01.

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Donuts.

O barulho do caminhão de mudança da menina invadia todo o silêncio que antes alí se instalava. Ashley Carter tinha apenas 15, mas já tinha mudado de escola 6 vezes por conta de seu segredo: poderes. Na verdade, ela carrega seu corpo de adolescente, mas sua mente era de 45 anos, porém seus poderes a conservava e a deixava jovem. Carregava em si o peso de sua própria consciência. A garota tinha nascido loira, mas adquiriu os seus poderosos cabelos ruivos pelo seu poder, fazer e controlar o fogo. Odiava a mudança, mas entendia que era necessário. Junto com sua irmã mais nova — que a treina — , decidiu mudar para uma cidadezinha afastada. Curiosidade: Como Ashley tem aparência de 15, sua irmã de 32 anos é mais alta. Elas compraram uma casa mais afastada da civilização, já que assim evitaria perguntas ou vizinho xeretas.

— E... Chegamos! — diz Anne Carter, irmã de Ashley.

— Pensei que nunca chegaríamos.

— Para de reclamar que a gente nem pegou tanto trânsito.

— Ah, claro. Só ficamos duas horas extras no carro. Mas quem se importa, certo? — desceu do carro.

— Se quer ter amigos, é melhor parar de falar essas coisas com esse tom.

— Não preciso de ninguém.

— Uhum...

— Pessoas causam problemas. Vimos isso mas últimas cidades — ela pegou sua mochila de dentro da mala do carro e se virou para a casa. — Essa é maior que já tivemos até hoje.

— Precisamos de espaço, vamos treinar pesado agora. — ela suspirou.

— Falaremos sobre isso mais tarde.

As Carter's viram os homens passarem apressados com os móveis. Não estava muito surpresa, já que havia visitado essa casa algumas vezes para avaliá-la. Mas o tamanho da casa é impressionante, de fato. Ela entrou na grande mansão e, juntamente de suas malas, se dirigiu ao seu futuro quarto. A mesma iria começar a desempacotar tudo, mas Anne bateu na porta.

— Ei, eu vou no centro da cidade. Quer vir?

— Prefiro ficar aqui.

— Mais donuts pra mim — a menina vira a cabeça em direção a sua irmã.

— Donuts, você disse?

~ ~ ~

— Estou morta de fome.


— E quando não está, Anne?

— Pelo menos eu como.

— Tá bom, então. Não precisa esfregar na cara.

Elas entraram na loja e sentiram o doce cheiro. Ela respirou fundo, deixando-o invadir seus pulmões. Sua barriga roncou logo em seguida.

— Boa tarde! O que vão querer? - Uma mulher disse. Ela parecia cansada e diria que era da idade da Ashley.

— Vamos querer as melhores da casa e dois lattes pra viagem — disse a mais paciente das Carter's.

— Claro. Já volto.

Sentaram em silêncio na bancada, escutando o sino da porta. Não se importaram muito com quem era, por isso continuaram imóveis. Ambas ouviram risadas e pessoas falando alto. Era um grupo de pessoas.

— Era só o que me faltava...

— Calminha, Ash. Vai ver eles não vão ficar.

— Há! Ash — riu irônica.

— O quê?

— Faz tempo que não me chama assim.

Ficaram em silêncio, apenas ouvindo as pessoas na mesa próxima a elas.

"É cansativo salvar o mundo."

A menina pensou em mil possibilidades de olhar pra trás e descobrir do que estavam falando, mas se pôs quieta e ouviu mais da conversa.

"Devem tudo isso a mim."

"Menos, Five. Você estava resolvendo 'assuntos pendentes'." Riram alto.

A ruiva finalmente olhou para trás, intrigada pelo apelido de número e seu olhar cruzou com o de um adolescente. Ela ficou parada, como gelo. O garoto apenas arqueia a sombrancelha. Virou-se para frente novamente, amaldiçoando a si mesma por ter virado. A mulher por fim chega com seu pedido. Elas pagam, agradece e se retiram do local.

— Que?

— Uhm?

— Você tá calada.

— Quem cala, consente.

— Não há fatos contra argumentos.

"De fato" pensou, mas preferiu não falar.

Continuaram dando voltas na cidade por um bom tempo. A pequena e quase desconhecida localização era bem agradável e diferente do que Ashley pensava. Pelo menos as pessoas são gentis. A mesma passava por uma rua estreita, sem muita coisa, a única coisa que a chamou atenção foi aquele mesmo garoto da cafeteria entrando em uma grande casa, mas tinha chegado tão rápido quanto as meninas . Como teria chegado? De helicóptero? E por que ele não passou por elas? Era o único caminho. Manteu contanto visual com o menino novamente, mas não demorou tanto quanto a última vez, ela tentou. Inclinou seu corpo para trás e começou a andar rápido.

— Ei! Que foi? — ela a acompanhou.

— Nada.

— Eu vou super acreditar que você começou a correr do nada.

— Que bom, ao mínimo não perco tempo.

— Argh.

— "Argh" — imitou a menina.

Idwsyc - Number FiveDove le storie prendono vita. Scoprilo ora