Capitulo 6

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A cobra sai do escritório e volto a limpar o resto que faltava, o que não demorou muito. 

Tenho direito a uma folga na semana, e amanhã seria a minha folga. Iria poder levar e buscar minha filhota na escola.  O dia não demora muito a passar. A maioria do tempo fiquei sem fazer nada. 

Gustavo e Rebeca não bagunçam a casa. Limpo várias coisas que já estão limpas, só pra não dizer que não faço nada. 

Visto minha roupa para voltar para casa, para me aninhar no colo da Milena. Pego minha bolsa e saio. 

O ônibus não demora a passar no ponto. Horas depois de pegar engarrafamento, chego em casa.  Encontro a Milena dormindo e Clarisse também, fiquei tristonha, porque ela sempre me espera chegar e hoje ela está dormindo. 

E ela não dorme a essa hora. É errado ela ficar acordada até tarde? É. Só que a Milena tem um gênio forte e contesta até a morte que não está com sono. 

Ela pode está caindo de sono sempre diz que não está. Vou para o banheiro, tiro a roupa e entro no box. 

Deixo a água fria cair no meu corpo em refrescância, aliviando cada parte do meu corpo.  Desligo o registro do chuveiro depois de ter tomado um bom banho. Me enrolo na toalha e visto uma calcinha folgada, porque ninguém merece dormi de calcinha apertada. 

Visto uma camisola e vou deitar ao lado de Milena. Abraço ela, que se aninha em meus braços e continua dormindo.  Com um semblante tranquilo, aliso o rosto alvo dela com o dedo. A Milena tem alguns traços do pai dela. O jeitinho dela, é parecido com o pai. 

Apesar dele ter feito aquilo comigo anos atrás, coisa infantil e imatura. Ele no fundo é uma boa pessoa. 

Mas se ele fosse tão boa pessoa, ele vinha atras da Milena. Ele deve ter medo. De ser rejeitado pela Milena, medo de assumir uma paternidade.  É uma grande responsabilidade ter um filho, ainda mais cuidar sem a presença paterna ao lado. 

A noite passa num piscar de olhos, acordo com a Milena pulando em cima de mim. 

-Acorda mamãe, acorda logo - ela pula mais uma vez - eu vou me atrasar para a escolinha. 

Quando ouço escolinha dou um pulo da cama, tenho que levar a Milena na escola. 

Quando levantei ela já está devidamente fardada. Saio do quarto coçando meu olho. 

-A bela adormecida acordou, não vai trabalhar hoje gostosa? - Clarisse pergunta. 

-Bom dia pra você também Clarisse, hoje é a minha folga. 

-Ui, vai levar a Milena pra escola e vai buscar né? 

-Sim, pode deixar comigo que hoje eu cuido da minha filhota. 

-Vamos mamãe - Milena chega do meu lado e pega minha mão me puxando. 

-Calma Milena, olha como eu tô. De pijama ainda. 

-Então vai se arrumar mamãe!  Fui para o banheiro, escovei os dentes e tomei um banho rápido. Sai do banheiro enrolada na toalha e vestir a roupa. 

Cheguei na sala pronta e Milena já impaciente me puxou pela mão em direção à porta e Clarisse ficou rindo. 

-Tchau tia Clarisse - ela diz saindo de casa. 

-Tchau minha princesa, boa aula. 

Milena ia tagarelando pela rua e todo mundo ficava olhando e rindo para minha pequena. A cada dia que passava ela ficava tão igual a mim. 

A escola Dela não ficava muito longe e então a gente chegou super rápido. 

-Tchau mamãe, você vem me buscar? - ela me dá um beijo na bochecha. 

-Venho sim.  Ela entrou correndo e foi atras das suas amigas. Antes de ir para casa passei no mercado para comprar algumas coisas para fazer o almoço. 

Quando cheguei em casa a Clarisse já tinha ido trabalhar. Então fui arrumar a casa, já que tava muito cedo para fazer o almoço. Coloquei uma música para tocar no rádio e fui limpar a casa. 

Limpei primeiro a cozinha, depois a sala, o quarto da Clarisse e por ultimo o meu e o da Milena. Arrumando as coisas achei um desenho. 

Claramente dava pra vê que era eu, ela e tinha um homem do nosso lado. Tinha escrito "meu papai" com a letra Dela, um garrancho na verdade. Me corta o coração vê a Milena atras do pai dela, que na verdade não está muito longe. 

Pai e mãe é a base de tudo em nossa vida. Sinto saudades dos meus pais, muitas saudades deles. Mas infelizmente é a vida, papai me rejeitou porque eu fiquei grávida e bom mamãe de um lado ou de outro ficou do lado dele. 

Mas eu não guardo mágoa de nenhum dos dois. Eu entendo eles, uma garota que tinha um futuro promissor pela frente e foi interrompido. Mas se eu contasse a eles quem era o pai. 

Meu pai ia fazer um fuzuê na vida do Gustavo e eu só ia passar vergonha porque de um lado ou de outro eu deixei acontecer. Eu me deixei levar, não era pra mim esta nem presente naquela festa naquele dia. 

Aquele meio social não era pra mim. Eu era daquelas nerds que ninguém prestava atenção na escola. Mas eu inventei de ir vê como é essas festas que rolava, e deu no que deu. Sai de lá "grávida". 

E Gustavo também teve culpa, eu falei a ele que tava grávida dele. E como ele não tinha caráter nenhum, como eu pensava que tinha ele me expulsou da casa dele. 

Parecia um pesadelo aquilo na época. Mas nem gosto de lembrar disso tudo, a única coisa boa nessa história foi a Milena, que hoje eu mato e morro por ela. Faço de tudo para que não falte nada pra ela, que ela viva o melhor possível. 

Sei educar minha filha perfeitamente, sempre fui pai e mãe dela, e nem por isso minha filha é rebelde ou desobediente. Ela é um amor de criança. 

Acabo de arrumar tudo e vou fazer o almoço, quando acabo já é a hora de buscar Milena. Quando chego lá, ela já estava me esperando. Ela veio correndo e me abraçou. Começamos a andar para ir para casa. 

-Hoje a minha professora mandou a gente desenhar o brinquedo que a gente mais gosta mamãe. 

-E você desenhou o que? 

-Uma Barbie - ela sorri - uma Barbie bem bonita. 

Um carro para do nosso lado e abaixa o vidro. Era o Gustavo e agora ele está de cara a cara com a filha dele, ele olha fixamente para a Milena.

Fate Of LoveWhere stories live. Discover now