Capitulo 13 - δεκατρείς

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Eu não quis te usar
Mas eu ainda sei o dia do seu aniversário
E a música favorita da sua mãe
Então me desculpe,
meu amante desconhecido
Desculpe-me por não acreditar
Que alguém realmente
Se apaixonaria por mim

Dois anos atrás, Triskle.

Jungkook tinha as mãos sobre os olhos, esgueirando-se inutilmente do sol que atrapalhava sua visão e em sua nuca sentia a grama cheirosa o pinicando, mas não se incomodava tanto, pois gostava das sensações que estava tendo ali, deitado sobre o chão ao escutar alguns pássaros cantando. Na verdade, gostava mais da companhia que tinha do seu lado. Kim Yugyeom brincava com os dedos sob o reflexo da luz, rindo vez ou outra do lado de seu amigo.

Amigo...

O filho de Atena amava essa palavra, porque aos poucos ela começava a ser uma palavra rotineira em seu vocabulário. Seus amigos do passado haviam o trazido dor e por isso odiava as sílabas, no entanto, como um ciclo, ela voltava, fazendo o coração do garoto incendiar de alegria. A mais pura verdade era que Jungkook odiava a solidão, ainda que tivesse aprendido a conviver com sua companhia, e ali, agora, não se sentia só. Não mais.

- Você realmente não quer fumar maconha comigo? - Yugyeom perguntou, rolando de bruços e olhando para Jeon.

- Eu não quero ser expulso - sorriu sem foco.

- Você sabe que é apenas uma erva medicinal, ajuda no estresse, nos deixa mais felizes e serve para diminuir os sintomas de muitas doenças... - Yugyeom voltou para sua posição anterior. - Se Taemin descobrir, pode dizer essas coisas a ele e tudo ficará bem.

- Claro - Jungkook gargalhou, sentindo o sol esquentar suas bochechas. Sentia-se bem.

- Você é tão cafona. Não sei porque sou seu amigo - o mais alto sentou-se, puxando a mão de Jeon para que ele também se levantasse. - Olha pra mim.

Os dois garotos estavam sentados um de frente para o outro, observando cada aspecto alheio e segurando sorrisos contidos. Os prédios da universidade, longe, deixavam o ambiente calmo, onde só dois garotos – incompreendidos por um mundo tão ordinário – aproveitavam a briza e de um sentimento tão acolhedor. Amavam-se.

- Eu sei do seu segredo.

Jungkook engoliu em seco. Estaria o seu amigo humano falando se sua identidade meio-sangue?

- O que? - a voz do filho de Atena saiu falhada, denunciando-o.

- Você sabe que somos amigos, tudo bem que eu te conheci em Janeiro deste ano, mas... - o garoto pegou a mão de Jeon, entrelaçando os dedos cheios de anéis nos do garoto. - Sinto que somos muito próximos e podemos falar disso.

- O-olha e-eu ia te contar... - gaguejou. - É apenas delicado demais, fiquei com medo de te assustar.

Kim Yugyeom olhou o mais baixo intensamente, observando cada traço de seu rosto e achando-o lindo. As orbes de cor jabuticaba exalando confusão se arregalando com o susto, a boca rosada – pequena e fofinha – tremulava sutilmente nos lábios entreabertos e as bochechas levemente coradas, justificavam todas as vontade que o humano tinha de beija-lo. Assim, desnorteado pela beleza do amigo, Yugyeom aproximou-se do rosto de Jeon e com os narizes quase tocando, disse o que tanto queria.

- Não estou com medo, pois não tem problema em ser um virgem.

Jungkook não teve tempo de protestar ou de enfiar sua cabeça em algum buraco mal cavado, pois Kim Yugyeom já pressionava os lábios nos seus, selvagem e necessitado. Era isto, seu amigo beijava-o. Ele queria protestar, afasta-lo ou sair correndo, porém sentia-se bem, não porque seu coração acelerava, mas porque conseguia finalmente sentir o tudo. O tudo que nunca sentiu, ou o tudo que perdeu. Sentia o amor que estava recebendo, principalmente quando Yugyeom apenas o deitou novamente sobre a grama e chupou seus lábios lentamente antes de enroscar ambas as línguas de forma delicada. As carícias eram ternas e quentes e por isso ele não se afastaria. Seus sentidos estavam ganhando vida novamente e a presença do humano, silenciava seu mundo caótico.

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