Capítulo 46 - é para isso que servem os amigos

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No dia seguinte o temporal já havia passado, embora o teto do Salão Principal continuasse ameaçador. Grace e seus amigos examinavam seus novos horários.

- Hoje até que não é tão ruim. - Grace disse. - Feitiços com a Corvinal e Herbologia com a Lufa-Lufa.

- O pessoal da Lufa-Lufa e da Corvinal é gente boa, pelo menos. - Ella disse.

Megan e Melia olharam torto para Ella.

- Qual é meninas, não é problema em ter amigos em outras casas, acho muito legal até. Graças a Grace conheci várias pessoas legais da Grifinória e Corvinal. - Astoria disse.

- E aí, Ella, você fez amizade com alguém da Lufa-Lufa? Nunca conversei muito com o pessoal de lá. - Grace perguntou.

- Cheguei a conversar um pouco com as gêmeas Patel, são muito queridas. - Ella disse.

- Então, que eletivas vocês escolheram? - Astoria perguntou, para quebrar o clima.

- Eu escolhi Trato das Criaturas Mágicas e Aritmância, Harry praticamente me proibiu de escolher Adivinhação por causa da professora. - Grace disse.

- Eu vou fazer Runas Antigas e Estudo dos Trouxas. - Ella disse.

- Megan e eu escolhemos Adivinhação e Trato das Criaturas Mágicas. - Melia disse. - E você, Astoria?

- Escolhi Adivinhação e Trato das Criaturas Mágicas também. - Astoria respondeu.

Como em todas as segundas-feiras, as corujas começaram a chegar e se espalhar pelo salão fazendo as entregas. Como os outros inícios de ano, Grace recebeu uma carta de Severo desejando bom início de ano letivo, pedindo à ela que estude muito e que não entre em confusões.

Depois do café da manhã os alunos do terceiro ano da Sonserina e Corvinal se dirigiram à aula de Feitiços.

- E aí, Luna, como foi seu verão? - Grace perguntou.

- Ajudei meu pai com o Pasquim o verão inteiro. - Luna respondeu.

- O que é Pasquim? - Ella perguntou.

- Um jornal bruxo onde meu pai trabalha como editor. - Luna respondeu.

- Ah. Que legal! - Ella disse.

A aula de Feitiços passou rapidamente depois do professor Flitwick ensinar o feitiço Depulso. Logo mais os alunos do terceiro ano da Sonserina se juntaram aos da Lufa-Lufa e foram até as estufas para a aula de Herbologia, onde Grace mal prestou a atenção sobre as valerianas.

No intervalo das aulas Grace se juntou aos alunos do quarto ano, onde estavam Draco, Pansy, Crabbe, Goyle e Blaise, quando Rony, Harry e Hermione passaram por eles.

- Weasley! - Draco gritou.

- Qual é? - Rony disse.

- Seu pai está no jornal! Escuta só isso!

- Novos erros no Ministério da Magia: pelo visto, os problemas no Ministério da Magia ainda não chegaram ao fim, informa nossa correspondente Rita Skeeter. Recentemente censurado por sua incapacidade de controlar multidões durante a Copa Mundial de Quadribol, e ainda devendo à opinião pública uma explicação para o desaparecimento de uma de suas bruxas, ontem o Ministério enfrentou novo constrangimento com as extravagâncias de Arnold Weasley, da Seção de Controle do Mau Uso de Artefatos Trouxas. - Draco leu a notícia.

- Imagina, nem escreveram direito o nome dele, Weasley, é quase como se ele não existisse, não é? - Draco provocou.

- Pare, Draco. - Grace o olhou com raiva.

- E tem uma foto, Weasley! Uma fotos de seus pais à porta de casa, se é que se pode chamar isso de casa! - Draco disse.

Rony tremia de raiva.

- Se manda, Malfoy. Vamos, Rony... - Harry disse.

- Ah, é mesmo, você esteve visitando a família no verão, não foi, Potter? Então me conta, a mãe dele parece uma barrica ou é efeito da foto? - Draco perguntou.

- Draco CHEGA! - Grace disse.

Mas nenhum deles prestou atenção em Grace.

- Você já olhou bem para sua mãe, Malfoy? Aquela expressão na cara dela, de quem tem uma bosta debaixo do nariz? Ela sempre teve aquela cara ou foi porque você estava perto dela? - Harry perguntou.

- Vocês dois, PAREM! - Grace disse, chorando.

Ambos garotos continuaram a se ofender no pátio de Hogwarts, enquanto Grace saiu correndo até o banheiro do segundo andar, onde saberia que estaria sozinha.

Ela entrou voando no banheiro e bateu a porta do primeiro box que viu. Entrou, se sentou e chorou mais ainda.

Depois de alguns minutos, alguém entra no banheiro delicadamente e bate na porta do box onde Grace se encontra.

- Cai fora, Murta! - Grace grita.

- Quem? - a voz masculina disse, confusa.

Grace levou um mini susto ao ouvir aquela voz. Abriu a porta e lá estava Blaise Zabini do outro lado, esperando por Grace.

- Blaise, esse é o banheiro feminino! - Grace disse.

- É, mas ninguém vem aqui mesmo... - Blaise disse.

Os dois ficaram uns segundos em silêncio.

- Porque me seguiu até aqui? - Grace perguntou, ainda soluçando.

- Eu vi como você estava mal lá no pátio, e achei que seria bom ter algum ombro amigo pare confortar, ou se quiser desabafar, também estou aqui. - Blaise disse.

- Obrigada, Blaise. - Grace disse, abraçando o garoto.

Depois de algum tempo abraçados, Grace conseguiu se acalmar.

- Agora que está mais calma, você pode me contar o que está acontecendo? - Blaise perguntou.

- Eu não suporto ver Draco e Harry brigando! Duas pessoas que eu amo tanto... - Grace disse.

A menina percebeu o que tinha falado, sem querer.

- Não se preocupe, não contarei para ninguém sobre isso. Mas eu já desconfiava sobre esse sentimento. - Blaise disse.

- Meu irmão e o menino que eu gosto são inimigos. - Grace disse, sem saber o que fazer.

- Ninguém disse que as relações são fáceis...- Blaise falou.

- E ainda por cima meu pai que a cada ano que passa parece estar mais de olho em mim... Não sei se para eu não entrar em confusões ou para evitar que eu me relacione com garotos... - Grace disse.

- Os pais são pra isso mesmo. Nos enchem o saco quando menos queremos. Mas pense que qualquer coisa que precisar, se for pra conversar, chorar ou qualquer coisa, eu espero sempre poder ajudar. E aposto que suas amigas também fariam a mesma coisa e a ajudariam também.

- Muito obrigada, Blaise. Acho que era disso que eu precisava, um ombro amigo que saiba ouvir meus desabafos, e tentar entender e me ajudar. - Grace disse.

- É claro, é para isso que os amigos servem, não é? - Blaise perguntou.

- Acho que sim. - Grace disse, dando uma risadinha. - Qualquer coisa que você precisar eu também tentarei ajudar. 

A filha de Snape e LilyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora