[0.2] uma troca

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🚬

As vozes ecoavam ficando mais altas, as solas de sapatos batiam com força no chão. Se chegasse perto o cheiro de suor era forte, e alguns rostos bonitos seriam bonitos mesmo assim. 

Jimin era um deles, mas não estava jogando vôlei na quadra aquele dia. Era uma quinta-feira, às quintas tínhamos três horários só para educação física. O que é totalmente estúpido, já que ninguém gosta de educação física.

Agora sério, vou contar uma coisa super gay. Prestem atenção na viadagem.

O nosso professor é super de boa, as aulas são mais liberais, mas não deixa de ser ruim, o que importa é que eu, Namjoon, Jimin e seus amigos pedimos para não participar das dinâmicas que teriam naquele dia. Então ficamos sentados na arquibancada da quadra, no fundo do local praticamente. Taehyung contava alguma coisa sobre pintos de borracha e seu ex namorado. Enquanto isso Jimin estava do meu lado, seu braço passava pela minha cintura segurando firme, sua cabeça estava deitada em meu pescoço, sentia a respiração calma bater contra minha derme. Ele cochilava, eu o abraçava pelo pescoço, estávamos jogados nos bancos. 

Estávamos juntos, em uma posição comprometedora em um lugar público. Aquilo tinha um puta significado pra mim, por mais que para alguns fosse só mais uma coisa normal do cotidiano. Jimin nunca foi de expor relacionamentos, e também não ficava tão à vontade com alguém como estava comigo ali. Me senti tão, tão feliz. 

E então uma voz no fundo na minha mente me fez pensar: será se eu já era especial para ele?

Comecei a prestar atenção na conversa estranha de Taehyung, realmente passando a me interessar depois de um tempo. Fiquei tão atraído por sua história sobre o grande "Pintão azul de plástico" que não me dei conta que Jimin tinha acordado.

Suspirei longamente assim que ele escondeu mais seu rosto de sono em meu pescoço. Sorri e levei minha mão até sua nuca, deixando um carinho leve. Me arrepiei quando o mais velho passou a beijar minha pele. Eram simples selares, repetidas vezes no mesmo lugar. Até começar a intercalar entre mordidas, junto com sua língua atrevida.

— Jimin...— escutei ele resmungar algo como pergunta sem sentido de alguém que tinha acabado de acordar. — Tem gente olhando. 

Minha afirmação saiu trêmula e ele percebeu isso. Sua risada cínica e baixa me fez ficar em alerta, ele levantou a cabeça olhando nos meus olhos. Não sem antes deixar a marca dos dentes em minha pele.

— Você se importa se tem gente olhando, Jungkookie? - a pergunta saiu de seus lábios como veneno. Ele perguntou, mas sabia que eu não iria responder, porque já sabia a resposta. Então apenas fixei o olhar no dele, nem me dei conta quando ele passou os dois braços pela minha cintura puxando-me para si. — Ou prefere assim?

Soltei o ar em uma lufada ao perceber que estava em seu colo agora, de lado, de longe deveria parecer algo inocente, como uma brincadeira entre dois moleques sem vergonha. Namjoon nos lançava um sorriso, e os outros meninos ainda prestavam atenção em Tae. A vergonha e excitação preenchiam meu corpo, queria que todos vissem o quão próximos estávamos, o quão perto ele me queria, mas ao mesmo tempo, um aperto doía no peito com medo do que poderiam pensar ou falar.

Aquele era o jeito dele. Expor o que sentia e queria fazer era o seu modo de expressar quem realmente era. E porra isso sempre foi atraente pra caralho, vê-lo ser quem era sem medo dos olhares hipócritas, que julgavam e não sentiam a cabeça pesar no travesseiro.

Ainda sem saber exatamente o que fazer, balancei a cabeça em negação e lhe dei um beijo. Depois saí de seu colo, permanecendo coladinho ao seu corpo. Ouvi mais uma vez sua risada sem vergonha. Ele voltou a deitar a cabeça em meu pescoço, começando a ouvir a história do amigo, complementando em algumas partes.

Erva, love e você | JikookWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu