Capitulo 7 - επτά

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Jungkook sentia frio, mas não apenas isso, sentia também suas bochechas serem atingidas com chuviscos gelados que caiam vagarosamente do céu. Sentiu, também, quando seus dedos das mãos começaram a gelar e quando seu próprio bafo materializou-se ao respirar.

Ele não lembrava-se de quando escureceu, ou quando o inverno chegou. Também não soube como foi parar sentado em um balanço caseiro de criança, pendurado em uma árvore qualquer. Sentado daquela forma tinha a visão perfeita de uma casinha simples e pequena, com fumaças saindo de uma pequena chaminé. Parecia muito aconchegante no meio do frio da noite.

Atordoado pelo ar gelado tocando sua pele, não pensou duas vezes antes de se levantar para bater na porta e pedir informações. Inclusive, com certeza Jeon Jungkook receberia uma deliciosa sopa de legumes devido ao cheiro que chegava em suas narinas, se não fossem pelas circunstâncias que aconteceram bem diante de seus olhos, como se ele nem mesmo eativesse ali. Como se assistisse tudo de fora.

Um carro preto estacionou com uma viatura da polícia na frente da casa, que antes aconchegante, pareceria um caos em poucos minutos. Então, dois policiais saíram da viatura, enquanto um homem e uma mulher, bem vestidos, saíram do outro automóvel. Eles não pareciam normais, exalando poder e medo.

Jungkook engoliu em seco, pois ele pressentia como um filho de Atena, que quem quer que estivesse morando naquela casa, logo, sentiria tamanha dor e tristeza. Assim como ele mesmo já estava familiarizado.

- Esperem! - Jungkook gritou como se soubesse sobre os seguintes acontecimentos. O moreno tinha a estranha sensação que conhecia aquela história. Como um dejavú.

Ninguém o ouviu.

Os homens bateram na porta com agressividade, parecendo apressados e impacientes. Era agonizante olhar. Jungkook sabia que tinha que impedir aquilo, só não sabia do porquê.

- Não, esperem! - ninguém escutava sua voz.

- Abra a porta, senhora! Não temos tempo! - Bateram forte outra vez contra a madeira velha - Não queremos arrombar, abra agora! Temos total permissão.

- NÃO! FIQUEM LONGE! - todos, incluindo Jeon, escutaram uma voz feminina e desesperada saindo da casa. - Vocês não vão o tirar de mim!

Os policiais olharam para o homem de terno, que assentiu com a cabeça em algum tipo de comunicação secreta. Depois disso os policiais jogaram seus corpos contra a porta, quebrando a maçaneta e entrando na casa como malditos brutamontes. Os gritos da mulher eram altos e tristonhos, assim como o choro de alguma criança.

Os oficiais arrastaram a mulher de dentro de casa, que se debatia ao tentar segurar-se com os pés no batente da porta. Seus cabelos estavam bagunçados, seu rosto estava vermelho e ranho transparente saía de seu nariz devido ao choro incessante.

- Não me separem de meu menino! - Ela olhava para a outra mulher, tentando obter algum tipo de misericórdia, mas foi ignorada de uma forma desumana demais para descrever.

- Mamãe! - Um menininho saiu gritando de dentro de casa aos choros. Correu até a moça que chamava de mãe e segurou sua cintura, dificultando os polícias - NÃO ME DEIXE!

- Filho! Filho, me escuta!- Ela olhava com os olhos arregalados para a criança de pele amorenada, como se quisesse dizer últimas palavras - Eu te amo, não se esqueça de mim! Eu te amo!

- Eu também te amo, mamãe... - A criança fungou e respondeu ao afeto com uma voz chorosa. Mal Jungkook percebeu que ao observar a cena, já deixava pequenas lágrimas escorrerem de seu olhos.

O Filho de Hades Onde as histórias ganham vida. Descobre agora