| Capítulo Três |

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Saint

Minha cabeça lateja.

Não consigo mover qualquer parte do meu corpo e o desespero me bate, fazendo-me abrir os olhos de imediato e receber uma grande onda de claridade. Demoro bons minutos para ajustar minha visão e reparar exatamente onde estou.

Um hospital.

Olho ao redor e me acalmo um pouco quando consigo mover meu pescoço e braços levemente. Testo os dedos dos pés e suspiro aliviado quando todos respondem imediatamente ao meu comando. Afasto um pouco o lençol do meu corpo e reparo na camisola feia e pálida que uso. Reparo também o quão branca e pálida a minha pele está em baixo das minhas tatuagens.


Então, como pequenos flashes de memória, lembro-me de todos os últimos acontecimentos que consigo me recordar.

Seus olhinhos assustado. Suas mãos tentando me afastar, mas depois me segurando bem próximo... como se dependesse de mim. — Seus toques suaves e singelos — tudo sobre ela.

Os aparelhos conectados ao meu corpo começam a zumbir, percebo o quão rápida está a minha respiração.

Em minha mente só se passa uma coisa, para onde levaram a minha garota?

— Eu, acalme-se. Está tudo bem, Saint. —sinto mãos segurarem os meus ombros e me encostarem devolta na maca.

— Ca... — dou umas tossidas e respiro fundo, testando a minha voz. — Cadê a garota? —me surpreendo com o quão grossa e rouca a minha voz está.

Abro os olhos e percebo que quem me segura é Marmadoc. Seus olhos mostram preocupação e alívio.

— Cara, você está apagado há três semanas. Seus pais e sua irmã estão desesperados. Porra, é muito bom ver você acordado.

— Cadê. A. Garota? — repito, agora, pausadamente.

— Você é um filho da mãe mesmo. — ele ri. — A trouxemos conosco. Antes de apagar totalmente, você se recusava a soltá-la. Ameaçou matar todos se não a salvassemos. — Marmadoc me solta e se senta em uma poltrona próxima à mim.

— Trouxemos?

— Sim, cara, estamos nos Estados Unidos. — ele sorri e se levanta. — Sinto muito por Chance, ele era um bom cara. Agora eu vou ligar para a sua mãe, ela foi descansar um pouco e eu prometi que iria ligar se você acordasse.

— Tudo bem. Onde ela está?

— Em casa, descansando.

— A garota.

Ele sorri.

— Ela se recusou a sair ou ficar muito longe de você. Não confia em ninguém além de você. Estamos a mantendo em um quarto do hospital.

Porra. Suspiro aliviado e uma onda de tontura me leva em mais um sono.

...

Sinto mãos passarem por meu corpo e beijos serem espalhados por todo o meu rosto. Reconheço o cheirinho de flores de mnha mãe, suas mãos suaves e amorosas. Que saudade.

BurnWhere stories live. Discover now