Capitulo 2

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-Quem garante que o filho é meu? Você deu pra mim, podia ter dado pra qualquer um. E por que você veio me falar isso, acha mesmo que eu vou assumir esse teu filho? Eu só estava pagando uma aposta que eu fiz com meus amigos, que eu pegaria a quietinha, a santa da sala e eu consegui. 

-Você é um ordinário! - esbravejei. 

5 anos depois...  

Então depois daquele dia na casa do Gustavo eu me senti sem chão. Eu odeio relembrar tudo o que eu vivi até agora, não foi fácil.  

A Milena nasceu linda e eu não tive ninguém para segurar a minha mão naquela sala de parto. Me senti sem chão, sem ninguém ao meu lado, me senti sozinha no mundo.  

Nunca mais eu tive notícias dos meus pais. E bom, arranjei uma amiga, na qual me ajudou muito é divido um apartamento com ela.  

Também nunca mais tive notícias do Gustavo.  

Eu mudei muito, meu corpo, fisionomia. Quem me conhecia antes agora não me reconhece mais. A Milena já tem cinco aninhos.  

Ela é linda, tem uns olhos bonitos igualmente o do pai dela, mas é uma mini copia minha. Ela é minha vida, por ela eu faço tudo, fico até com fome para dá o que de comer a ela. 

-Filha vamos eu vou te levar para a escola. 

-Não quero ir hoje mamãe. 

-Mas não pode faltar aula meu bem. Mamãe vai agora para uma entrevista de emprego. 

-Aí a senhora vai poder comprar aquela boneca que a gente viu ontem. 

-Claro que vai meu amor - beijei sua cabeça - agora vamos para escola para a mamãe não se atrasar para a entrevista. 

-Tá bom - ela corre e pega sua mochila e coloca nas costas.  

Milena é uma menina bem esperta.

Quando ela era menor ela perguntava por que todo mundo na escola tinha papai e ela não e era difícil de responder essa pergunta a uma garotinha de três anos - a idade que ela tinha na época - mas ela acabou entendendo e não perguntando muito sobre.  

Deixei a mesma no colégio que é público. Não tenho dinheiro o suficiente para pagar uma escola particular para minha filha. Estou desempregada no momento e atrás de um emprego.  

Volto para o pequeno apartamento que eu divido com a Clarisse. Quando sai ela ainda estava dormindo, quando adentro no apartamento ela está fazendo café.

-A entrevista é para que emprego? - ela pergunta da cozinha. 

-Empregada doméstica de um juiz.

-Nossa, que barra amiga. Logo de um juiz. 

-O que vim é lucro Clari. Tenho que procurar um emprego logo, não posso ficar me sustentando as suas custas.

-Você sabe que eu posso segurar as pontas até você arranjar um emprego. Você vai conseguir esse emprego hoje, você vai vê. 

-Tomara amiga.  

Me arrumei rapidinho. Estou trajando uma calça jeans, uma que não está muito velha e uma blusa de manga branca. Peguei minha bolsa e conferir todos os meus documentos. 

-Boa sorte Gabi - Clarisse fala segurando a porta. 

-Obrigada Clari, vou precisar.  

Desci as escadas até o térreo, a gente mora no terceiro andar. Fui até o ponto de ônibus mais proximo e esperei um ônibus para o Leblon.  

Depois de uns minutos o ônibus passou e eu entrei pagando o cobrador. Depois de ter pegado um engarrafamento grotesco e ainda tive que andar bastante até chegar aqui. É uma enorme casa, com bastante segurança, cerca elétrica e tudo mais.  

Me identifico e logo liberam minha entrada. Uma empregada logo me direciona até uma sala que eu devo esperar pelo senhor juiz que eu ainda não sei o nome.   

Depois de um tempo alguém adentra naquele escritório. 

-Bom dia - era uma voz grossa, grave. 

-Bom dia - respondo suavemente. 

Ele se senta na minha frente e não acredito na figura que eu estou vendo. 

-Gustavo Ribeiro - ele me encara - e a senhorita, como se chama?  

Era ele. O Gustavo, eu estou de cara a cara com o pai da minha filha depois de cinco anos. Claro que ele nunca vai me reconhecer, eu mudei muito. De menininha adolescente, para uma mulher, cortei meu cabelo quase no ombro. Ele não vai se lembrar de mim. 

-Devo perguntar novamente? - saio do meu transe. 

-Ah, meu nome é Gabriela - dou uma risada forçada.  -

-Você já trabalhou nesse ramo Gabriela? 

-Sim, tenho experiência de dois anos.  

Depois que a Milena nasceu o único emprego que conseguir achar foi de empregada. Ninguém queria uma menina de vinte e um anos sem nenhuma experiência ou concursada. Foi a minha única saída. 

-Ah. Eu estou querendo uma empregada para ontem. A minha se demitiu por problemas pessoais. Você está interessada no emprego.

-Sim! 

-Então o emprego é seu. Você pode começar quando? 

-Amanha mesmo. 

-Ótimo. Só lembrando que você tem que dormi no serviço e pode embora para casa no final de semana, no sábado de manhã. 

-Ok! 

-Então até amanhã Gabriela.  

Levantei feliz da vida. Mas nem tanto. Eu vou trabalhar na casa do pai da minha filha. Ele continua o mesmo, nada nele mudou. Voltei para casa e quando cheguei em casa preparei o almoço e depois fui buscar a Milena na escola.  

Fiquei esperando ela do lado de fora da escola e ela veio pulando e me abraçou. 

-Mamãe, amanhã começa a semana das crianças aqui na escola, e eu quero ir. 

-Tem que pagar é meu amor? 

-Sim mamãe, é trinta reais que minha pró falou, vai ter pula pula e muitos brinquedos. 

-A gente tem que vê, a mamãe conseguiu o emprego, mas só vai ter dinheiro no final do mês. 

-Poxa mamãe - ela faz beicinho - eu queria muito ir. 

-A mamãe vai dá um jeito tá bom? A mamãe vai ter que ficar a semana toda no trabalho e a gente só vai se vê no final de semana. 

-A senhora vai me deixar igual o papai?   Paramos de andar e me agachei ficando do tamanho dela. 

-Claro que não. A mamãe nunca vai te abandonar. Se eu tô fazendo isso, é por você meu amor, pra da a você tudo o que você quiser.

Fate Of LoveOù les histoires vivent. Découvrez maintenant