Saint
A observo atentamente. Seus olhos curiosos passeam por toda a minha sala.
Eu também estava com tanta saudade de casa. Da minha paz.
Sem mortes.
Sem tiros.
Sem guerra.
Sinto desejo de cuidar dela, protegê-la, como se ela fosse o maio e melhor tesouro. O meu tesouro.
Solto a sua no chão e tranco a porta atrás de mim.
Moro em um condomìnio de casas onde só vivem militares e suas familías. Um lugar calmo, perfeito para a minha mente transtornada.
— Você está bem? -levo meus olhos a ela e a vejo me observar atentamente.
— Estou OK. -dou de ombros e sigo em direção ao sofá, sentando-me, estranhamente consciente de meus ferimentos.
Eu não estou OK.
Sinto pequenas pontadas no meu peito, na ferida ainda fresca. Levo os dedos para o moletom que uso e tento tirá-lo, sem sucesso. Gemo sentindo um pouco de dor.
— Deixe-me ajudar você. -ela vem até mim e se posiciona entre as minhas pernas abertas. Pérola se abaixa um pouco para segurar a barra do meu moletom.
— Nós mal nos conhecemos e você já está tirando as minhas roupa. -sorrio malicioso, brincando. Ela me olha séria.
— Se você tentar algo, arranco-lhe os braços. Levante-os. -rio, mas não retruco. Levanto os braços como ela mandou e, aos poucos, Pérola levanta o moletom até que ele esteja totalmente fora. — Ah, não.
— Que... -olho para o meu peito e o vejo manchado com sangue fresco. Os pontos ameaçam estourar, a pele embaixo das tatuagens está visivelmente roxeada e o sangue escorre em direção à entrada da minha calça moletom. Quando eu a olho, é ali que encontro os seus olhos. — Pérola? -ela parece acordar e volta a observar a ferida em meu peito.
— Onde você guarda uma caixa de primeiros socorros?
— Fiquei muito tempo fora, mas da última vez que a vi, estava no banheiro principal, no corredor. -ela concorda e olha em volta tentando se encontrar. — Primeira porta à esquerda.
— Certo.
Então ela vai.
Mas quando volta, seus cachos estão soltos e espalhados sobre os ombros. Seus olhos curiosos como se tivessem visto algo incrível.
— Eu encontrei. -vejo que ela segura uma caixa branca.
— OK. Pode me ajudar com isso?
— Uh... claro. -ela parece mais tímida que o normal quando se aproxima mais de mim, mordo um sorriso.
Ela se aproxima mais e eu abro as pernas para que ela possa se posicionar entre elas. Ela o faz. Pérola coloca a caixa ao meu lado no sofá e a abre, tirando de lá gaze e um frasco. Ela lê a bula e parece entender bem sobre. Com cuidado, tira a tampa e molha um gaze com o remédio do frasco.
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