10.

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Mark encontrava-se sentado na sua cama, com os fones nos ouvidos e uma música agitada tocava. A sua cabeça, vez ou outra, mexia para a frente e para trás conforme o ritmo e a da sua boca, saía alguns trechos da música em sussurros.

Vagava nas suas redes sociais quando, algumas imagens de ontem enquanto conversava com Donghyuck começam a aparecer. Suspirou e decidiu desbloqueá-lo, ele estava sentindo muito a falta do amigo.

[ Hoje ]

You|
ei...eu sei que não tive bem com vc estes dias...
eu só queria que me desculpasse por tudo...
sabe, eu tou mandando estas mensagens porque estou sentindo a falta de flr com vc...
mas se n me desculpar, eu vou entender.

Bloqueou a tela do telemóvel e suspirou profundamente. Donghyuck não saía da sua cabeça um minuto sequer e isso o estava deixando maluco.

☄‹ 🍉 › ☄

Entre folhas brancas desenhadas, lápis de cor e aquarelas, estava o Lee mais novo desenhando. Sua bochecha direita tinha um rabisco de aquarela tinta vermelha e os seus dedos, também estavam coloridos.

Uma completa bagunça.

Suspirou e fechou os olhos, ignorando os pensamentos que o levavam às mensagens que ele ignorou à umas horas atrás. Ele não estava sentindo a sua consciência pesar pois, o desprezo era o melhor a dar a Mark. Também existia em si uma parte que sentia saudades dos momentos com Mark e que gostaria imenso de repetir, mas o medo o consumia por completo.

Levantou-se e pegou no aparelho, o desbloqueando e abrindo nas mensagens com o mais velho.

You|
Eu te desculpo mas não quero mais ser seu amigo.
Você me magoou...e muito!
Adeus.

Bloqueou o número do Lee e voltou a colocar o seu telemóvel dentro da gaveta da mesa de cabeceira. Deitou-se na cama e, mais uma vez, suspirou profundamente seguindo de um fechar de olhos.

Ia voltar a sentar-se no chão, porém são ouvidas três batidas. Até diria que fosse Mark, mas esse não estava presente no internato. Por isso estava com receio de abrir a porta.
Caminhou até à mesma e abriu, deixando uma brecha e reparou que era Jeno, o colega de Biologia de Mark.

— O-O q-que q-quer? – perguntou baixo.

— Eu quero saber de uma coisa... – disse meio envergonhado. – É sobre o Jaemin...

Donghyuck deu uma risadinha e abriu um pouco mais a porta, revelando o seu pijama um tanto infantil, estampa de estrelinhas e planetas. O sistema solar era uma das paixões do menino.

— Bem, – aproximou-se. – você sabe se ele namora?

— Não acha m-melhor entrar? É que as paredes têm o-ouvidos, Jeno.

Jeno assentiu e entrou no cômodo cheiroso que era o de Donghyuck.

— Woah! Você não tem ninguém como parceiro, que legal! – sorriu.

— E prefiro não ter. – suspirou. – Bem, até agora ele não deu a entender que está comprometido mas, se quiser eu pergunto.

— Eu ia gostar muito, sério. – sorriu pequeno. – É que... Eu acho ele um garoto muito fantástico!

— Eu sei! – sorriu. – Mas desde quando você está nutrindo esses sentimentos?

— Há uns meses...

— E você nunca chegou nele e falou o que sentia? – desviou o olhar para a janela e colocou a mão no queixo. – Medo?

— Sim...

— Entendo! – suspirou e sentou-se ao lado do garoto na sua cama. – Mas, vo-

Não terminou de falar, pois batidas na porta foram ouvidas e Donghyuck estranhou. Ultimamente, segundo ele, aquele quarto virou um consultório amoroso.
Levantou-se e abriu a porta, revelando um Jaemin roendo as unhas e nervoso.

— O que você f- – foi interrompido com Jaemin entrando no seu quarto. – Ei!

Fechou a porta e viu os outros dois garotos se entreolhando timidamente e ambos tinham as bochechas vermelhas. Riu, porém acabou recebendo olhares irritados.

— O que você faz aqui no quarto do Hyuck? – perguntou ao menino de óculos.

— E você o que faz aqui? – retrucou.

— Acho que ambos estão aqui com o mesmo propósito, não é?

— Donghyuck, você tem que me ajudar com um garoto! – Jaemin agarrou nos ombros do moreno. – Ele está nem aí para mim...pelo menos eu acho.

— O garoto de quem eu gosto também... – Jeno disse e em seguida suspirou.

— Cara, assumam logo que se gostam e me deixem desenhar! – falou num tom brincalhão.

— Hm? Jeno?

— Eu acho que vou embora... Adeus Donghyuck, valeu. – levantou-se e tratou de sair o mais rápido possível do quarto.

— Se fosse eu, eu ía atrás dele! – disse para Jaemin, que saiu em seguida.

Donghyuck riu e voltou a sentar-se no chão, voltando a mexer nas aquarelas e lápis de cor.

☄‹ 🍉 › ☄

Sentado no sofá de forma folgada, com o telemóvel sobre o tronco e com toda a sua atenção na televisão, estava Mark. Sem perceber, seu pai entra na sala todo arranjado e perfumado.
Mark desviou o olhar e reparou. Ok, desde quando meu pai se veste assim? – pensou.

— Onde está indo? – perguntou meio curioso.

— Jantar fora com a equipe do trabalho! – disse com sinceridade.

— Vai ter mulher lá? – perguntou de novo.

— É claro que vai, não é? – disse sarcástico. – Trabalham comigo centenas de mulheres, tal como centenas de homens.

— Ah... – assentiu. – Tem jantar feito?

— Levanta-te daí e vai fazê-lo! – disse de forma brincalhona. – Mark.

— O quê? – parou no meio do caminho.

— Desculpa por tudo, 'tá? – suspirou, porém Mark não ouviu. – Vou sair agora! Porte-se bem!

Mark, que ainda processava tudo na sua cabeça soltou um sorriso de orelha a orelha e boas memórias de quando a sua mãe era viva vieram em sua mente.

written in the stars ▫ markhyuckWhere stories live. Discover now