17.

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Mark estava sentado no chão do seu quarto, ouvindo música utilizando os fones enquanto o ruivo estava conversando com o seu progenitor pelo telemóvel. O menino fazia gestos, reclamava e até ria. De certeza que a conversa tinha a ver com o fato de ele ir dormir uns dias na casa do canadense.

— Mas pai, somos só amigos! – disse pela milésima vez. – Não, eu não gosto dele.

Mark tirou um de seus fones e ficou encarando o mais novo, esse que retribuiu de imediato. Era isso que Donghyuck achava? Só amigos? O mais velho suspirou e sorriu mínimo para o menor.

— Pai, eu vou desligar ok? Fique bem! – desligou o telemóvel e atirou-se de costas para a cama do mais velho. – Meu pai é um chato.

— Todos são, olhe o meu!

— Então você puxou dele, porque meu deus, você é insuportável! – virou-se para o mais velho.

— Igualmente! – sorriu cínico para o mais novo.

— Onde eu vou dormir? – perguntou olhando cada mínimo detalhe do rosto do mais velho, esse que sorria para o telemóvel. – Ya! Mark Lee!

— O quê? – respondeu sem tirar o sorriso e o olhar do aparelho.

— Onde vou dormir?

— Comigo? – o encarou. – Prefere dormir no sofá duro da sala? Ou no chão deste quarto?

— Ok. Vou dormir na sala.

— A minha cama é mais confortável, é quente e tem a melhor companhia. Olha que legal! – sorriu.

— Mark Lee, você está muito mal habituado! – riu. – Somos só amigos, ok?

— Amigos dormem juntos também, ó trouxa!

— Mark, não! – riu.

Donghyuck voltou a ficar de barriga para cima e ficou encarando o teto de cor azul bebê com algumas estrelas coladas. Era bem infantil para um garoto com quase dezanove anos, mas não deixava de ser fofo.

Mark olhava para o mais novo com um olhar magoado. A forma como via Donghyuck era extremamente diferente da forma como ele via os outros garotos.
Para si, o menor era a coisa mais preciosa do mundo e que precisava de todo o carinho do mundo. Mas Mark sentia Donghyuck um pouco distante.

— Vou lá para fora. – levantou-se e saiu do quarto, deixando o menor confuso.

Entretanto suspirou e decidiu vestir o pijama. Foi até sua mala e tirou-o de lá, colocando-o sobre a cama. Tirou a sua sweat, de seguida a t-shirt branca que tinha por baixo.
Mark estava no corredor, encostado na parede tentando acalmar o coração confuso e dolorido. Voltou à real e decidiu voltar a entrar.

Abriu a porta e teve a visão do mais novo seminu, agarrando o pijama pronto para vesti-lo. Mark percorreu o olhar pelo corpo do menor –  acidentalmente. – e voltou a sair do quarto, fechando bem a porta.

— Quanto estiver pronto, diga.

Pode entrar, eu não ligo! – respondeu enquanto vestia o pijama. – Ok, já está!

Mark abriu a porta e foi se sentar na cama, pegando o telemóvel e digitando algo. Soltou uma risada e essa não passou despercebida pelo garoto mais novo que arqueou uma sombrancelha.

— 'Tá falando com a sua namorada?

— Hm? – encarou-o com um olhar confuso.

— Sim! Você está sorrindo para esse telemóvel desde que chegamos, não me dá atenção. – cruzou os braços.

— Ue, tou a falar com uma antiga colega minha. – mostrou a foto da garota. – Ela é muito fofa!

— Namora ela. – deu de ombros.

— Já quis, não quero mais. – sorriu para o mais novo. – Eu acho que estou gostando de um garoto.

— U-Um garoto? – gaguejou.

— Sim. – voltou a olhar para o telemóvel. – Só que...ele não me vê da mesma maneira, eu acho.

— É sempre assim, mas porquê que não lhe pergunta?

— Não vale a pena.

— Deixa de ser burro e lhe pergunta se ele sente o mesmo!

— Ok! – largou o telemóvel sobre a cama e aproximou-se do mais novo, em pé. – Você... sente o mesmo que eu?

Donghyuck arregalou os olhos e as suas bochechas ficaram vermelhas. Mark olhava para o menor esperando que ele dissesse algo, mas ele havia sido apanhado de surpresa. Suspirou e decidiu dizer algo, aquilo que sentia.

— Eu não sei... – suspirou mais uma vez. – Mark, como você sabe porque eu disse, você me coisa todo sim! Você é extremamente simpático e cuidadoso comigo, apesar de tudo que já aconteceu e eu sinto-me bem mas eu não sei se é realmente aquilo que você sente.

Mark pegou na mão do menor e posicionou no lugar do seu coração. Esse órgão que batia rápido e o dono dele tinha as bochechas rosadas. Donghyuck olhou para os olhos negros do mais velho e logo, desceu para os lábios desse.

— M-Mark... – gaguejou. – Eu posso te beijar?

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Donghyuck estava deitado no sofá da sala e realmente, ele era duro. Mas não era essa a razão que o mantinha acordado e sim o que ocorrera durante a tarde. Dava voltas e voltas e nada de pegar no sono.

Levantou-se e saiu do cômodo, caminhando pelo corredor com a sua almofada na mão e chegou perto da porta do quarto de Mark. Suspirou e lentamente abriu a porta do cômodo, vendo-o dormir serenamente.
Entrou, fechou a porta com cuidado para não fazer barulho e aproximou-se da cama, sentando-se no chão.

— Cara, você buga o meu cérebro e o meu coração todo. – sussurrou.

Virou-se e com a cabeça sobre os braços, ficou observando o mais velho dormir. A pouca luz que entrava pelas brechas das persianas, iluminava o rosto alheio e isso deixou o mais novo ali com o coração acelerado. Mark tinha esse efeito em si.

— Eu sinto-me péssimo por não ter dito realmente a verdade mais cedo. – sussurrou. – Mas é que, eu tenho medo sabe?

Sussurrava e passava a sua mão na bochecha de Mark, esse que estava acordado porém de olhos fechados.

— Eu também gosto de você. – deu um selinho na bochecha de Mark.

— Sim. – Mark abriu os olhos e sorriu por ter o mais novo tão perto de si.

Levantou um pouco a cabeça e selou os seus lábios com os de Donghyuck, esse que apesar de surpreso, fechou os seus olhos e aproveitou o afeto vindo do Lee mais velho.

written in the stars ▫ markhyuckWhere stories live. Discover now