02.

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Who the hell are you?

— ESCOLA?

— Exatamente.

— MAS EU TENHO 45 ANOS!

— Mas tem aparência de 14.

— EU NÃO VOU PRA ESCOLA, E PONTO FINAL.

O sol estava se pondo enquanto as duas irmãs brigavam sobre Ashley ir para escola. A mais nova achou uma boa ideia, já que precisam manter um disfarce; mas já a maior, achava a mais terrível que ela teve. Preferia ficar em casa o dia todo, todo ano que voltar a escola.

— Você quer se disfarçar e é uma criança.

— Mas eu...

— Mas nada. Caso encerrado. — a interrompeu, deixando a menina de boca aberta.

— Eu não quero ir — disse raivosa.

— Eu também não queria ter de ser mudar seis vezes, mas aqui estou.

— Não é minha culpa!

— VOCÊ INCENDIOU 5 CASAS, ASHLEY!

— Mas não me descobriram.

— Ainda! Por isso, a importância de se camuflar.

— Tá me achando com cara de camaleão?

— Leve isso a sério, sua criança!

A ruiva sentiu seu coração queimar em chamas. Ao perceber o que tinha dito, olhou para a irmã, que agora tinha seus olhos vermelhos como fogo. Levantou suas mãos como um sinal para acalmá-la, mas a menina continua lá, parada com seus olhos brilhantes como rubi.

— Não me chame de criança. Nunca mais.

— Tudo bem, perdão.

— Você não sabe o que passei com essas drogas de chamas! Acha que eu pedi pra nascer, porra?

— Olha a sua boca.

— Eu desisto. Tudo bem, eu vou pra merda da escola, mas se algo der errado, tenho mãos com fogo e não tenho medo de usar.

Subiu pro seu quarto. Seus olhos já tinham se estabilizado. Era tão irônico o fato de que eram azuis como a água mais pura, porém quando seus sentimentos se afloravam, ficavam vermelhos. Na verdade, a maioria das coisas na vida da menina é irônico, inclusive o fato de que estava prestes a voltar para a escola. Xingava mentalmente tudo que via pela frente. Era uma garota rancorosa, de fato. A menina respirava fundo e pacientemente esperava seu coração se acalmar. Nesse meio tempo, já tinha organizado seu quarto e o resto da casa.

Toda vez que sentia raiva era assim, tinha medo de explodir. Seu corpo esquentava a ponto de sair fumaça, suas mãos formigavam e, como já visto, a transformação de suas íris. Sua irmã apareceu lentamente na porta da menina.

- Tá melhor? - assentiu. - Eu vou pro centro, fazer sua matrícula. Quer vir comigo?

- Não. Vou ficar aqui.

- Tá bom.

Não demorou muito para a mesma ir embora. Ashley sentiu a brisa fria de verão invadir seu novo quarto e fechou os olhos, devaneando. Ela escutou passos, portas abrindo e fechando e por fim escutou um:

- Já estou indo. Não incendeie a casa!

Deu um "Tá" como resposta. A garota saiu de seu quarto e foi até a cozinha. Comeu alguma coisa e permaneceu por lá, a admirando. Geralmente não faz isso, mas gostava de fazer. Imaginava quantos tipos de cores se encaixavam naquelas paredes, tentava encontrar estilos de móveis novos para o local, mas parecia que aquela cozinha foi destinada a ser daquele jeito.

- Céus, como sou maluca!

Chacoalhou sua cabeça numa tentativa de espantar os pensamentos e se levantou. Pensara em algum lugar da casa que ainda não foi, e a resposta estava na janela ao lado: O quintal. Andou tranquilamente até o grande gramado, e ao chegar colocou-se a admirar. Era bem grande, já se imaginava sendo obrigada a treinar. O verde da grama se misturava bem com algumas flores silvestres, que provavelmente cresceram por falta de aparação. Ela arrancou uma e a colocou atrás da sua orelha. Era encantador o quanto a menina podia ser serena e ao mesmo tempo raivosa. De fato, temperamental. Culpava seu cabelo de fogo, por ser esquentadinha, mas sabia que era um dos traços de sua personalidade mais marcantes. A menina sentou na grama, observando o céu. Estava um clima tão bom na cidade.

De repente, escuta um barulho de porta dentro de sua casa. Ela levanta rapidamente, se aproximando lentamente da porta que dava pra sala de estar e escutou passos.

"Droga" Pensou. "Me descobriram."

Colocou sua cabeça para dentro, não vendo ninguém e decidiu entrar de vez, aliás não tinha medo de queimar ninguém. De ponta de pé, foi até o corredor, já que era de lá que vinha os passos. Ela viu uma figura abaixada mexer na sua prateleira e ativou seus poderes, deixando sua mão para baixo.

- Quem é você?

A pessoa - que agora julgaria garoto - se levanta e vira para ela. Era o garoto da cafeteria. Ele sorri cínico e a encara.

- Sou Number Five, senhorita Carter - ele estende sua mão, que é ignorada pela mesma. Revirando os olhos, abaixa sua mão. - Bela flor por sinal.

- Como sabe meu nome e o que está fazendo aqui?

- Eu sei de muitas coisas, Ashley. Também sei de seu segredo.

- Que segredo?

- Seus poderes de fogo. Incrível por sinal - voltou a procurar. A menina de assustou.

- Como você-

- Como disse anteriormente, sei de muitas coisas. - a interrompeu. A garota "desligou" seus poderes.

- O que você quer?

- Eu? Há! Quero muitas coisas. Ser rico, bem sucedido, também gostaria de um carro melhor, aquela van deu o que tinha de dar.

- O que você quer comigo, idiota?!

- Oh! Com você? Quero que se junte a nós.

- A nós?

- Somos uma liga de super-heróis. The Umbrella Academy.

- Ahm... Se são uma liga para quê me querem?

- Não somos tão unidos assim.

- Qual é seu propósito, "Cinco"?

- Descobrir o que estão tramando.

- Quem?

- Contarei se você se juntar a nós - seu relógio apitou. - Sua irmã vai voltar daqui a 10 minutos. Amanhã me encontre no parque de diversões às 13:30.

- O quê?

- Até amanhã, Ashley.

O menino desaparece em sua frente.

- Que porra foi essa?

Ela se mantinha parada, tentando processar o que acabou de acontecer. Quem de fato era ele, como sabe de seu segredo, o que queria? Só tinha um jeito de descobrir. Andou até seu quarto novamente, escrevendo onde iriam se encontrar num papel. A porta bate e a menina olha para o relógio, 10 minutos exatos.

- Quem diabos é você, Número Cinco?

Idwsyc - Number FiveWhere stories live. Discover now