Lembranças - Parte 3

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"Não posso culpar você

Por pensar

Que você nunca me conheceu realmente apesar de tudo

Eu tentei

Negar a você

Mas nada nunca me fez sentir tão mal"

(Sterling Knight)

— Bom dia, Hannah! Ainda não foi a aula? – Charlotte perguntou, enquanto a amiga atravessava a sala e se sentava rapidamente no sofá, ainda vestindo seus pijamas.

— Ainda sofrendo os efeitos da ressaca de ontem? - Hannah respondeu com outra pergunta— Esqueceu que estudo português e não alemão?

Charlotte somente riu em resposta. Claro que ela se lembrava, pelo menos devia se lembrar. Ela realmente nunca bebera como na noite anterior. Bem, não fora tanto: somente dois copos de um drink local. Mas, não sabia que tão pouca dose de álcool podia causar tanto estrago. No final das contas, toda sua vida como a princesa perfeita servia, ao menos, para evitar uma dor de cabeça pós-festa.

— Estou indo, então. Não posso me atrasar para a prova. Consegue acreditar que já estamos no fim do semestre? — dizia antes de se despedir e fechar a porta atrás de si.

Não passaram nem ao menos 5 minutos, quando alguém bateu na porta.

— Charlie, não acredito que esqueceu a senha da fechadura de novo! E você, Osvald, que vergonha cometer esse mesmo erro – Hannah se levantou já reclamando com a amiga e com o segurança dela, enquanto se arrastava até a porta.

— Ah, é você... – disse ao perceber que não era quem esperava. Arthur também não estava muito empolgado em estar ali.

— Ela já saiu? – perguntou trancando a porta por dentro.

— Há uns 5 minutos... – contou indo buscar um café bem forte na cozinha.

— Ela viu o jornal? – perguntou novamente. Parecia muito ansioso, até mesmo nervoso. Não parecia sentir nenhum sinal de ressaca. E, com certeza, faltara a prova de alemão daquela manhã. Não que ele precisasse, falava a língua como um verdadeiro nativo – mesmo o quão mal vista essa ideia pudesse soar para alguém como ele; velhas rixas históricas.

— Não. Consegui esconder esse que apareceu na nossa porta essa manhã – respondeu apontando para o papel amassado no sofá, tal papel que ela havia sentado sobre – Dei um jeito de sumir com os da cidade, mas não posso impedir que alguém fale com ela ou que ela mesma encontre na internet. Você devia ter tomado mais cuidado!

— Mais cuidado? Eu tenho feito tudo o que combinamos! Não tenho como controlar um fotógrafo enxerido!

— Achei que ninguém conhecia o seu rosto. Foi isso o que seu pai disse!

— Esse não era qualquer fotógrafo, ele sabe muito... Mas, não é somente disso que vim falar com você. Escuta... – Mas Hannah não estava a fim de escutar.

— Simplesmente, não podia tê-la levado para a Inglaterra! Sabe quantos países existem no mundo? Inventava qualquer um! Isso é um descuido! Não temos como te ajudar se ficar agindo desse jeito, sabe que se a Charlotte descobrir quem você é de verdade, tudo vai ruir e...

— Eu não quero mais fazer isso, Hannah. Cansei. Nem mesmo sei se vale a pena! – Ele gritou. Um grito de angústia, um grito de libertação, um grito de alívio.

Por trás de uma PrincesaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora