epílogo

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RACHELL

Um pouco mais de sete horas de viagem depois, eu liguei para Michelle, sugerindo que talvez fosse melhor fazermos uma parada. O fato era que eu e Sam ainda estávamos exaustos da última viagem, e eu, particularmente, estava desesperada por uma cama.

Foi meio difícil convencê-la, mas assim que consegui, estacionamos num motel de estrada. E enquanto eu e Sam nos registrávamos, ela esperava do lado de fora, recostada no carro e olhando para o nada, mas eu tinha certeza que estava com a cabeça cheia.

E pelo visto Sam também percebera.

— Eu não esperava que isso afetasse tanto ela.

Enquanto a recepcionista passava o meu cartão na maquininha, eu me virei para ele.

— Bom, eu não posso dizer que tô surpresa. Mas também não esperava.

Sam assentiu e voltou a observar Michelle. Sorri e agradeci a recepcionista e saí com ele.

— Vamos ver o que nos aguarda daqui pra frente — disse caminhando até o carro e abrindo o porta-malas. Peguei a minha mala e Sam pegou a dele. — Boa noite, Sam.

Ele sorriu sem graça e assentiu.

— Boa noite.

Sorri de volta e fui até Michelle, que pareceu me notar, e desencostou do carro.

— Tô doida pra tomar banho — disse enquanto ela pegava sua mala no porta-malas.

— Hm, eu também – respondeu cansada.

Eu só não sabia se era de cansaço por dirigir por tantas horas sozinha, ou por pensar demais.

— Como foi sua primeira longa viagem sozinha?

Ela sorriu sem graça, conforme caminhávamos até nosso quarto, que era ao lado do de Sam.

— Foi bem solitária, mas não posso mentir e dizer que foi ruim. Só estranho... Confesso que tô ansiosa pra pegar a estrada amanhã.

— Ah, quanto a isso...

— Ai, não, já prevejo... — murmurou. — Fala.

— Calma, não é nada — respondi indo até minha cama e jogando minha mala na mesma. — Eu só tava pensando em deixar o Camaro com o Sam. Não sei pra onde ele vai e bem, vai que ele resolve fazer uma viagem por aí.

— Pra isso existem ônibus, aviões, táxis, aluguel de carros e carona — respondeu calma, pegando seu pijama.

Eu soltei um riso pelo nariz.

— Eu só acho que ele precisa mais do que eu.

— Mas eu não sei se tô disposta a te dar uma carona.

— Osh, eu não pedi.

Ela soltou um riso sem graça e me lançou um último olhar antes de entrar no banheiro. Eu me deitei na cama e liguei o MP3 no celular, deixando tocar Whataya Want From Me?, do Adam Lambert, enquanto esperava Michelle tomar banho e pensava na vida. Eu tenho feito muito isso ultimamente.

Enfim. O fato era que apesar de o ultimo ocorrido ter acontecido há algumas horas, eu ainda não conseguia processar tudo. As coisas começaram a desandar desde que descobrimos que Sam bebia sangue de demônio. E perdemos o controle de tudo depois que ele matou Lilith.

Eu sabia que não era culpa dele. Pelo menos não completamente. Era obvio que Ruby o manipulou e como Sam tem a mania de bancar o herói, ele achou que aquilo fosse o certo a se fazer. Até nós achamos, e não tenho certeza se impediríamos Sam de beber o sangue se soubéssemos de tudo. Claro que tentaríamos e tal, mas depois, uma hora ou outra, a gente perceberia que aquela era a única saída de impedir que Lilith rompesse todos os selos, se não soubéssemos que a desgraçada era o último selo.

Nights of a Hunter | Supernatural FanficWhere stories live. Discover now