Capitulo 11

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-Claro que não, onde você tirou essa ideia Milena? - pergunto furiosa por ela ter presenciado aquela cena. 

Me distancio do Gustavo e o encaro com raiva por ter me beijado. 

-É você - aponto para ele - nunca mais faça isso na sua vida. 

-Eu beijo tão ruim assim? - ele pergunta com um sorriso travesso nos lábios. 

Claro que não! Que ideia - diz meu subconsciente. 

-Sim. E você é casado e eu sou sua empregada. 

-Milena, vai para o carro - ele pede calmamente e ela o obedece. 

-Você não pode fazer isso. 

-Isso o que? - rebate. 

-Me beijar, ainda por cima minha filha viu - dou ênfase no minha. 

-Desculpa isso foi um erro total da minha parte. Você é minha emprega, agora estou morto de vergonha, isso não deveria ter acontecido. 

-Reunião entre empregada e patrão ao ar livre e eu não fui convidada? - escuto a voz da Rebeca.  Reviro os olhos. 

-O que você está fazendo aqui Rebeca? - Gustavo pergunta enfurecido. 

-Tava indo para casa, quando eu vi seu carro parado e com uma criança dentro. Aliás, de quem é aquela pirralha? 

-Pirralha não, minha filha tem nome - digo com raiva. 

-Ah então a garotinha dentro do seu carro Gustavo, é filha dessa dai? 

-Rebeca, você sabe o nome dela. 

-O que ela tá fazendo no seu carro Gustavo? - a entojada pergunta. 

-Eu vim trazer a Milena no parque pra brincar não tá vendo? - Gustavo diz já sem paciência. 

-E você é pai dela para fazer tal ato? - ela rebate. 

-Não Rebeca, mas eu gosto da menina. Não posso fazer isso mais não? Ou você vai me proibir? 

-E você aí, não vai dizer nada? - ela se refere a mim. 

-Eu vou pra casa com a minha filha. Briga de marido e mulher, ninguém mete a colher - começo a ir em direção ao carro. 

-Olha aqui Gabriela - Rebeca me puxa - Você fica longe, mas bastante longe do Gustavo, você não sabe do que eu sou capaz. 

-Você é capaz do que Rebeca? - Gustavo pergunta. 

-Não pague pra vê querida - dito isso, ela sai andando em direção a seu carro. 

-Desculpa por isso, ela não sabe o que diz e não se preocupe que ela não vai fazer nada - Gustavo fala. 

-Claro que eu me preocupo, eu tenho uma filha pra criar. Acho bom você ficar bem distante de mim. 

Por Gustavo... 

Quando a Gabriela mandou eu me distanciar dela, fiquei meio sentido. A pouco tempo de conhecidos ela já me cativou com esse jeito dela calma de ser. 

Não sei o que eu senti quando a beijei, foi estranho, foi um impulso, que não era pra acontecer. Meu casamento com a Rebeca não é um dos melhores. 

Nos primeiros meses de namoro, ela não me mostrou ser quem ela é hoje. Enfim, namoramos no último ano do colégio, larguei minha vida de vagabundo e depois casei com ela. Meus pais que gostaram disso. Dona Simone é doida para ter um neto ou neta. 

Mas sinceramente eu não quero ter um filho da Rebeca, e ela não tem vocação pra ser mãe, ela só quer ter um filho pra me prender ao casamento, que ela sabe que eu quero me separar dela.  

Rebeca é um tipo de pessoa que nasceu em berço de ouro já, a família dela é rica. Quando a gente começou a namorar, eu tinha os mesmos pensamentos mesquinha da Rebeca. Mas quando eu comecei a trabalhar e vi que a vida não é bem do jeito que ela acha que é. 

Ela humilha quem é inferior a ela, ela se acha demais, e vamos falar aqui que ela não é isso tudo que ela se acha. Ela não é feia, mas ela não é tão bonita quanto a Gabriela. 

Mas eu não tenho o direito de por um par de chifres na cabeça da Rebeca, só porque ela não presta. 

Quando eu cheguei no carro a Milena não estava mais. Entrei no carro e fui para casa. A Rebeca já estava em casa nessa altura do campeonato. 

Estaciono o carro e abro a porta, vasculho a sala e ela não está. Na cozinha também não. Subo para o quarto e ouço o barulho do chuveiro ligado.  Sento na cama e espero ela terminar o banho, ela demora um século no banho mas sai. Ela sai enxugando o cabelo com uma toalha de rosto, enrolada num roupão. E ali ela simplesmente enxugando o cabelo vi o que eu me apaixonei por ela. 

Uma simplicidade que ela não demonstra, que ela não gosta de sentir, que ela não gosta de mostrar. Ela gosta de ser superior às outras pessoas, coisa que a torna feia. 

-Ah abandonou aquelazinha lá - ela diz com deboche. 

-Precisamos conversar Rebeca, é coisa séria. 

-Desembucha - ela me encara com desdém. 

-Eu trai você - digo sem delongas. 

-O que? Tá louco Gustavo - ela vem pra cima de mim me batendo

-Você me traiu seu cafajeste! 

-Calma Rebeca! - a seguro. 

-Quem foi? - ela começa a chorar - me diz quem foi Gustavo. 

Pondero um pouco, devia falar com quem foi? Não foi tão uma traição assim mas foi, só foi um beijo rápido.

-Foi com a... - paro e reflito se deveria contar mesmo com quem foi, ela já tinha ameaçado a Gabriela, e eu não duvido de nada vindo da Rebeca. 

-Fala logo caralho! Já não basta o par de chifres que você colocou em mim? 

-Só foi um beijo Rebeca, eu nem fiz sexo com a pessoa, só foi um beijo. 

-Não importa Gustavo, é de qualquer jeito uma traição! 

-Ficando claro que foi eu que beijei ela, ela não teve culpa de nada, eu que a beijei. 

-Já entendi Gustavo - ela senta na cama distante de mim - foi a Gabriela não foi? - ela sussurra. 

-Foi - digo baixo. 

-Você vai demitir ela, hoje, amanhã, agora tanto faz mas ela não continua trabalhando aqui Gustavo, eu quero ela longe de você. Desde que essa empregadinha chegou aqui em casa, você anda distante de mim, me tratando mal, malmente me dá um beijo agora me trai com ela? Você vai demitir ela! 

-Não vou demitir não, ela vai continuar trabalhando aqui!

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