| Capítulo Dez| pérola

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Pérola

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Pérola

Eu observo a conversa à minha frente. Eu poderia arrancar os seus braços agora, penso. Sinto-me estranhamente possessiva, algo que nunca senti antes. Respiro fundo e sorrio quando Liv, mãe de Saint, me elogia por algum motivo, o qual eu não prestei nem um pouco de atenção. Observo as mãos da mulher que antes estavam em seus ombros, deslizarem até que estejam em seu peito.


O que mais me irrita é o fato de Saint não se mover. Ele até responde e sorri educadamente para a sua prima.

A mulher já percebeu como meus olhos acompanham cada um dos seus movimentos, mas ela ignora, provocando-me. Não consigo lidar com o fato de que eu não tenho a sua completa atenção, esta é a primeira vez e eu não consigo entender tamanha a raiva que eu sinto. Suspiro, tentando não parecer tão chateada.


— Sim, ela é tão inteligente. É professora! — Liv fala com orgulho para uma de suas cunhadas. Volto minha atenção para as mulheres à minha frente e sorrio, sabendo que elas falam de mim.

— Você se formou em qual faculdade? — a mulher arrogante me olha de cima a baixo, me avaliando. Não sou nenhuma mosca morta, então, antes de respondê-la, também a olho. Sua pele pálida e leitosa é destacada pelo maiô vermelho. Seus óculos de sol são claramente caríssimos, certeza que assim como o seu par de peitos. É uma senhora realmente elegante. Eu rio internamente. Ela fala alta e lentamente como se eu estivesse tendo problemas para entendê-la.

— N'Gand Academy, a senhora não deve conhecer ou sequer ter escutado falar, eu imagino. — respondo educadamente e ela concorda.

— Realmente. Minha filha se formou em Colúmbia. Imagino que você teria gostado de se formar lá, como ela. — ela sorri, balançando a sua taça de champanhe. Respiro fundo. Eu não vou mandar essa doce senhora para quaisquer lugares desrespeitosos, repito mentalmente.

Liv, percebendo o meu desconfoto, toca o ombro da mulher e faz uma leve carícia.

— É realmente uma pena Gina não exercer nada, principalmente qualquer coisa na área em que se formou e atualmente viver às suas custas. — ela faz uma careta. —  Acredito que você gostaria que ela trabalhasse.

A mulher, claramente sem graça, se afasta dizendo que precisa ir ao banheiro.

— Me desculpe, querida. Geanine é uma vadia arrogante. — eu rio, realmente achando graça.

— Está tudo bem. — dou de ombros.

— Certo. Agora vá arrumar as suas coisas e colocar um biquíni. O dia está incrível para um banho de piscina! — ela não espera a minha resposta e sai apressada em direção à cozinha. Olho à minha volta a procura de Saint e quando não o encontro, decido eu mesma subir com a minha mala. A pego sem muito esforço. Não trouxe muitas coisas para o final de semana. Sigo em direção às escadas. Coloco a mochila no meu ombro e quando vou dar o primeiro passo, sinto uma mão em meu ombro, parando-me.

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