O Filho de Hades

Capitulo 11 - έντεκα

Em seu coração há um buraco
Há uma marca preta em sua alma
Em suas mãos está o meu coração
E ele não vai me deixar ir até
que esteja cheio de cicatrizes

Jungkook suava frio a cada passo que dava em direção à sala de computadores, para a aula de design gráfico. Sentia-se como um pré-adolescente inexperiente, essa era a verdade. De onde havia tirado tanta coragem para fazer um pedido tão travesso para aquele homem tatuado que tirava-lhe a sanidade? Não era de seu feitio. Nada daquilo era. No entanto, ao mesmo em tempo que a ansiedade corroía seus ossos, imaginar que após suas aulas teria um dia deleitoso com Kim Taehyung, fazia-o arfar sozinho como um homem apaixonado. Não, apaixonado não. Palavras proibidas não deviam ser pensadas, por isso balançou a cabeça em negação antes de finalmente adentrar o local que tanto procurava.

Pensava se nesta noite Taehyung o trataria como a primeira vez que transaram, se seria carinhoso e cuidadoso, dizendo palavras bonitas e tocando-o nos lugares certos. Jungkook gostava disso e sentia-se mimado todas as vezes que o filho de Hades beijava-o na boca, como se ele fosse seu único homem. "Único homem", soltou um riso silencioso ao sentar-se na mesa do computador e esperar pelas instruções do professor. Era bom demais para ser verdade, pois não conhecia Kim totalmente, mas duvidava que o amorenado não tivesse outros casos, tamanho sua beleza e libidinosidade. O filho de Atena quase pode sentir uma pontada estranha em seu peito ao imaginar Taehyung beijando outras pessoas, assim como fazia com ele.

Não podia sentir ciúmes. Eles não eram nada. Nunca seriam nada. Apenas eram parte de uma história estranha e mal entendida, que logo acabaria.

Por isso, sabendo que logo eles não seriam mais nada, nem viajariam juntos, nem dormiriam no mesmo quarto, nem nunca mais sentiriam o gosto de suas línguas se tocando dentro de um ósculo viciante, Jungkook decidiu que naquela noite com Taehyung, ele não ligaria tanto assim para toques sensíveis e sentimentais. Essa noite ele gostaria de cavalgar sobre Kim, sentindo o músculo grosso e molhado do tatuado penetrando-o até que ele chorasse de prazer. Jeon estava decidido que seria o brinquedo de Taehyung durante a noite inteira, dando-o tudo de si para o mais velho, libertando-se até que o tatuado admitisse que o filho de Atena era o melhor garoto que podia ter em sua vida.

Jungkook queria gozar até esquecer seu nome naquela noite, porque era egoísta. Era egoísta por Taehyung. Queria ser o único protagonista dos pensamento do amorenado. Porém, mal sabia ele que já era dono da mente do filho de Hades, sem muitos esforços.

Entretido em seus pensamentos, ligou o computador ansioso por logo terminar aquela aula, que também gostava, e ir para o quarto. Perguntava-se se realmente Taehyung estaria nu, esperando por si como pedira. Duvidava muito.

- Não... Hoje não vai ser uma aula normal - escutou o professor, pegando a metade da explicação devido aos seus devaneios. - Todos vocês vão ter que recriar no programa a estrutura do palácio Gyeongbokgung*.

- Isso levará horas... - Jungkook disse, nervoso devido aos seus planos para mais tarde.

Taehyung o castigaria se ele atrasasse. Era um pressentimento. Apenas não sabia se seria um castigo bom ou ruim.

- Isso valerá um terço da sua nota para o fim desse semestre - o professor baixinho olhou-o nos olhos, ajeitando os óculos fora de moda. - Se tivesse prestado atenção, Jeon Jungkook, saberia que hoje é aula de design estrutural, então não vai precisar focar na arte, somente nos cálculos e desenhos no programa.

- Ainda levará horas e excederá o tempo da aula... - Jeon girou a cadeira rotatória, relaxando seu corpo como se desafiasse o professor.

Na verdade ele não ligava de fazer trabalhos e ficar horas trabalhando em programas que claramente gostava, no entanto queria ir embora para o homem que o esperava ansiosamente no quarto. De qualquer forma, provocar o professor dava-lhe graça, principalmente quando o mesmo tentava sempre diminuir suas notas por ser um ranzinza solteirão. Foda-se, ele iria fazer o que tinha que fazer, afinal, gostava de sexo, mas gostava de ser o número um da turma, também.