Marina

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O sol já raiva no rosto de Marina, como alguém a acordasse passando a mão em seu rosto delicadamente, ela conseguia sentir o calor aconchegante do feche luz que a tocava, aos poucos foi percebendo que estava percebendo, até então, estava em uma atenção tão sutil, que não percebera nada, lembrou-se da noite anterior, onde Cassandra e Olivia afirmaram que haviam sido testadas pelos deuses, Marina ainda era atormentada pelo o que Lucy dissera, "ou eu vou perder uma de vocês para sempre, ou eu vou perder todas vocês para sempre", Marina já estava decidida, ela não era capaz de escolher entre uma de suas irmãs, por tanto, ela seria a nova deusa, ainda não tinha sido testada, mas antes de dormir Marina traçou um plano sem falhas, ao fim desse dia ela seria testada, a partir daí, tudo ficaria bem para suas irmãs. O primeiro item de seu plano, era conseguir o Liberum Tenebris que Lucy carregava consigo, a irmã não largava mais do diário, isso seria difícil de conseguir, mas não impossível.

Durante o café da manhã todas estavam incrivelmente bem, ninguém mais discutia à mesa, nem isso se fazia necessário, Olivia tinha parado de esconder as coisas de Lucy e Marina, e Marina concordou que enquanto estivessem passando por isso ela não iniciaria mais nenhuma briga, essa devia ser a vida perfeita, uma boa casa, dinheiro de sobra para elas viverem pelo resto da vida, irmãs que se davam bem, Rosa que era praticamente da família cuidando de todas, tudo muito perfeito, se elas não corressem risco de vida e terem uma única certeza, uma delas seria a nova deusa dos quinhentos anos. Ao ver as irmãs sorrindo, Marina sentiu-se mal em ter que deixar tudo isso. Rosa chegou à mesa mais carrancuda que o normal, como se algo tivesse acontecido.

— Eu vou fazer algumas compras hoje e preciso de ajuda. — Disse Rosa secamente — Marina você vem comigo para me ajudar?

— Não posso Rosa, eu tenho planos para hoje — respondeu Marina.

Rosa olhou friamente para Marina, como se ela dissesse, "O que é mais importante que me ajudar menina?".

— Tudo bem, Lucy você pode me ajudar? — Perguntou Rosa — Ou você também tem planos para hoje?

Lucy estava estranha, tinha um olhar meio cabisbaixo, desde ontem ela estava constantemente com medo, Marina tentava acalmá-la, mas isso não ajudava em nada, a irmã estava com medo de quando fosse testada, ninguém sabia ao certo o que aconteceria.

— Ajudo sim Rosa — respondeu Lucy.

— Mas deixe esse livro aqui, — ordenou Rosa — se você acaba perdendo isso em algum lugar e algum sem sangue pega isso, a caça às bruxas podem retornar amanhã.

— Mas eu queria ficar com ele, é mais seguro Rosa — disse Lucy.

— Não, você vem comigo, o livro fica. Vá se arrumar que já estamos de saída — disse Rosa terminando de tomar sua xícara de café.

Marina viu Lucy sair da mesa e ir para o quarto, ali estava sua oportunidade, nada poderia ser mais perfeito, ela só precisava de um lugar afastado de Cassandra e Olivia.

— Eu vou ver como ela está... — disse Marina correndo atrás de Lucy.

Quando chegou ao quarto a irmã estava terminando de colocar seu casaco, aí surgia um problema, onde ela tinha colocado o livro.

— Você tá bem Lucy? — Perguntou Marina.

— Não sei, eu estou me sentindo estranha, eu não quero ser testada, você ouviu o que a Cassandra disse sobre o que fizeram com Eloá, isso é horrível, eu sei o que eu disse ontem pra você, mas matar alguém só para um teste... — respondeu Lucy.

— Eu entendo, mas você vai ficar bem, hoje tudo vai ficar bem, nada de ruim vai acontecer com você, nem com a Cassandra ou com a Olivia — disse Marina abraçando Lucy.

Filhas da PerdiçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora