Capítulo Dezesseis - O baile.

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Os garotos olhavam para ela, por entre os arbustos. Os cabelos dela estavam trançados, castanhos claros, como um rio em cascata nas suas costas. As bonecas de porcelana estavam todas sentadas, ao lado de ursinhos de pelúcia.

Ela era muito bonita, mas quase não se via o rosto dela.

O garoto olhava para ela.

— Eu vou me casar com ela — Ele sussurrou — Papa já avisou que ela é minha noiva.

— Mas você só tem nove anos — O outro tentava ver o rosto da menina, sem sucesso.

— A gente vai esperar crescer, né Desmond — O garoto sorriu e eles saíram — Ela também é criança, ela só tem sete anos.

Os dois andaram pela maravilhosa propriedade dos Thomeleeson's. A mansão ficava no meio de um lugar florido e verde, como um campo bem feito. As árvores tinham detalhes únicos, e havia sempre o bom cheiro de natureza. Além do rio e do lago, a mansão remota lembrava o castelo de grandes sudões, que morriam e viviam pelo seu povo.

Os empregados sempre vestiam coloridos, de roupas únicas e bonitas, desafiando toda a realeza sem graça da Liga dos Originais.

Desmond pulou em uma poça, sujando suas meias brancas. Com doze anos, ele era um pouco mais velho que o pequeno Ressay.

— Sabe, minha mãe também quer me casar — Ele pegou uma vareta no chão — Mas eu não quero me casar.Ela se chama Regine Lancasys. Ela tem minha idade.

Ressay que andava descalço, encarou o amigo.

— Porque ligam para casamento para nós?

— Porque a gente tem que continuar o nome da família.

— Eu prefiro não me casar. Meus irmãos já se casaram, e foram embora. Babá está doente na cama, esperando meu irmão. A gravidez dele fez ele ficar fraco na cama.

— Ele está prenho de novo?

— Babá diz que é uma menina. Hartut e Ismali falaram que ela vai se chamar Kahalia. Papa quer que seja outro menino, assim ele pode chamar de Khalih.

— São nomes tão legais. Eu queria ter um nome assim.

— Vocês usam nomes tão apagados quanto a história de vocês — Ressay começou a rir.

— E qual o nome dela? — Ele apontou para a menina isolada, noiva de Ressay.

Meu pai a chama de Gianna.

— E onde a achou?

— Ela era minha prima de terceiro grau — Ressay e Desmond voltaram a andar para perto dela — Babá disse que os pais dela morreram em um incêndio e a gente é a única família dela. Ela vai ser a mãe de meus filhos. Minha família está ficando menor e Papa diz que somos os últimos.

— Ela é bonita — Desmond voltou a vê-la, sentindo seu coração jovem palpitar no peito.

— Ei, porque a gente não entra em casa e come maçãs caramelizadas? — Ressay lambeu os lábios — Pare de olhar pra ela, Papa disse pra deixar ela quieta.

— Só quer vê-la. Quero saber se ela é bonita.

— Garotas são feias — Ressay fez careta — Eu vou buscar maçãs.

Ele saiu correndo e Desmond sentou-se na grama para ver a menina trançar os cabelos das bonecas. Geoff tentou ver o rosto dela, mas ela nunca se virava.

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