Quem você realmente é

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"Costumávamos roubar bebida dos seus pais

E subíamos para o telhado

Conversávamos sobre o nosso futuro

Como se tivéssemos noção de algo

Nunca planejei que um dia

Eu estaria perdendo você"

( Katy Perry)


1 ano antes

— Fique à vontade. A Senhora Hansen já está descendo para lhe encontrar – contou o mordomo, enquanto abria a porta do escritório para que a visita aguardasse naquele ambiente luxuoso, no palacete localizado em uma montanha no norte da Noruega.

A mulher somente concordou com a cabeça, enquanto adentrava mais no ambiente. Uma corrente gelada entrava por um pequeno vão aberto da janela. O aquecedor não conseguia lutar contra. Ela pensou em fechar, mas sentia que isso ultrapassava a permissão dada pelo mordomo.

Uma imensa estante marcava toda a parede oposta a janela. Nem mesmo na biblioteca da faculdade que cursara, a mulher havia visto tamanha quantidade de livros. Onde não havia estantes havia quadros. Não obras de artes de renomados pintores como no resto daquela casa, mas recortes de reportagens dos últimos 40 anos, se não mais. Era como se aquela parede tentasse contar a complexa e grandiosa história de uma das famílias mais poderosas da Europa Ocidental, se não a mais.

— Natasha! Que bom vê-la aqui! – A Senhora Hansen exclamou ao entrar no escritório. Pela primeira vez, a elegante mulher usava calça e camiseta. Mas, a marca estampada contrastava com o sentido de simplicidade normal em uma vestimenta como aquela. As joias, das pedras mais preciosas conhecidas pelo homem, chamavam a atenção em sua pele clara. A pedra sobressalente em seu colar tinha a mesma cor dos seus olhos. Os clássicos olhos safira da família.

— É sempre um prazer vê-la, Marquesa – Natasha respondeu.

— Por favor! Me chame de Emma. Vamos, sente-se. – Emma apontou uma cadeira para sua visitante e circulou a mesa para sentar-se na principal.

— Essa é uma bela casa, mas um pouco difícil de chegar. Não sei como uma mulher como você costuma ficar aqui. É meio monótono, não? – Natasha teve a audácia de dizer. Emma riu da ideia.

— Já morei em muitos lugares, Natasha. Toronto e Nova York, mais vezes do que gostaria. Mas, sabe que tenho um carinho grande pela Noruega, principalmente por essa casa que foi uma das minhas heranças. A de Oslo, como você sabe, ficou com o Luka. Meu pai fez bem, eu gosto desse sossego.

— Não foi isso que o Luka me disse. Achei que não voltaria mais a Noruega.

— Alguém precisa fazer o que é certo. E se não for o Luka, será eu. Foi por isso que te chamei aqui.

— Não entendo – Ela se mostrou confusa. Nunca tinha conversado muito com Emma Hansen, ou a Marquesa de Vadall, no passado. Luka as vezes falava sobre ela, sobre como era uma das mulheres mais poderosas que já pisaram na Noruega em todos esses anos. Mas, Natasha também não tinha visto muito o ex-ministro, desde que ele abandonou o cargo no Parlamento e foi trabalhar com a irmã em um grande escritório de advocacia.

— Luka aparece quando ele quer e não se importa muito mais em fazer o que é certo para todos nós, para a Noruega. Ele só fica viajando pelo mundo como um adolescente hipócrita doando dinheiro para não se sabe quem... Ou, é claro, aparecendo esporadicamente na cadeia para "Aquela que não deve ser nomeada" achar que ele está preso.

Por trás de uma PrincesaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora