[0.8] não poderia ficar pior

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                                 🚬

05:34 AM, Seoul Art Shool, corredores

Caminhava olhando meu vans desgastado e o all star novo de Namjoon. Eu estava chapado. Dessa vez realmente chapado, chorava e ria ao mesmo tempo, meus olhos estavam avermelhados e eu acho que estava vendo tudo turvo. Eu tinha bebido também? Não sei, mas entre nuances do que era real e dos gatinhos cogumelo que eu via no chão, eu pensei se eu estava mesmo sentindo aquilo.

Horas atrás 

Eu estava muito puto. Meu dia péssimo piorava a cada segundo, eu achei que me jogar na piscina e me afogar seria melhor, pensei nisso umas cinco vezes no dia. De manhã acordei com Taehyung e Jimin brigando no quarto, aparentemente era relacionado ao irmão do mais velho. Eu perguntei se podia ajudar e ele foi curto e grosso, eu não o culpei, ele devia estar em uma dia ruim também. Na primeira aula eu tive vertigens horríveis, não queria sair da sala apesar de estar vendo tudo borrado e achando que iria colocar o mingau que comi no café da manhã para fora. E mesmo dizendo para Namjoon não falar à professora, a voz rouca dele foi ouvida em bom alto som enquanto todo mundo fazia o exercício. 

"— Professora, Jungkook tá' passando mal aqui!"

Nunca odiei tanto aquele filho da puta. Saí da sala em direção ao meu quarto, mesmo sabendo que deveria estar na enfermaria.

O quarto estava claro, devido ao dia ensolarado. Tirei toda minha roupa, ficando apenas de cueca. Liguei o ar condicionado e me joguei no chão, com a caixinha de som ligado. Suspirei aumentando mais o volume, fazendo meus ouvidos se incomodarem um pouco, mas logo se acostumando. 

O volume não passaria percebido, já que os quartos eram a prova de som. Isso não é estranho? Todo esse colégio é, na verdade. 

Namjoon veio me chamar pra almoçar, eu recusei e fiquei ali mesmo. Logo em seguida Jimin chegou, estava com uns biscoitos na mão e o que parecia ser remédio também. 

— Foi a enfermaria? — sua voz estava baixa. Apenas assenti negativamente. — Tome estes comprimidos. 

Fiz o que ele mandou, ele se sentou ao meu lado, me entregou um dos pacotes de biscoito. Era de chocolate, eu odiava de morango. Me perguntei se não era melhor comer comida de verdade, afinal, biscoitos não iriam nos sustentar o resto do dia. Mesmo assim abri e comi. O silêncio entre nós não era desconfortável, eu sabia que ele não queria falar nada naquele momento. 

Ficamos deitados juntinhos no chão, os dois sem roupa. Fazer o que? Calor do inferno. Infelizmente tivemos que voltar para as classes. Enquanto Jimin ia pra sala eu procurava meu livro de biologia nos armários, parando quando ouvi uma voz. 

— Senhor Jeon? — virei o rosto vendo o diretor. 

— Olá senhor, está precisando de algo? — o cumprimentei, trancando a portinha de metal.

— Precisamos conversar, vamos até minha sala. 

Estranhei, porém não questionei. Seguimos até a diretoria, me sentei na cadeira em frente a grande mesa e esperei ele começar a falar. 

Cada sílaba que saia de sua boca que enjoava mais, minha língua provando o gosto do nervosismo. Meus pensamentos estavam confusos e eu não conseguia focar em uma coisa só; coração acelerado e dormência no corpo. 

Quando meus pulmões começaram a arder e puxar o ar tornou-se doloroso, eu soube que precisava de ajuda.

— Jungkook? O que está acontecendo?  — escutei a voz do homem longe, como se ele estivesse a metros de distância.

Erva, love e você | JikookOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz