Capítulo XIII

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Fernanda e seu irmão Alan, usando uma máscara de zebra, estavam concentrados jogando Fifa. O garotinho estava surpreso ao perceber a irmã estava ganhando dele e perguntou.

— Desde quando você sabe jogar videogame?

— Ué, uma certa pessoa disse que eu tenho que praticar, então fiz isso.

— Você tá mandando muito bem...

— GOL! -ela fez uma dancinha da vitória, que fez Alan ficar constrangido.

— Ganhar do FIFA é fácil, quero ver ganhar de mim no Mortal Kombat.

— Ah não! Eu ganhei, então eu escolho o próximo jogo.

Os dois irmãos ficaram discutindo qual seria o próximo jogo até que a porta da sala se abriu abruptamente e Fábio Bittencourt, o pai deles, apareceu com uma expressão séria no rosto, fazendo-os parar de discutir rapidamente. Alan foi rapidamente em direção ao pai e o abraçou.

— Oi pai!

— Olá Alan. -ele respondeu com um fraco sorriso. – Já te falei para não usar essas máscaras.

— Mas eu gosto.

— Mas existe hora para usar essa... coisa. -Alan se entristeceu, tirou a máscara e Fábio pediu. – Vá para o seu quarto, preciso falar com a sua irmã.

Alan o obedeceu, subiu a escada e foi em direção ao seu quarto. Assim que isso ocorreu, Fernanda um pouco tensa abraçou o próprio corpo e perguntou.

— Por que você é tão cruel com ele?

— Você irá me entender quando tiver filhos, Fernanda. -ele jogou a bolsa executiva na poltrona, ficou na frente da filha e ela percebeu que seu pai estava segurando alguns papéis. – Você ainda está visitando a Annelise, não é?

— Você sabe muito bem que sim.

— Você é muito masoquista, Fernanda.

— Eu me importo com ela, ao contrário de você.

Fábio deu um longo suspiro como se tentasse se acalmar e disse.

— É melhor você me respeitar, Fernanda. Eu sou o seu pai e eu que banco todos os seus caprichos.

Irritada, Fernanda se levantou e falou em um tom baixo para Alan não ouvir.

— Um homem que priva o filho de ver a própria mãe não deve ser chamado de pai.

— Eu fiz isso para proteger ele. -ele respondeu entredentes.

— Não, você fez isso porque é egoísta. O Alan tem que entender o ciclo da vida, que as pessoas nascem e morrem, mesmo que seja difícil superar.

— Você realmente não sabe o que se passa na cabeça de um pai, Fernanda. Acha que eu sou um monstro.

— É o que você tem demonstrado nos últimos anos... Você nem sequer visitou ela no hospital, a sua própria esposa.

— Annelise deixou de ser a minha esposa quando pegou aquela doença, foi por isso que eu a deixei em um hospital, bancando todo o tratamento dela. -Fernanda sentiu as lágrimas surgirem em meio ao comentário de Fábio. – O que os nossos amigos influentes pensariam ao me ver com uma esposa com câncer?

— Então é nisso que você pensa? Nos seus amigos influentes?

— Eu não vou tentar explicar isso para você porque temos pensamentos bem diferentes. A questão é que eu fui para o hospital para pegar os papéis das despesas e fui informado que ela não teve melhora alguma no tratamento.

Passion - Amores ImprováveisWhere stories live. Discover now