Capítulo Nove - O Ômega

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— A gente chamava essa de mordida da misericórdia — Ele embebedou o algodão no iodo e começou a limpar a carne morta no ombro de Louis — Jacob chorava quando via a ferida.

— Jacob era um bom rapaz. Eu penso se ele já se casou — Louis mexeu na caixa de remédios, achando um frasco de soro — Não sei porque eu deixei ele fazer isso.

— Você sempre tem esse lado de querer ajudar — Zayn pegou o soro e limpou o resto, pegando a gaze e a atadura — Deveria parar de ser tão altruísta.

— É da minha natureza. Minha mãe me ensinou.

Lembrar de Jay fazia Louis feliz. Sua mãe, quem não via desde dos 13 anos, e seu pai, o Alfa mais divertido e forte.

Havia notícias deles: Daisy estava namorando sério, Lottie estava noiva e Felicité seria pedida em casamento. O que o restou na família.

Sua mãe, a linda Johannah presenteou o mundo com quatro Ômegas. Seu pai, mesmo sendo um Alfa orgulhoso, desmanchava de orgulho da família.

Louis sentia saudades da casa onde cresceu.

Ele se lembrou sempre do lugar, a casa de cor azul.

E dos Ômegas que ele ajudava a esconder.

Ele se lembrava de quando acordava pela madrugada, Mick dormindo no chão de seu quarto, Arthur dormindo na poltrona, Rony no chão a esquerda, Carly dormindo no chão do quarto das meninas, protegendo elas.

Daisy dormia no peito de Mick quando estava com pesadelos, e Rony fazia trancinhas. Eles eram um dos 20 Ômegas que a mãe e o pai viviam escondendo naquela casa de fazenda. O quintal era largo, havia cachorros. Um porão onde faziam o possível para esconder todos.

Jay adorava salvar vidas. Ela os ajudava desde que estava grávida de Lottie. Contava com gosto quando, grávida de seis meses, dirigiu em alta velocidade, para fugir da ARO, com Mick pequeno entre os braços, Mark ferido e seu pai, William Tomlinson, tentando costurar o genro.

A história da família Tomlinson era de altruísta. Seu avô era um exemplo. Vovô Tomlinson, um Ômega bastante caridoso, morava há alguns quilômetros de Bradford, em um fazenda.

O lema da família Tomlinson era o mesmo de sempre:

Amor e família em primeiro lugar.

E todos aqueles Ômegas, que estavam escondidos na casa de Louis quando pequeno, era sua família.

Quando ele acordava de manhã, sua mãe gestante de Daisy, deitada no sofá. Mark no trabalho, Lottie arrumando Felicité para a escola, e o Boothe, o cachorro da família latindo e Mick fazendo panquecas, enquanto Rony lavava toda a bagunça e Arthur se preparava para levar as crianças na escola.

Jay sempre falava para Louis.

— Onde tem amor, tem família. E onde tem família, tem felicidade. Não precisamos ser de sangue, BooBear. Basta acolher. Acolher e amar, é assim que somos.

As palavras nunca foram esquecidas.

Agora adulto, Louis as aplicava.

Zayn colocou o esparadrapo e sorriu.

— Remendado.

— Obrigado — Louis olhou — Preciso dormir durante horas e horas.

— E eu preciso de uma pizza com cheddar — Zayn se levantou e Louis o seguiu, contrariado.

O posto era meio sombrio. Parecia abandonado, e Niall ficou com um pouco de medo.

Ele havia se trancado dentro do banheiro. Sua dor estava insuportável. Não conseguia achar a merda da seringa e nem da ampola.

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