9.

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Donghyuck estava imerso nos seus pensamentos, com a sua cabeça pendente do braço e a professora estava o encarando com uma expressão preocupada pois, os machucados estavam bastante visíveis.

— Lee Minhyung! – a diretora abre a porta bruscamente, fazendo todos se assustarem. – Para a minha sala! Imediatamente!

O Lee olhou de raspão para Donghyuck e engoliu em seco, se levantando e saindo pela porta da sala, seguindo a diretora que pisava fortíssimo no chão e reclamava coisas que ele não conseguia entender.

Entraram na sala da mulher mais velha e essa sentou-se imediatamente, começando a bater com o pé freneticamente no chão. Mark só conseguia pensar no quanto estava encrencado.

— Explique-se, por favor! – a mulher pronunciou-se.

— Não tenho nada para explicar, senhora Diretora.

— Ok, prefere assim, não é? – pegou o telefone, porém Mark colocou a sua mão por cima. – O quê?

— 'Tá, eu falo. – suspirou. – Ele me enganou, diretora. Falou mal de mim para o primo dele e ainda teve a coragem de se fazer de meu amigo.

— Nos falámos com o Donghyuck antes de você e ele não parecia estar mentindo. – levantou uma sombrancelha. – Mas também falámos com Taeyong, o primo de Donghyuck e ele sim, parecia estar mentindo.

— Para quê o Taeyong iria inventar isso tudo?

— Mark, você é muito inteligente mas agora está sendo burro demais. – suspirou. – Sabe à quanto tempo eu conheço o Donghyuck? À mais de quatro anos e eu sei que ele nunca faria mal a nenhum amigo. – ditou tudo rispidamente. – Sabe porquê? Porque o que ele mais queria era ter alguém como amigo, mas nunca teve para além de você.

— As pessoas mudam! – suspirou. Séria verdade que Taeyong estava mentindo?

— Arrume uma mala, vou mandá-lo suspenso para casa durante um mês. – ditou e levantou-se, pegando em alguns papéis.

— Um mês? – arregalou os olhos.

— Sim. Vai refletir em tudo o que fez e falou com o seu colega. – o encarou. – Saía!

O Lee saiu da sala e começou a caminhar, não na direção da sala mas sim, na direção do dormitório do Lee mais novo. Encostou-se na porta e ficou ali, até ouvir o toque irritante, indicando que estava no horário do intervalo. E era exatamente nesse horário que Donghyuck ia ao
dormitório fazer sempre algo.

Estava encarando seus pés, até ouvir passos começarem a se aproximar. Levantou a cabeça e viu o semblante medroso do outro Lee assim que o viu. Esse recuou e ficou parado - um tanto longe. - de Mark.

— Quero falar com você! – disse.

— P-Para q-quê? V-Vai m-me b-bater no-novamente? – gaguejou e era bem visível o medo em sua voz.

— Vai me ouvir ou prefere que eu vá embora? – cruzou os braços e o encarou sério.

Donghyuck tinha imensa vontade de mandá-lo embora, mas decidiu assentir e deixá-lo entrar no seu dormitório para, pelo menos, ouvir o que ele tinha para dizer

— Fale...

— Bem, – limpou a garganta. – Eu quero que me explique tudo.

— S-Sobre?

— Não se faça de sonso, ok? Você falou mesmo mal de mim ao seu primo?

_ Acha mesmo que eu o fiz? – avançou um pouco. – Eu nunca o faria, sabe porquê? Porque eu te considerava um amigo e eu tinha imenso carinho por ti. – engoliu em seco. – Cara desde que eu tou aqui, você foi o meu primeiro amigo.

— E porque razão ele inventaria aquilo tudo? – aproximou-se do mais novo.

— Ele lá sabe, mas, – pegou o seu telemóvel, que até então estava dentro da gaveta do criado mudo. – Olhe para estas mensagens com os seus próprios olhos!

Mark pegou o aparelho bruscamente das mãos de Donghyuck e deu uma vista de olhos nas mensagens e bem, uma sensação de culpa o invadiu. Mas ainda continuava confuso, porquê ele faria aquilo?

Donghyuck retirou o aparelho das mãos do mais velho e o colocou no bolso do uniforme. Ele estava aliviado.

— Isso não será fake? – perguntou e viu o Lee mais novo revirar os olhos.

— MARK, PARA! – gritou. – Porque raios eu inventaria estas mensagens? Ele falou isto mesmo, agora acredite em quem quiser.

Saiu do seu dormitório e começou a caminhar na direção da sala de aula. Já tinha tocado à um bom tempo e ele estava ferrado, pois a aula que decorria era com a pior professora que alguma vez teve.

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Mark estava no carro de seu ouvindo um grande e longo sermão desde que saíram do internato. E se ele estava ouvindo? Não, ele estava com a cabeça noutro lugar e estava pensando nas palavras duras e cheias de tristeza do seu amigo.

— Mark, você está ouvindo o que eu estou a dizer? – disse, estacionando o carro na frente do edifício onde moravam.

— Sim, pai. – suspirou. – Está tudo bem com o senhor?

— Mark, você é tão burro! – olhou-o com desgosto. – Acreditando em mentiras, fumando tabaco junto com outras substâncias, onde você quer ir assim?

— Eu nunca fumei, foi só naquele momento com o Taeyong. – revirou os olhos.

— E mais, agrediu injustamente o colega? Mark, isso é um completo desgosto para a sua mãe.

— Mandou-me para aquele lugar e agora está dando uma de pai solidário e presente, quando é uma bêbado e que não se importa com o filho? – ditou tudo e o mais velho estapeou-lhe o rosto. – Você...

— Aceitei bem o facto de você gostar de homens, mas agora isto? Que raio de garoto você está se tornando?

Mark nada disse, apenas saiu do carro e seguiu para dentro do prédio. Abriu a porta do apartamento e deixou-a encostada, para o seu progenitor entrar e seguiu para o seu quarto, trancando-se em seguida.

Retirou os tênis à bruta e o casaco que trajava, atirando-o para qualquer lugar do quarto. Deitou-se de barriga para baixo e enterrou a cabeça nos travesseiros, deixando as lágrimas que tanto prendia escorrerem. Tinha saudades da sua progenitora mas, também do seu mais novo amigo. A quem bateu, errou e acima de tudo, magoou.

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Donghyuck estava sentado no chão do dormitório de Jaemin, esse que se encontrava ausente e estava apenas ele e Yukhei. O mais velho fazia carinho nos cabelos do mais novo e esse sentia-se bem ali, porém, estaria melhor na companhia do amigo.

Yukhei cessou o carinho no cabelo alheio e suspirou. Donghyuck estranhou isso e ao se levantar, viu o desconforto no rosto do outro.

— Está havendo algo, Yuk? – perguntou.

— Não sei... – suspirou e escondeu o rosto entre as pernas. – Ultimamente tenho recebido cartas do um amigo meu lá do colégio que eu frequentei antes de estar aqui e ele, – levantou um pouco o rosto. – confessou que me amava desde sempre e que estava sendo difícil suportar esse sentimento com esta distância.

— Eu sei o que é isso... – suspirou. – Mas você está confuso em relação a algo?

— Sim. – encarou os olhos negros do mais novo. – No que sinto por ti e o que sinto por ele...

•••

Notas: espero que tenham gostado! ♥ e mais eu já tenho os outros capítulos escritos ahah

written in the stars ▫ markhyuckWhere stories live. Discover now