Assim que ela abre a porta um Adam angustiado entra pedindo licença vindo em minha direção.
— Amor está tudo bem com você. – ele senta ao meu lado —Fiquei preocupado quando me disseram que havia saído de carro.
— Eu estou bem. Só quis dar uma volta e acabei aqui em frente à esse prédio.
— Lembrou de alguma coisa? – me pergunta esperançoso.
— Infelizmente não. – minto.
— E como você veio para aqui na casa da Mirian?
— Na verdade eu a vi lá em baixo e fui falar com ela. Não sabia que sua mulher tinha perdido a memoria, acabei dizendo algumas coisas que ela que a chatearam, pensei que ela estivesse mentindo sobre a amnésia, foi quando ela se queixou de muita dor de cabeça. Apesar de nossas diferenças não podia deixa-la sozinha. – Mirian despeja tudo de uma vez na esperança que Adam não desconfie de nada.
— Eu agradeço Mirian. Amor como está a dor?
— Agora um pouco melhor, tomei o remédio e ela já está passando. Podemos ir?
— Claro minha querida, podemos sim.
Ele se levanta e me ajuda a levantar, graças a Deus a dor diminuiu consideravelmente. Ele se despede de Mirian agradecendo mais uma vez pela ajuda e quando vou me despedir falo apenas para ela ouvir que entrarei em contato com ela. O caminho para casa é feito em silencio, mas Adam não tira o olho de mim. Ele está dirigindo o carro em que eu vim uma vez que ele veio ao meu encontro com o motorista.
Como vou contar a ele que ao recuperar a memoria descobri que quem morreu foi a mulher dele e não a cunhada. Foi difícil olhar em seus olhos e ver a expectativa em saber se recuperei a memoria e saber que o amor e a dedicação não são direcionados a mim.
Ao chegarmos em casa sou recebida por Laura que se joga em meus braços.
— Eu estava com tanta saudade minha pequena. – digo pegando –a no colo.
— Onde você estava mamãe? Não foi me buscar na escola hoje. 
— Fui dar um passeio e acabei me atrasando meu amor, deculpa.
— E eu não ganho um abraço e um beijo? – Adam indaga nos abraçando.
— Claro papai. – ela o beija estralado na bochecha.
— Então venha aqui com o papai, que a mamãe precisa subir e descansar.
— A gente pode ficar com ela papai?
— Claro meu amor, vão subindo que eu vou falar com a Nana e já encontro com vocês. – diz colocando a menina no chão.
Laura pega na minha mão e subimos as escadas em direção ao quarto. Ao chegarmos falo para Laura deitar na cama enquanto eu vou ao closet trocar o vestido que estou usando por uma camiseta e legging. Assim que volto ao quarto me deito na cama abraçando a minha princesa que já ligou a televisão em um canal de desenho animado. Fico pensando em como vai ficar a cabecinha dela depois que tudo que já passou, embora minha irmã fosse uma mãe relapsa ainda sim era sua mãe e ela tinha uma família.
Como fui me meter em uma situação dessas? Quem reconheceu o corpo da Mel? Apesar de sermos gêmeas idênticas nossas vestimentas eram de estilos totalmente diferentes, no dia do acidente eu usava uma calça jeans e regata, Mel, por sua vez estava vestida elegantemente com um macacão de malha. Ainda tinha a aliança de casamento que minha irmã usava, falando nisso agora que me dou conta que não estou usando –a.
— Amor.
Viro me para o lado e vejo Adam com uma bandeja em suas mãos estava tão absorta em meus pensamentos que não percebi sua entrada no quarto. Sento me na cama e ele me entrega a bandeja e neste momento minha barriga faz barulho reclamando de fome e Laura ri ao meu lado.
— Obrigada. Eu tinha me esquecido que já se passou da hora do almoço. – digo sem graça.
— É meu dever cuidar das pessoas que amo.
Meu coração fica apertado com as palavras proferidas por ele.
— E você não vai comer nada?
— Vou tomar um banho rápido primeiro, depois como alguma coisa. –diz retirando o paletó e a gravata antes de entrar no banheiro.
Quando termino meu almoço Adam entra no quarto já totalmente arrumado.
— Você está melhor minha querida? – indaga preocupado.
— Sim, a dor de cabeça agora é quase inexistente – minto porque minha cabeça está um turbilhão.
— Infelizmente tenho que voltar ao trabalho e não vou poder deitar com vocês duas. Laura você cuida da mamãe até o papai voltar?
— Claro papai. – ela diz ficando em pé na cama para abraça-lo.
— Qualquer emergência é só me ligar. – diz me dando um beijo rápido.
— Não se preocupe já te dei trabalho demais por hoje. Vou ficar aqui quietinha com a Laura até você voltar.
Ele pega a bandeja e se despede. — Amo vocês.
Fico assistindo com Laura até que nós duas adormecemos, assim que acordo vejo que Laura ainda dorme tranquilamente. Me levanto lentamente e sigo para o banheiro disposta a tomar um banho de banheira, enquanto a mesma está enchendo, retiro minha roupa. Me enrolo em uma toalha e volto ao quarto para pegar o celular. Coloco –o em cima da bancada da pia e pego alguns sais relaxantes, volto pego o celular, acoplo no sistema de som e coloco uma música aleatória pra tocar. Quando a banheira enche, desligo a água e entro. A sensação gostosa da água e a música conseguem por alguns instantes me relaxar.
Fico um bom tempo me deliciando da sensação de calmaria, porém minha cabeça está um verdadeiro pandemônio. Depois de um longo tempo, saio, visto um roupão e coloco uma toalha nos cabelos, ao entrar no quarto Laura está despertando um pouco suada e com os cabelos grudados no rosto. Fico olhando –a e não tenho como explicar o amor que sinto por essa pequena desde que a peguei nos braços logo após seu nascimento. O amor é tão grande que não cabe no peito, é maior até do que eu sinto por Adam? Será que é amor de mãe? Porque sinto que ela é minha filha e agora mais que nunca tenho certeza disso.
Vou até o closet à procura de uma roupa que seja mais parecida com meu estilo, algo mais básico e de básica minha irmã não tinha nada. Visto um vestido estampado soltinho, volto ao banheiro dou uma secada rápida no cabelo e faço uma maquiagem bem simples.
— Que tal a minha princesinha tomar um banho pra despertar?  E depois ir comer um lanchinho bem gostoso?
¬¬— Oba mamãe!
— Vamos lá pro seu quarto e após o banho vamos ver o que tem de gostoso na cozinha.
Ao entrar no quarto de Laura, encontro Isabel lendo uma revista, ela se prontifica dar banho em Laura e aproveito para voltar ao meu quarto na intenção de ligar para Mirian. Ao entrar no quarto tranco a porta, me acomodo na cama e disco o número que tenho decorado na memoria. O telefone toca algumas vezes até ela atender.
— Alô.
— Oi sou eu a Lia.
— Ah! Graças a Deus. Estava louca pensando em você, cara é muito louco você estar viva depois de chorar horrores a sua morte.
— Desculpe. – digo com pesar.
— Não tem que se desculpar. O que importa é que você está viva e o destino te colocou ao lado do homem que você ama.
— Que por acaso pensa que eu sou a sua mulher e diga-se de passagem, minha irmã.
— Mas, ele não sabe disso. Estive pensando acho que você não deve contar a ele quem você é.
— Você realmente não é normal, nunca seria capaz de mentir para ele.
— É sua grande chance de ter ele só para você.
— Às custas de uma mentira? Não obrigado.
— E aí já rolou alguma coisa entre vocês?
— Meus Deu, não. –falo um pouco mais alto. — Quer dizer, rolou uns beijos.
— Já é um começo.
— Mirian o foco não é esse. Como eu vou falar a verdade para o Adam? Como vai ficar a cabeça da Laura entorno disso tudo?
— Bom você já sabe a minha opinião. Mas como você é certinha demais apenas senta com ele e conta, simples assim.
— Como se fosse fácil.
— É fácil Lia, você que sempre complica demais.
Ouço batidas na porta e Laura me chamando.
— Miriam vou ter que desligar, pois Laura está me chamando. Nos falamos depois, ou melhor venha me ver amanhã.
— Você quer que eu vá na casa da minha arqui-inimiga?
— Mirian.
— Tá parei. Tenho algumas coisas para fazer, mas vou até ai no fim da tarde. Beijos.
 

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13/02/19





 
 

   

 













  





 





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