Capítulo Dezoito - A família, os segredos e o baile.

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A casa de William Tomlinson era tão confortável quanto seu jeito. Tapetes persas enfeitavam a sala, mandalas penduradas na parede, além de apanhadores de sonhos. A lareira sempre limpa, a cozinha tinha um misto de sabores e aromas.

A escada de madeira polida tinha flores em pequenos vasos.

Batendo a bengala no chão, de forma impaciente e rápida, William pediu para que os convidados se sentassem.

— Makoyo, advinha quem chegou? —William chamou a sua dama de companhia.

A mulher negra de cabelos em trança chegou. Havia tirado a beca de economista e usava apenas o terninho e um avental, representando que devia uma lealdade para William.

— Ah meu Deus —Ela soltou o pano de secar pratos—Meu bebezinho!

Louis sorriu ao ver o amor de Makoyo e foi abraçado por ela. Lágrimas surgiram no rosto dela, ao se lembrar de como o vira pela última vez. De como Makoyo sempre voltava do trabalho do escritório de contadores e não desgrudava da cabeceira da cama que ele ficou.

— Meu amorzinho —Ela soluçou —Olhe para você. Tão robusto, tão forte novamente.

— Eu também estava com saudades de você.

Ela sorriu.

— Kalalah irá adorar saber que você está aqui —Ela sorriu — Pedirei para que ele venha te ver.

— Estarei esperando — Louis sorriu para a mulher.

— Vou trazer o desjejum para você, e William, nada de tomar vinho —Ela olhou para o senhor que já ia em direção á adega —O médico disse que deve evitar o vinho.

— Um gole não faz mal —Ele resmungou.

— Você disse isso semana passada e tivemos que te levar ao médico —Ela começou a andar para a cozinha —Sente-se e fique quieto.

O senhor resmungou mais vezes e se instalou na poltrona.

— Como eu sinto saudades de um bom Chatelé 2008 — Pigarreou —Mas minha saúde não é a mais a mesma de anos atrás.

Josh olhava para as pinturas na parede. Reconheceu uma, durante seus estudos aprofundados sobre a família extinta, com seu pai.

— Essa fazia parte da família Thomeleeson — Ele apontou para um quadro, onde exibia-se um casarão —Essa é a casa dos Thomeleeson's em uma pintura única.

William assentiu.

— Acredite, o chefe da família me deu em mãos —Ele sorriu —Foi o último presente dele antes de falecer.

— O que você pode nos contar sobre a família Thomeleeson, senhor? —Harry o questionou.

As damas entraram com os pratos e serviram na mesa de centro. O silênico pairou de maneira pesada.

Quando saíram, Makoyo dando mais um beijo em Louis, em um ato maternal, William pousou a bengala no chão e se serviu de chá.

— Eu sempre me lembrarei de como a Liga maltratou toda a família Thomeleeson. Bailes grandes e ricos, mas sem nenhum Thomeleeson presente. Talvez fosse a inveja, o medo... Mas eles não se importavam. O que importavam para eles é o bem da família, seja ela de sangue ou não.

Louis se lembrou da mãe. Os ensinamentos que ela tinha sobre os Ômegas que escondia em casa.

— Os Thomeleeson trouxeram grandes ensinamentos para a sociedade. Todas as famílias adotaram seu jeito de viver, seu lema, sua bandeira. Não havia preconceito com nenhuma casta, seja ela não pura ou não. Eles gostavam de trazer a paz e a serenidade com todos. Uma pena que o destino tenha interrompido tão cedo.

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